Os Hot’n’Nasty são um dos mais proeminentes
nomes do blues rock alemão e se Boost já tinha deixado boas impressões, Dirt dá um passo em frente. Malte Triebsch, guitarrista, fez a visita
guiada pela criação deste trabalho.
Olá Malte, como estás? Seis anos separam Dirt de Boost. O que aconteceu?
O nosso vocalista, Patrick Pfau, morreu em 2013 com
uma doença nervosa. Foi um grande choque para nós e chegamos a pensar que seria
o fim dos Hot'n'Nasty. Depois de alguns meses, decidimos continuar. Tivemos
sorte e encontramos outro fantástico vocalista, Robert Collins. Demos inicio a um
novo começo mas demorou um pouco para criar novas músicas.
Este conjunto de músicas que agora apresentam
na forma de Dirt resulta do vosso esforço criativo desde 2012
ou são composições mais recentes?
A maioria das canções teve a sua origem em 2017. Há algumas
que são anteriores e já as tínhamos tocado ao vivo.
Os Hot 'n' Nasty são um dos nomes mais sonantes
no rock alemão, mas, provavelmente, em Portugal não
serão muito conhecidos. Querem apresentar a banda e falar um pouco sobre a sua
história?
Os Hot'n'Nasty já existem desde a década de 90 e
pertencem à primeira liga das bandas alemãs de rock e blues. A banda
ganhou alguns prémios e atuou como banda suporte para grupos como Wishbone
Ash, Walter Trout, Ana Popovic, Chris Farlowe e Dr. Feelgood. Temos tocado em
muitos e importantes clubes de blues
e em grandes festivais
de blues.
Na verdade, Dirt é um álbum que se veste de diferentes sons oriundos
do sul americano e não apenas blues...
Os Hot'n'Nasty têm as suas raízes no blues. Adoro músicos como
B.B. King, Freddy King, Albert King, Jonny Winter, Stevie Ray e por aí fora. Mas também sou
influenciado pelas bandas rock dos
anos setenta, como Led Zeppelin, Hendrix, Deep Purple,
Robin Trower, Allman Brothers. Tudo isso são influências que podes encontrar nos Hot'n'Nasty.
De que forma Dirt se aproxima ou afasta
do vosso trabalho anterior?
Dirt e Boost têm uma coisa em comum. Ambos os álbuns são ricos em
variedade. Lá encontras power blues-rock,
blues lentos, delta-blues, baladas e faixas rock
com influências sulistas. Dirt talvez
seja um pouco mais experimental.
O álbum começa e termina com Daylight. De alguma
forma isso significa que este é um álbum com uma história, um álbum conceptual?
Não, este não é um álbum conceptual. A ideia era dar
ao álbum um quadro. Deveria começar com uma peça calma para aumentar a tensão
no ouvinte, antes do power de Shake The Devil’s Hand. No fim, a mesma
faixa, Daylight encerra o CD.
Sascha Stiehler colabora nos teclados. Como se
proporcionou essa colaboração?
O nosso baterista Dominique Ehlert e nosso baixista
Jacob Müller tocam noutros projetos musicais com Sascha. Foi assim que nos
juntamos. Às vezes tocamos juntos ao vivo.
Sei que gravaram nos Megaphone Studios. Foi um
processo tranquilo e de acordo com o planeado?
Já tínhamos feito o Boost neste estúdio e desde muito cedo ficou definido que iríamos
trabalhar novamente com Martin Meinschäfer. Gravar as novas músicas,
experimentar sons e equipamentos foi uma grande diversão. Martin criou
novamente uma produção muito quente e terrena que soa analógica.
Já têm vídeos retirados de Dirt? E outros
projetos a este nível?
No nosso site
www.hot-n-nasty.de, encontram um TV-Video
de Shake The Devil's Hand. E há muitos vídeos ao vivo no canal youtube dos Hot'n'Nasty (incluindo algumas
faixas de Dirt).
Desde janeiro que têm andado em tournée e irão
continuar até ao fim do ano. Como tem sido a aceitação ao vivo do novo álbum?
A aceitação é muito boa. As pessoas adoram as novas
músicas, como It’s Only Money, So Much Better That This ou Go To The Woman. Estamos muito felizes
com isso.
Muito obrigado, Malte! Queres acrescentar mais
alguma coisa?
Obrigado pela entrevista. Espero que possamos conseguir
agora mais alguns fãs em Portugal.
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