Foram quatro anos de espera pelo novo álbum dos
Secret Illusion. Mas, quando se ouve Awake
Before The Dawn, percebe-se que a espera
valeu a pena e que serviu para que os gregos se aprimorassem e pudessem criar
mais uma obra-prima. Com novos elementos, uma editora no apoio do lançamento
digital e um passo em frente no que diz respeito às bombásticas orquestrações,
este será o melhor desempenho dos gregos.
Que, por intermédio do seu líder, Filippos Parakyriakou, prometem que o
próximo disco não demorará tanto.
Olá, Filippos, como estás? Como foram estes
últimos quatro anos, desde a última vez que falamos, nos Secret Illusion?
Eu acho que para mim, esses últimos 4 anos foram algo
como uma... estação de mudança em muitos
aspetos da minha vida, e não apenas na música. A respeito da banda, depois de grandes
mudanças no line-up, entramos em estúdio
com Evmenios (teclados) e começamos a compor novo material e a reorganizar algumas
músicas antigas e já concluídas. Depois disso gravamos todas as partes
principais, aqui em Atenas, a mistura e masterização decorreram na Ucrânia, nos
NRQ Studios de Nikolas Quemtri e Awake Before
The Dawn viu, finalmente, a luz do dia!
Enquanto isso, três vídeos com músicas de alta
qualidade foram lançados. Assim todos estavam à espera de um disco brilhante,
como, aliás, aconteceu. Por que decidiste disponibilizar esses vídeos antes?
Como forma de apresentação ou para sentir as reações dos fãs e da imprensa
especializada?
Muito obrigado! Desde o inicio que estávamos animados com
o novo material e quando tudo ficou pronto, quisemos compartilhar uma parte
deste álbum com os nossos fãs que esperaram muito tempo e, ao mesmo tempo,
apresentar o nosso trabalho à imprensa. Também estamos a planear lançar um videoclip, provavelmente para Sailing The Open Sea, nos próximos dois meses.
Portanto, foram quatro anos entre lançamentos.
Quatro anos que serviram, entre outras coisas, para se ligarem à Lion Music.
Como se proporcionou essa ligação?
Desta vez, queríamos encontrar uma editora para lançar
o álbum, essencialmente para o formato digital, uma vez que decidimos, mais uma
vez, manter a parte física nas nossas mãos. A Lion Music ofereceu-nos um bom
contrato para o lançamento digital, o que foi muito bom.
Pode parecer muito tempo entre discos, mas os
Secret Illusion preferem trabalhar sem pressão, não é verdade?
Foi um longo intervalo de tempo, como já disse, sim.
Não houve pressão da editora nem nada disso, mas houve a pressão exercida por
nós (risos)!! Queríamos lançar o álbum no primeiro semestre de 2018, para que nos
pudéssemos concentrar em ensaiar e tocar ao vivo novamente, mas também compor novas
músicas e preparar o próximo álbum, que deverá ser lançado nos próximos dois anos...
definitivamente mais cedo do que este!
Também no que concerne ao line-up existem
mudanças, certo? Quem está atualmente nos Secret Illusion?
Sim, houve algumas mudanças necessárias e agora acho
que tudo funciona de forma bem mais fácil na banda. Nos vocais temos Vasilis
Axiotis, desde 2015, que é um cantor incrível; temos Εvmenios Poulias nos teclados, Chris
Stratigos na bateria (que regressou recentemente depois de uma pausa de três
anos), eu nas guitarras e, neste momento, estamos à procura de um baixista
permanente.
Afirmaste que musicalmente este álbum é mais
melódico. Ainda és o principal compositor? E essa vertente mais melódica foi
uma decisão tomada logo no inicio da preparação deste disco?
Muitas das novas músicas, cerca de metade do álbum,
resultam de um trabalho de equipa entre mim e Evmenios. Foi a primeira vez que
aconteceu isso na banda e acho que funcionou muito bem. A principal razão para
isso foi a cooperação e compreensão. Eu e Evmenios entendemo-nos musicalmente e
no fim, o processo de composição foi muito engraçado. Não creio que tivéssemos
ideias sobre como o novo material iria soar. Começamos a juntar as nossas
ideias e a única coisa que sempre tivemos em mente foi que queríamos manter o
sentimento e os principais elementos que definem a identidade dos Secret
Illusion desde 2008 e acho que conseguimos fazer isso.
Para além disso, noto uma abordagem mais épica.
Concordas? Foi consciente?
Diria que em Awake
Before The Dawn há uma abordagem mais orquestral/sinfónica, juntamente com
alguns arranjos arrojados em algumas partes. Isso é algo que nós,
definitivamente, iremos adicionar ainda mais às músicas da banda nos próximos
álbuns. Adoramos música orquestral/bandas sonoras! Esse som massivo de uma
orquestra completa é de tirar o fôlego e há milhões de coisas que se pode fazer
com isso, especialmente no nosso tipo de música.
Foi mais uma vez Thass Jillion o homem
responsável pelo artwork? Mais uma vez fez um trabalho fantástico...
Sim, foi! E estás perfeitamente certo – saiu-se muito
bem e estamos felizes com todo o trabalho e o resultado final. No entanto, vou
manter a capa de Change Of Time como
minha favorita. Adoro-a e ainda permanece no topo da minha lista depois de
todos estes anos.
Um dos temas icónicos deste álbum é Falling. Como aparece
e qual o significado da narração inicial em grego?
É uma história interessante. Quando escrevemos Falling, pela primeira vez, com
Evmenios, não havia essa intro, nem outro, nem narração. Era apenas uma balada
com piano. Um dia tivemos a ideia de colocar uma introdução e logo Evmenios
adicionou esta parte orquestral maravilhosa e escura, antes dos vocais de
Vasilis, e também no final da faixa. Depois veio a ideia de, por cima, colocar uma
narração de Askitiki, um trabalho icónico filosófico de um dos maiores e mais famosos
escritores gregos, Nikos Kazantzakis. Foi algo verdadeiramente espontâneo e
acho que soa profundo, escuro e majestoso como queríamos.
Muito obrigado, Filippos! Tudo de bom para ti e
para a banda e deixo-te a oportunidade de acrescentar mais alguma coisa ...
Agradeço o apoio e espero que (talvez não esteja
perdido depois de tudo…) um dia possamos ir tocar aí! Cuida-te meu amigo.
Comentários
Enviar um comentário