Entrevista: Empiresfall


A completar a sua primeira década de existência, os Empiresfall atingem a marca do seu segundo longa-duração. A banda, que vem do país que melhor representa o thrash metal europeu (Alemanha) e da cidade que deu ao mundo alguns dos melhores coletivos do cenário speed metal (Hamburgo), não podia deixar os seus créditos por mãos alheias. Por isso, fiéis herdeiros de um passado glorioso, os Empiresfall assinam com A Piece To The Blind um dos melhores discos de speed/thrash metal que ouvimos nos últimos anos. Franky Chigetti, líder do quarteto, foi o porta voz desta conversa.

Olá Franky, como estás? Os Empiresfall já existem desde 2008, mas A Piece To The Blind é apenas o segundo longa-duração. Por quê?
Olá Pedro. Tudo bem, obrigado! Temos estado bastante ocupados desde o nosso lançamento. Mas é um efeito colateral muito bem-vindo. Bem, nos primeiros anos dos Empiresfall houve muitas flutuações. Antes do primeiro álbum ter sido lançado, tive de lidar com muitas mudanças de line up. Foi como uma maldição. Por três vezes reservei um estúdio e durante o processo de gravação, um dos membros saía da banda. Claro que tive de pagar os estúdios. No fim estava falido! Durante cerca de dois anos tentei encontrar novos membros/músicos. Esse foi um momento muito difícil. É preciso tempo para encontrar novos membros para uma banda. Especialmente para os ensaios. Portanto, tudo precisa de tempo. Foi por isso.

De facto, houve um intervalo de 4 anos para a Riot. Mudaram de baterista e o que mais mudou em Empiresfall?
Bem... quase 4 anos! Desde o lançamento de Riot só mudamos o baterista. Isso foi quase a coisa mais difícil para mim. Marco e eu começamos a fazer música juntos. E tínhamos um ótimo relacionamento musical. Poderíamos tocar de olhos vendados que saberíamos exatamente o que o outro tocaria em seguida. Mas ele estava muito ocupado com o seu trabalho que não foi capaz de dar 120% na sua parte de percussão. Foi por isso que teve que sair.

Nico Steffens, o novo baterista, entrou há tempo suficiente para participar plenamente na composição dessas novas músicas?
Nico é um baterista muito direto. Ele não gosta de tocar drum fill após drum fill. Isso significa que há espaço suficiente para as guitarras. Parece bem para mim.

Este é o primeiro lançamento que não é uma edição independente. Quando e como estabeleceste contacto com a Iron Shield Records?
Conhecemos Thomas da Iron Shield Records num dos nossos espetáculos em Berlim. Na altura não sabia quem ele era. Depois do show tivemos uma pequena conversa. E disse-me para lhe ligar quando fizéssemos um novo disco. Eu pensei para mim mesmo... yeahbla, bla, bla! (Desculpa Thomas!). Como o novo disco estava quase pronto, o seu nome veio-me à memória e mandei-lhe uma mensagem. Mas não esperava uma resposta. Mas, de repente... recebo uma mensagem com as palavras "Record Deal". E agora... podem comprar o nosso disco em quase toda a parte.

De que forma este álbum se aproxima ou afasta dos trabalhos anteriores?
Definitivamente tem uma produção melhor. Mas a atitude e a tensão são as mesmas de sempre.

Como foi trabalhar com Jörg Uken, o homem que esteve responsável pela produção do álbum?
Foi uma experiência muito engraçada, exigente, disciplinada e intensiva. Jörg é uma pessoa muito fixe e focada. Não há nada de mal ou pejorativo que eu possa ou queira contar sobre ele. O seu estúdio inteiro e a área do apartamento estão cheios de coisas assinadas por bandas como Sinister ou Suicidal Angels. Isso dá um incentivo muito bom e uma sensação de calor.

Qual foi a sua contribuição para este excelente resultado?
Nós limitamo-nos a tocar as nossas músicas. Jörg tinha que consertar! Não, estou a brincar. Bem, ele teve um trabalho brilhante com bandas como Suicidal Angels e outras, e tem um conhecimento prático muito bom de como uma banda deve soar e medir a capacidade de uma banda. Não sabemos realmente o que ele fez, mas funcionou.

Podes explicar o conceito associado à capa e ao título do álbum?
Bem… desde o inicio que temos uma mascote. Chama-se Ricky Butler. Estava no primeiro EP e depois fundiu-se no nosso logo. Eu sempre quis que ela se levantasse como uma personagem. A Piece To The Blind é, na verdade, também o nascimento de Ricky. A história por trás da capa é simples. Pensei numa cena em laboratório onde as pessoas são mantidas em tubos de estase para serem programadas, manipuladas e geradas. Ricky é o único que resiste. O significado por trás disso é... se te mantiveres em silêncio, não veres o mal, não ouvires o mal, não falares mal, então terás uma vida conveniente. Mas se tentares defender os teus direitos, se tiveres personalidade e não aceitares a manipulação da humanidade... então talvez acabes como Ricky. Torturado e humilhado.

A Alemanha é conhecida por ter grandes nomes no thrash metal. Vêm-se como sucessores de nomes como Destruction, Kreator e afins? A vossa inspiração está mais nesses vossos compatriotas ou noutras fontes?
Talvez. Acredito que todos nos inspiramos em tudo que ouvimos, vemos ou fazemos. Às vezes é apenas a estrutura de uma música de uma banda que gostas, que vai ficar na tua mente. E não importa se é de uma grande ou pequena banda desconhecida. Às vezes pegas na tua guitarra, tocas alguns minutos e de repente tens um riff que não te deixa.

Que projetos tens em mente para os próximos tempos?
Estamos prestes a filmar um videoclip. Em breve começaremos uma pequena tournée pelo norte/leste da Alemanha e outra pela Europa. E é claro que trabalhamos em algum material novo.

Muito obrigado, Franky! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado por esta entrevista, meu. E para todos os maníacos por aí… por favor, ouçam bandas novas e antigas. Apoiem a música que gostam, é muito importante. E por favor, verifiquem o nosso material! E se alguém nos quiser na sua cidade, sintam-se livres para nos contactar. Felicidades maníacas.


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