Entrevista: Jetbone


Os Jetbone vivem como ninguém o espírito do rock ‘n’ roll. Com cerca de 2/3 do ano na estrada, desta vez não houve muito tempo para preparar o seu disco de estreia para a gigante Sony/BMG. Ainda assim, segundo Alin Riabouchkin, essa é a beleza deste Come Out And Play, um título que não tem nada a ver com o seminal álbum dos Twisted Sister. E foi precisamente no autocarro da tournée que o vocalista e guitarrista dos suecos nos respondeu.

Olá Alin! Há cerca de dois anos, quando te despediste de nós, aconselhaste-nos a ouvir muito rock 'n' roll. Nós fizemos isso e pelos vistos tu continuaste a criar ótimos ganchos de rock 'n' roll...
Heeey! Obrigado! Tu sabes, continuamos sempre a tocar rock ’n’ roll, é isso mesmo. E, na minha opinião, uma banda que para de compor músicas não é uma banda.

Porquê Come Out And Play? Acaba por ser também uma chamada para o rock 'n' roll? O seminal álbum dos Twisted Sister de 1985 não teve aqui nenhuma influência...
Liberta a criança que há em ti. Confia na criança que existe em ti, as crianças são honestas. E nós gostamos de tocar! Estamos na estrada quase 2/3 do ano e gostaríamos que as pessoas saíssem, festejassem connosco e por algumas horas esquecessem os seus problemas. E se fizeres isso, verás que o rock ’n’ roll está longe de terminar! Os Twisted Sister não têm nada a ver com isso. Pouco sei sobre eles.

Entretanto chegam à gigante SONY/BMG. É a oportunidade para poderem alcançar um público maior?
Bem, nem sei o que pensar. Ou não pensar sobre isso. Tivemos bons momentos no ano passado e eles queriam fazer parte disso. Mas com ou sem uma editora, não vamos parar de fazer o que fazemos! Prometo-te isso. Mas demo-nos bem com as pessoas de lá e temos as mesmas visões e objetivos. Portanto, vamos fazer as coisas acontecerem, percebes o que quero dizer?

Entre Magical Ride e Come Out And Play mudaram de teclista. O que aconteceu?
Curth Forst (Rasmus) entrou na banda quase imediatamente depois de lançarmos Magical Ride. Talvez 5-6 meses após o lançamento. Portanto, ele já cá está há bastante tempo. Mas nada de especial aconteceu. O músico antes dele disse-nos que não queria viver uma vida de tournées e que tinha alguns outros planos a para sua vida. Assim, sem nenhum ressentimento, Curth juntou-se a nós. E Curth é a definição de um músico em tournée. Ele é imparável!

Mas, considerando que o núcleo duro da banda se manteve, suponho que não tenha havido grandes diferenças na abordagem da composição e da gravação?
Na verdade, não. Pessoalmente desenvolvemo-nos como compositores e músicos. Quando começamos a gravação de Come Out And Play, já tínhamos algumas centenas de espetáculos desde as últimas gravações. Mas nós fizemos da mesma maneira, como de costume, exceto que, desta vez, Curth esteve fortemente envolvido no processo de composição musical, e isso pode ser considerado uma grande mudança.

Então a sua adaptação foi fácil e já pode participar no processo de composição?
Curth é feito da mesma massa que nós. Por isso funcionou perfeitamente desde o primeiro ensaio. Encontramos a peça que faltava no puzzle!! Ele é fantástico! O mais habilidoso executante de honky-tonkin com quem já toquei e um elemento com muita musicalidade. Portanto, sim, ele entrou imediatamente no processo de composição das músicas.

Voltaram a gravar ao vivo em estúdio? Houve muito espaço para a improvisação ou desta vez estiveram mais contidos?
Sim, no ano passado demos 200 concertos e não tivemos tempo para pensar muito. Por isso, entramos em estúdio, escrevemos as músicas e gravamo-las todas elas em algumas semanas. Entre as tournées. Basicamente escrevemos todas as nossas músicas enquanto as tocamos – isto é puro feeling!

Voltaram aquela velha escola, os Sandkvie Studios ou não?
Não, desta vez ficamos numa pequena cave nos arredores de Estocolmo. Todos nós nos sentimos mais confortáveis ​​lá. E com o produtor Martín Karlegard, que tem sido uma grande parte da nossa banda desde o começo.

De um modo geral, Come Out And Play parece menos exuberante e mais direto, mais cru. Foi uma decisão consciente do caminho a seguir ou foi o resultado do trabalho de Stefan Glaumann?
Glaumann fez um ótimo trabalho, mas acho que a "crueza" veio do facto de nós não termos muito tempo para escrever e gravar, não pensamos muito. Apenas trabalhamos com o que tínhamos e rock ’n’ rolled. Um processo rápido. E na minha opinião, essa é a beleza deste álbum!

O palco é a vossa casa. Assim sendo, como está a ser preparada a tour de promoção?
Na verdade, enquanto te respondo, estou no autocarro da tour que já vai com duas semanas da primeira tour europeia deste ano. Mas estamos constantemente em tournée, portanto, mantenham os olhos abertos. Podemos ir à vossa cidade!

Muito obrigado Alin! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado! Sim, lembrem-se sempre de rock ’n’ roll e espalhem a paz. Mais boogie, menos guerras!

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