Paolo Carraro começou
muito jovem no blues e, à medida que ia crescendo, ia
descobrindo outras sonoridades. O resultado está à vista no seu segundo
lançamento, o EP Newborn – de metal a jazz-fusion tudo lá pode ser encontrado. E fomos perceber o porque numa conversa
com o guitarrista italiano.
Olá Paolo, como estás?
Conta-nos tudo sobre este teu projeto - quando nasceu, que objetivos, quais as
motivações…
Olá, está tudo bem, obrigado.
Este projeto nasceu em 2012. Eu tinha algumas músicas escritas, queria
participar num concurso local e pedi a alguns amigos para formarmos uma banda
para essa ocasião. O concurso correu bem e tivemos muitos bons feedbacks, mas tudo parou depois disso.
Um ano depois, decidi montar a banda novamente e manter o projeto vivo. Senti a
necessidade de tocar a música que estava a escrever e de a dar a conhecer a
outras pessoas.
Que nomes ou
movimentos mais te influenciam?
Adoro música progressiva: eu
gosto de estranhas assinaturas de tempo, mudanças de tempo, partes
instrumentais virtuosas e a liberdade que ela nos dá do ponto de vista
estrutural, harmónico e melódico. Nesse sentido, as minhas maiores influências
são Dream Theater, Rush, Porcupine Tree, Liquid Tension Experiment, Haken, etc.
Mas também adoro blues, hard rock, fusion e funk, e gosto de
colocar todos esses elementos nas minhas composições. Em termos de
guitarristas, se eu tivesse que citar os cinco que mais influenciam o meu
estilo, eles são John Petrucci, Steve Morse, Steve Vai, Jimi Hendrix e Stevie
Ray Vaughan.
Como foi o processo
de construção da banda, especialmente no nível de escolha dos músicos?
Como já disse, para o
primeiro line-up, em 2012, perguntei
a alguns amigos muito talentosos com quem já tinha tido a oportunidade de tocar.
Depois, nos anos seguintes, o line-up
mudou algumas vezes, mas tive sempre a sorte de encontrar músicos realmente
bons, que às vezes nem conhecia antes. Uma coisa engraçada é que, desde 2016, o
segundo guitarrista da banda é um ex-aluno meu de guitarra…
Antes de Newborn já tinhas lançado o You'd Better Run. Em que aspetos este novo EP mostra a tua evolução como guitarrista e
como banda?
Quando estava a escrever as
faixas para You'd Better Run (ou a
maioria delas), tomei uma opção: queria que elas soassem pesadas, grunge, sombrias. Para Newborn, fiz uma opção diferente: queria
um estilo mais de fusão, com algumas influências de funk e jazz. Foi por isso
que, antes de escrever as músicas, estudei mais profundamente a harmonia do jazz, e isso trouxe para as composições o
que podes ouvir no EP, que são mais precisas do ponto de vista harmónico,
melódico e rítmico. Acho que esta é a evolução mais importante, do meu lado.
Como banda, usamos uma abordagem totalmente diferente. De facto, organizamos
todas as músicas juntas e, assim, há uma contribuição mais forte dos outros
membros da banda, e isso agregou muito valor às composições.
Como foi o teu
trajeto musical até teres criado a Paolo Carraro Band, em 2012?
Nasci como um músico de blues, quando tinha 13-14 anos de idade.
À medida que ia ficando mais velho, comecei a conhecer o hard rock, metal, rock progressivo, mas também funk-fusion e pop music. Toquei em muitas bandas e tive a oportunidade de tocar muitos
estilos musicais (rock, pop, jazz,
funk, dance e até rock de
desenhos animados). Adoro a música sem distinção de género, pelo que gosto de
tocar estilos diferentes. E também aprendi muito a tocar todas essas coisas.
Porque começa o EP
com uma criança a chorar?
Boa pergunta, obrigado por
perguntares. Quando começamos a gravar o álbum, a minha esposa e eu estávamos à
espera do nosso primeiro filho. Ele nasceu em julho de 2017 e é o bebé que
ouves chorar no início da primeira faixa. É uma homenagem a ele. Uma coisa curiosa
é que a primeira faixa, Introduction 1257,
foi escrita alguns dias antes de ele nascer. Acordei à noite com algumas dessas
melodias e riffs em mente e
imediatamente fui gravá-los no meu home
studio. Por isso, essa música lembra-me o período em que estávamos à espera
dele.
A terceira música tem
um nome que descreve perfeitamente o teu som: Prog 'n' Roll. Esse foi o motivo para escolher este título?
O título foi escolhido
porque acho que essa música em particular é uma boa mistura desses dois estilos
musicais (progressivo e rock ’n’ roll).
Já há algum tempo que tinha em mente o riff
principal, que é um rock 'n' roll old
school, tudo em 4/4. Então, enquanto ensaiávamos com a banda, o baterista
entendeu mal a divisão do tempo e tocou uma parte em 7/8. Foi tão fixe que
mantivemos aquele 7/8 no meio do riff
e isso justifica o prog.
E também há uma Beck In Town. Referências a Jeff Beck?
Claro. Ele também é uma das
minhas grandes influências, principalmente pelo uso do whammy bar, que eu gosto muito de usar. No entanto, também é
curiosa a forma como esta música nasceu: o baterista disse-me que teria gostado
de fazer um cover de Jeff Beck que
ele gosta muito. Escutei a música e pensei “Por que fazer uma cover? Eu posso escrever uma nova música
com estilo similar”, e foi assim que foi concebida…
Projetos para o
futuro? Que objetivos tens em mente?
Para o futuro próximo,
planeamos publicar um vídeo de uma música do EP no começo do outono. Depois, dentro
de dois anos, gostaria de fazer algo que nunca fiz antes: escrever e gravar uma
longa suite (20 minutos ou mais) que inclua, também, alguns elementos
orquestrais. É um objetivo muito desafiador, mas precisamos desses novos
desafios para melhorar e progredir.
Muito obrigado,
Paolo! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Quero agradecer por esta
oportunidade, e também à Atomic Stuff, que está a tratar da promoção de Newborn. Deixa-me apenas lembrar que podem
encontrar Newborn no Spofity, iTunes, Google Play e
assim por diante e também podem comprar o CD no Rock Temple. Obrigado.
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