Entrevista: Emerald Sun


Por esta altura os Emerald Sun já devem andar em tournée com os Mystic Prophecy e os Victorius. Mas nós fomos apanhar o vocalista Stellios Tsakiridis a fazer os preparativos, precisamente dois dias antes do seu inicio. Naturalmente a conversa andou à volta do novo álbum dos gregos, Under The Curse Of Silence, que surge três anos após a sua estreia para a Fast Ball com Metal Dome.

Olá Stellios, tudo bem? Novo álbum cá fora – como estão a viver esta nova fase da vossa carreira?
Olá Pedro! Novo álbum, yesssss! Estamos muito animados. Lançamos um álbum fantástico e temos estado a receber críticas incríveis de todo o mundo. Dentro de dois dias começamos a nossa tournée europeia com os Mystic Prophecy e Victorius e os primeiros espetáculos já estão esgotados! Como podes perceber, está todo a correr optimamente.

No entanto, mudaram de baterista, embora ainda tenha sido o George Baltas que gravou o álbum?
Estás certo. George gravou o álbum e logo após as gravações separamo-nos devido a diferenças pessoais.

E quem é o novo baterista? Já está perfeitamente integrado para ir para essa tournée?
O novo baterista é Vasilis "Billy" Stavrianidis. Ele é o inferno de um músico e uma pessoa impecável. Encaixa-se perfeitamente na banda e é ótimo trabalhar e sair com ele! Já é membro há um ano e já fizemos vários espetáculos com ele. Pegou de estaca!!!

Comparando Under The Curse Of Silence com os vossos trabalhos anteriores, que diferenças ou semelhanças podem ser referenciadas?
Eu prefiro que sejam os ouvintes a dizer que diferenças percebem comparando os álbuns. Mas já que me perguntas, acho que Under The Curse Of Silence é o álbum mais direto e pesado que fizemos até agora. Apenas queríamos fazer um álbum com ótimas músicas, diversificado e sem fillers. Assim, o ouvinte pode ouvir o álbum inteiro sem ficar entediado e não apenas escolher duas ou três músicas. Eu acho que fizemos bem. O que achas?

Já agora, qual é o significado do título Under The Curse Of Silence?
Basta dar uma vista de olhos em volta, meu! Há problemas, dor e sofrimento em todos os cantos deste maldito mundo. Mas o pior é que a maioria das pessoas não ousa abrir a boca e gritar o que sente. Parece que estamos todos sob uma maldição de silêncio! E digo-te, meu, está na altura de quebrar essa maldição e ficar de pé! Não concordas?

Como é que o vocalista dos Rage, Peavy Wagner, participa na música Blast?
Todos os membros dos Rage são amigos muito próximos. Na altura em que escrevemos a Blast, percebemos que soava um pouco a Rage (risos). Então limitei-me a perguntar ao Peavy se iria compartilhar os vocais comigo nessa música. Ele concordou imediatamente. É uma honra para nós tê-lo no álbum e foi ótimo trabalhar com ele.

A produção esteve a cargo de outro elemento dos Rage, Marco Rodriguez. Como foi trabalhar com ele?
Marcos é um irmão! Adoro-o! É um dos melhores músicos que conheço, um cantor fantástico e um produtor incrível! É um talento. Também fez um trabalho inacreditável ao som deste álbum. Simplesmente o melhor (risos). Também gravei os vocais deste álbum no seu estúdio e posso dizer que foi muito divertido e criativo ao mesmo tempo. Posso garantir que não foi a última vez que trabalhamos com ele.

Foi ideia dele transformar a balada Journey Of Life em La Furza de Ser com letras em espanhol?
Não exatamente. A ideia foi minha porque sempre quis cantar algo em espanhol. Mas ele é a razão pela qual este desejo se tornou realidade porque escreveu esta incrível letra para a versão em espanhol e deu-me uma ajuda com a pronúncia. Sem Marcos La Fuerza De Ser não teria sido possível. De que versão gostas mais?

Curiosamente, embora a música seja a mesma, as letras em castelhano não são propriamente a tradução do inglês…
Não. Eu não queria apenas traduzir as letras do inglês. Pedi a Marcos que escrevesse algo nessa direção, mas como expressão própria. O resultado arrepia-me! Já agora, Marcos também é um grande compositor!

Outro aspeto interessante no álbum é a escolha de Fame de Irene Cara para uma versão. De onde surgiu a ideia?
Em geral, adoramos fazer versões de músicas pop dos anos 80. Um dia, quando conduzia a caminho o aeroporto, a rádio passou essa canção Fame e pensei que também poderia soar bem numa versão metal. Disse aos restantes elementos e todos concordaram.

Olhando para alguns títulos das músicas, dá a ideia de ser um álbum com uma mensagem de positivismo. Como é que esta mensagem se encaixa na maldição do silêncio?
Como te disse antes, a altura para quebrar essa maldição é AGORA! Tentamos sempre ter uma vibração positiva nas nossas letras, mesmo que lidemos com todas as coisas negativas que nos rodeiam. Acho que se perderes a tua fé, a tua esperança… perdes a guerra. Nunca desistas! Há sempre uma maneira, mas temos que quebrar essa maldição do silêncio, meu amigo!

Que projetos têm para o futuro próximo?
Como já referi, dentro de dois dias começaremos a nossa tour europeia e mal podemos esperar para apresentar as novas músicas ao vivo no palco. Já escrevemos músicas para o próximo álbum e tocamos em alguns festivais no verão. Há muitas coisas para fazer, mas esta é nossa paixão e amamos tudo o que vem com ela!

Muito obrigado, Stellios! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Queremos agradecer-te e a todos os nossos amigos e fãs em Portugal. Costumo dizer que todos os metalheads do mundo estão conectados através da música. Somos todos uma grande família. E espero que algum dia em breve possamos conhecer os nossos irmãos e irmãs em Portugal e ter uma grande festa de metal como uma só família!


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