Entrevista: Seeds Of Mary


The Blackbird & The Dying Sun é um disco sombrio. Mas isso não significa que os Seeds Of Mary o sejam. Na opinião dos franceses, este disco retrata um período, um momento preciso na vida da banda, mas não o seu próprio som. E depois de um EP e de dois álbuns (incluindo este), a banda promete evoluir embora, nesta fase, sem saber em que direcção.

Viva, como estão? Podem apresentar os Seeds Of Mary aos rockers portugueses?
Olá, obrigado por nos teres nas tuas linhas. Estamos muito bem, estamos a ensaiar muito para nos prepararmos para os próximos espectáculos da nossa Blackbird Tour. Seeds Of Mary é uma banda francesa de rock, de Bordéus, criada em 2011. Ao longo dos anos já tivemos várias mudanças de line-up, mas agora a banda é composta por Jerem nos vocais, Julien na guitarra principal, Raph na guitarra e nos back-up, Eliott no baixo e Aaron na bateria. Tentamos misturar na nossa música a maioria das nossas muitas influências, mesmo que seja música pop, metal, ambiente ou mesmo industrial. É bastante difícil para nós definir a nossa música com um simples rótulo. Tentamos misturar tudo isso para criar uma música pessoal que esperamos que tu os teus leitores possam desfrutar.

Como tem sido a vossa jornada musical até agora?
De um ponto de vista global, diria que estamos todos muito felizes com o que alcançamos até agora. Temos a sorte de termos lançado um EP auto-intitulado em 2013 e dois álbuns, Choose Your Lie, em 2015 e The Blackbird & The Dying Sun em 2017, ambos bem recebidos pelo público e pela comunicação social. Também andámos em tournée pela França, conseguimos tocar na Bélgica e na Suíça e compartilhámos o palco com bandas como Nashville Pussy, Bukowski, AqME e outras grandes bandas francesas. Cada espetáculo é uma ocasião para semear algumas sementes e conhecer novas pessoas e todos estamos muito felizes em poder fazer a nossa música um pouco mais conhecida todas as noites.

De onde veio a inspiração para o vosso último álbum The Blackbird And The Dying Sun?
O processo de escrita começou bastante cedo, quando ainda estávamos em tour do nosso primeiro álbum, Choose Your Lie. Julien é o compositor principal da banda e já tinha algumas ideias ótimas gravadas no seu computador. Portanto, quando começamos a trabalhar em músicas como I Am Not Afraid, Like A Dog ou Sovereign Mind, já estavam quase completamente escritas e diria que nos deu uma orientação para o resto do álbum. The Blackbird, The Dying Sun, Here Comes The Night e as outras músicas vieram depois. Não vou entrar em demasiados detalhes, mas num plano pessoal, 2017 foi um ano difícil para Julien. O Blackbird & The Dying Sun é um reflexo honesto e bastante íntimo do que ele estava a passar naquele momento.

Olhando apenas para o título dá uma ideia de algo muito preto e pessimista. Portanto, este título retrata fielmente o vosso som e estado de espírito?
Blackbird & The Dying Sun é, definitivamente, um álbum sombrio. Mais uma vez, é principalmente o resultado de sentimentos pessoais num momento preciso. Diria que este título é um bom retrato da atmosfera geral deste álbum, mas quem sabe como serão as nossas próximas músicas? Embora estejamos todos muito orgulhosos do Blackbird, não queremos fazer o mesmo álbum duas vezes, por isso, este título definitivamente retrata um período, um momento preciso na vida da banda, mas não o nosso próprio som.

Seeds Of Mary é um tema dos Godspeed. Pergunto-te se, de alguma forma, essa banda vos inpirou?
Na verdade, para ser sincero, pessoalmente nunca tinha ouvido falar deles antes, mas vou ouvi-los!

Todos vocês possuem já um passado com alguma relevância. De que forma este novo álbum reflete a vossa evolução enquanto músicos?
Como referiste, todos nós tivemos experiências musicais antes de fazer parte dos Seeds Of Mary, quando éramos mais jovens. Todos nós crescemos com a música, todos nós já tocamos música há muito tempo e acho que Seeds Of Mary é hoje para todos nós, a experiência mais concreta que já tivemos. Todos descobrimos as alegrias de ficar preso durante horas numa carrinha com seis pessoas e tocar as mesmas músicas todas as noites. Hoje, The Blackbird & The Dying Sun é o álbum com do qual mais nos orgulhamos. Tentamos prestar atenção a cada detalhe. A intensidade de cada batida de bateria era crucial, cada nota tinha que ser o mais perfeita que pudesse. Jerem, Julien e eu trabalhámos horas em letras e demorámos muito tempo a misturar tudo com o David Thiers, o nosso produtor e engenheiro de som que fez um trabalho incrível. Todos nós demos tudo o que tínhamos para fazer deste um bom álbum, mais do que nunca. Sinceramente, acho que o Blackbird continuará a ser um ponto decisivo na vida musical de cada membro.

Existe alguma coisa planeada para apresentar este álbum ao vivo?
Nada especial para ser honesto. Pensamos comprar um melro pneumático gigante que voaria no final do nosso espetáculo, mas seria muito caro. (É uma piada).

Que outros projetos têm em mente realizar em breve?
Ainda temos alguns vídeos para serem lançados para promover o álbum. Também falamos sobre lançar um novo EP com duas músicas exclusivas e duas versões. É difícil falar sobre isso, pois ainda é apenas um projeto, mas seria bom ser feito. Já gravamos uma versão, pois tivemos algum tempo extra em estúdio durante as sessões do Blackbird e também uma música que não ficou no álbum porque era muito longa. Além disso, estamos constantemente a trabalhar e a agendar datas. Estamos a pensar em tentar exportar a banda para outros países europeus, onde nunca fomos antes. Seria ótimo.

Obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Bem, obrigado novamente por nos dares esta oportunidade de falar sobre os Seeds Of Mary e o nosso novo álbum. Não hesitem em nos procurar. Estamos no Facebook, Instagram, Bandcamp, etc. Esperamos ver-te em breve em Portugal!

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