Entrevista: Gwydion


Foi um caminho longo, mas estamos de volta. Assim terminam os Gwydion esta entrevista. A banda está de regresso ao ativo e aos discos, após uma paragem de dois anos. Thirteen conta a história da presença viking na zona da capital portuguesa, vista sobre dois prismas diferentes e mostra que a banda lisboeta está na sua melhor forma.

Olá, pessoal, tudo bem? Sejam bem-vindos de volta. O que se passou entre 2014 e 2016 para terem parado?
Bem, essa foi uma época de grandes mudanças a nível pessoal para vários membros da banda onde tivemos basicamente metade da banda deslocada para outras paragens o que tornou todo o processo de ensaios e composição muito complicado em termos de calendarização. Ainda se pôs em cima da mesa embarcar nas novas tecnologias com ensaios à distância ou, por exemplo, cada um de nós compor partes de músicas e partilharmos entre todos via net e construir algo a partir daí, mas infelizmente (ou felizmente) isso não combina com o espírito da banda, gostamos de fazer as coisas dum certo modo e já percebemos que é assim que a banda funciona e por isso pensámos que seria preferível assumir uma pausa do que estar a meio gás.

Já agora, o que esteve por trás do vosso regresso? Têm estado desde essa altura a criar estes temas que agora se preparam para apresentar?
Não, estivemos mesmo completamente parados. O regresso deveu-se basicamente à falta que a banda, a composição e os palcos fazem a cada um de nós, o que nos levou a decidir voltar e fazer um regresso em força até porque as vidas pessoais finalmente alinharam, permitindo à banda retomar onde havíamos parado mas com uma nova força e entusiasmo.

De que forma se efetuou o processo criativo desta vez?
Basicamente foi um processo natural, mas ao mesmo tempo intenso. Houve um dia que nos reunimos e dissemos, temos de ter um álbum novo no próximo ano, a banda não pode estar nem mais um ano com um trabalho de 2013. Sentimos, que era necessário dar um boost com a nova formação e nada melhor para isso do que lançar um novo álbum, aonde podemos demonstrar mais uma vez que estamos bem vivos! E assim foi, cada um revisitou riffs e ideias que tinha acumulado nestes últimos anos, e juntando tudo, com o toque pessoal de cada um, lá saiu Gwydion mais uma vez!

Porque a escolha do título Thirteen? O termo está relacionado com quê?
Thirteen (treze) foram o número de dias que a zona de Lisboa foi tomada e pilhada por Vikings, foi talvez o ponto fulcral do álbum onde a partir do qual se desenrolou a inspiração toda para o tema geral.

Qual a temática abordada em Thirteen? Existe algum tipo de conceito ou não?
Sim, existe um conceito, lógica e progressão nas músicas do álbum. Basicamente o álbum é inspirado em torno de uma incursão viking na nossa costa no século IX e achámos que seria interessante representar ambas as versões da história, ou, pelo menos, dar a entender como teria sido essa realidade durante esses treze dias, dividindo claramente o álbum em dois, sendo a primeira parte virada para a visão e cultura dos invasores e a segunda parte mais virada para a defesa da costa e o seu povo. Existem também histórias individuais e temas menos bélicos, mas a marcação das duas culturas está claramente presente, um encontro choque e partilha de duas culturas extremamente diferentes, unidas por um espírito muito parecido.  

E musicalmente, Thirteen é a sequência lógica dos vossos trabalhos anteriores ou verifica-se a introdução de alguma inovação?
Talvez não seja uma “sequência”, mas Thirteen é claramente é um álbum mais maduro e sofisticado (se assim se pode dizer) do que os três trabalhos prévios, é também um meio termo entre o mais festivo Horn Triskelion e o mais dark e pesado Veteran, onde chegámos a um consenso entre essas duas vertentes para criar um ambiente lógico e adequado a cada tema quando se ouve o álbum do início ao fim. Temos neste trabalho, no entanto, algumas sonoridades e culturas diferentes do nosso habitual que se adaptaram ao tema do álbum e que ajudaram à coesão do mesmo, o que nos forçou a explorar novas áreas, a procurar inspiração noutras vertentes musicais e a desafiarmo-nos como músicos.

Esta volta a ser uma edição independente, como aconteceu com Veteran. Depois da experiência com a Trollzorn, consideram ser esta a melhor forma de atuação?
Bom não é totalmente independente como o Veteran. Desta vez estamos com a parceria da Ultraje que nos ajuda nos aspetos em que sentimos mais lacunas. Passo a explicar, ser independente tem as suas vantagens, no caso em que toda a receita reverte para a banda, nas como é óbvio tem o reverso da medalha, falta a componente de promoção e distribuição, e é nesse campo que nos aliamos à Ultraje e Against PR de modo a que o álbum chegue o mais longe possível!

Já há alguma coisa a ser preparada para uma tour de promoção?
Neste momento ainda estamos a estudar ao certo como será a promoção deste trabalho em termos de atuações ao vivo. Julgamos que temos algo de muito bom em mãos e queremos fazer os possíveis para lhe fazer justiça na divulgação e apresentação ao público. Uma tour para tal está sempre em cima da mesa, mas é algo que ainda está a ser estudado.

Obrigado! Querem deixar alguma mensagem?
Nós é que agradecemos à Via Nocturna a oportunidade de divulgarmos o nosso mais recente trabalho. Queremos também agradecer em especial a todas as pessoas que nos apoiaram para que este álbum pudesse sair cá para fora, quer no fund raising, nas pre orders, ou simplesmente pelo apoio e força que nos deram durante todo o processo. Foi um caminho longo, mas estamos de volta!



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