Course Of Life (ANALOGUE-X)
(2018, Echozone)
Estreia do trio germânico de
dark eletro-pop num registo dançável onde
a eletrónica, as melodias orelhudas e
algumas linhas góticas andam de mão em mão. É, aliás, isso que torna Course Of Life um disco minimamente
interessante e perfeitamente adequado a fãs de Depeche Mode, Pet Sop Boys,
Kratwerk ou Joy Divison, pela sua abordagem orientada para os anos 80. Não
deixa de ser relevante a forma como a emotividade se apresenta envolvida por
tanta maquinaria. O problema de Course Of
Life é, no entanto, a sua longa duração, o que acaba inevitavelmente por
saturar. [75%]
Hard Core (AMERICAN TEARS)
(2018, Escape Music)
Depois de terem ganho algum
reconhecimento nos anos 70 com o seu rock
orientado para os teclados, com o lançamento de três álbuns entre 1974 e 1977,
o original projeto liderado por Mark
Mangold está de regresso, 41 anos depois. E o lendário teclista volta a
apresentar-se envolto numa parafernália de teclados – sintetizadores, hammonds, hapsichord, mellotron, clavinet... – tudo muito orientado para
as sonoridades analógicas. A diferença surge no facto de, agora, Mangold
assumir sozinho as despesas da execução deste novo conjunto de temas. As
influências situam-se nos ELP, The Moody Blues, Erik Norlander, Rick Wakeman
e, a espaços, Deep Purple, mas o que
sobeja em termos de técnica individual, falta na criação de canções. [73%]
Threnodies (MESSENGER)
(2016, InsideOut Music)
Depois de Illusory Blues, Threnodies é a nova proposta dos Messenger, banda londrina de prog
rock. E, à semelhança da sua estreia, o coletivo volta a apresentar um
conjunto de temas com uma abordagem moderna em termos de composição. Isto sem
prejuízo de notórias aproximações a Pink
Floyd e até, nos momentos mais dark
e introspetivos, a esse magnifico álbum que é A Deeper Kind Of Slumber, dos Tiamat.
Outra nuance importante em Threnodies e na música dos Messenger é o psicadelismo e o jamming setentista. [79%]
Better Together (TED & MAJELLA)
(2018, Cherry Red Records)
Para quem não se lembra, Ted Turner é um dos guitarristas Top 20
do top da Rolling Stone. E desde os Wishbone
Ash ao icónico álbum Imagine, o
seu nome pode ser encontrado numa imensidão
de gravações. Agora, arrisca a primeira colaboração artística com a sua esposa
e parceira musical, Majella. Better Together traz 12 temas que
refletem a viagem que ambos fizeram juntos durante 30 anos. Primeiro como
amigos, depois como amantes e, mais recentemente, como casal. Um testamento
apaixonado e tocante com alguns momentos de rara beleza. Esperemos é que esta
ligação entre Ted e Majella tenha tido mais chama e intensidade do que alguns
outros momentos aqui presentes. [72%]
Trips (LONG DISTANCE CALLING)
(2016, InsideOut Music)
Este ano os germânicos Long Distance Call já nos brindaram com
o seu sexto álbum, Boundless (ao qual
nos debruçaremos em breve), mas para já foquemo-nos no seu trabalho anterior, Trips, lançado há dois anos. São dez
temas onde o seu tradicional post-rock
surge bem enquadrado por momentos de prog
rock/metal e alternative rock.
Embora, por tradição, os post-rock
seja assumidamente instrumental, Trips
traz vocalizações em metade dos temas, o que acaba por evitar a tendência para
a saturação que impregna a maioria dos discos do género. Aliás, é no tema mais
longo, Flux, com mais de doze
minutos, que mais se evidencia a vertente post-rock,
sendo, também, o menos interessante deste que é, na globalidade, o trabalho
mais criativo e evoluído da banda. [86%]
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