Entrevista: Mad Max


Já passaram 35 anos (bem, na verdade, 37, como perceberão nesta entrevista!) mas o quarteto alemão que dá pelo nome de Mad Max continua a viver no seu idealismo. O idealismo de uma banda que funciona como família e que só lança um álbum quando sente que tem algo importante a dizer. Foi, por isso, com grande orgulho que falamos com Jürgen Breforth, guitarrista do coletivo, a respeito de 35 e de outras coisas.

Olá Jürgen, tudo bem? Antes de mais, parabéns pelo vosso novo álbum e… por que 35? Qual o significado?
Obrigado a ti e a todos os nossos amigos e fãs em Portugal. 35 é um pouco um álbum de aniversário comemorando os 35 anos dos Mad Max. Muitos fãs lembraram-nos que não é historicamente correto porque o primeiro EP Mad Max foi lançado há 37 anos atrás (risos)!

Com uma carreira tão longa, e depois de todos estes anos, ainda têm a mesma força e motivação para continuar?
Mad Max é como uma banda de família e somos todos amigos próximos. Adoramos o que fazemos e só produzimos um novo álbum quando sentimos que temos algo a dizer. A motivação ainda é forte como nos primeiros tempos e estamos muito orgulhosos de que os nossos antigos fãs ainda nos apoiem e muitos novos fãs pareçam ter nos encontrado e estão interessados ​​na nossa história do início dos anos 80 e na história do New Wave of British Heavy Metal, onde nossas raízes vêm de bandas como Judas Priest ou Iron Maiden.

Quanto a 35, como foi, desta vez, o trabalho nos processos de criação e gravação?
Na verdade, desta vez foi muito fácil. Michael Voss surgiu com alguns ótimos riffs de guitarra, o nosso baixista Hutch tinha uma música fixe para a introdução e eu escrevi algumas letras muito porreiras. Tão rápido que sentimos que as músicas eram muito fortes e frescas.

Paris Is Burning é uma versão dos Dokken e uma homenagem a eles. Don Dokken teve a oportunidade de ouvir a vossa versão? O que disse?
Os Dokken foram sempre uma das nossas bandas favoritas de todos os tempos. Com Paris Is Burning escolhemos uma música muito antiga deles, mas na verdade foi a primeira música que ouvimos dos Dokken, no início dos anos 80. Don está muito feliz com a nossa versão e isso deixa-nos muito orgulhosos.

Na Rocky Road, ouvimos o barulho do público. Foi gravada ao vivo? Aonde?
Na verdade Rocky Road é ​​uma música autobiográfica sobre a história da banda, com todos os seus altos e baixos. A música foi gravada em estúdio, mas achamos uma boa ideia dar à música um pouco de emoção, pelo que adicionamos algumas vibrações de público.

E False Freedom é uma música com uma forte mensagem social. Que mensagem tentam passar?
Obrigado, meu amigo, por também gostares de músicas com uma mensagem social. Estou muito interessado nessas coisas e estou muito orgulhoso dessas letras. Muitas pessoas vivem uma vida sempre a tentar satisfazer as expetativas de outras pessoas. Escondem a sua própria personalidade porque estão com medo do que as outras pessoas poderão pensar ou dizer. Vivem numa “falsa liberdade” porque viver dessa maneira nunca os libertarão. Serão sempre uns prisioneiros! Portanto, a única maneira de se libertar é sair dessa prisão e encontrar o seu próprio caminho.

Cinco anos foi o tempo entre Interceptor e 35. Por que tanto tempo?
Em 2015 lançamos um álbum Best Of para nossos fãs chamado Thunder, Storm And Passion e depois disso Michael Voss esteve super ocupado a gravar com Michael Schenker para o álbum Michael Schenker Fest. Teve que voar para os EUA para gravações e até ir ao Havaí para gravar com Kirk Hammett dos Metallica.

Entretanto, mudaram de baixista, não foi? Quando foi que o Thomas Bauer chegou?
Hutch chegou em 2014 e é um bom amigo e membro da família. Ele adicionou algumas influências novas e é um verdadeiro “coração de metal” e um verdadeiro animal de palco!

Já teve a oportunidade de cooperar na criação destas novas músicas?
Hutch escreveu a introdução do novo álbum e nós tivemos a ideia engraçada de nomear a música depois dele. Essa será a música de abertura da próxima tournée em novembro, onde temos o prazer de irmos com Leo Leoni, dos Gotthard, e sua banda, Coreleoni, com o cantor Ronnie Romero, do Richie Blackmore’s Rainbow. Esta será uma killer tour e estamos ansiosos para isso.

Muito obrigado, Jürgen! Queres deixar uma mensagem ou acrescentar mais qualquer outra coisa?
Obrigado a todos os nossos maravilhosos fãs em Portugal por nos apoiarem durante tantos anos. Esperamos muito tocar em alguns shows em Portugal em 2019!

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