(2018, Rockshots Records)
A questão que se coloca é porque razão um virtuoso
como Gabriels, acompanhado de um
enorme conjunto de outros músicos de elevada craveira não conseguiu construir,
na sua nova opera metal, Fist Of The Seven Stars Act 2 – Hokulo
Brothers, um killer album. Na
nossa opinião, essencialmente devido a três aspetos: 1º) um processo de criação
pouco fluido que origina um conjunto de temas onde a complexidade se
transforma em confusão; 2º) uma produção pouco clara e deficitária que acentua
a referida confusão; 3º) um disco exageradamente longo, para o qual contribuem
alguns fillers. Assim, Fist Of The Seven Stars Act 2 – Hokulo
Brothers, resume-se a um par de bons temas e a um conjunto avulso de
excelentes sol
os. [78%]
Dread Reverence (BLACKRAT)
(2018, Shadow Kingdom Records)
Um dos segredos mais bem guardados do underground canadiano são os Blackrat. A banda chega ao seu terceiro
álbum de originais, primeiro para a Shadow
Kingdom Records com Dread Reverence
num esquizofrénico conjunto de oito temas. Esquizofrénico no sentido de
misturar no mesmo caldeirão coisas como metalpunk,
thrash, crust, doom e speed metal, mantendo a crueza já
apresentada em 2013 no disco de estreia, Whiskey
‘n’ Blasphemy, mas afastando-se um pouco da componente épica que marcava o
segundo registo, Hail To Hades, de
2016. Assim, Dread Reverence
mostra-se o disco mais metalizado,
mais punk, mais cru, mais selvagem e
mais obscuro da carreira do power trio
originário de Calgary. [76%]
Danse Macabre (BAEST)
(2018, Century Media Records)
Estreia em formato longo (depois de uma demo e um EP) para este quinteto de death metal que nos chega da Dinamarca.
Um auspiciosa estreia, com um disco poderoso, a seguir bem de perto as regras
do death metal estabelecidas pelos
clássicos. O que os Baest fazem de Danse Macabre é, simplesmente, não
perderem tempo a tentar inventar a roda.
São diretos (33 minutos é a duração do álbum), competentes na secção rítmica,
com solos muito bem elaborados e com uma assinalável capacidade técnica e ainda
têm tempo para incluir, aqui e ali, guitarras acústicas, como que a semear ainda mais devastação. [75%]
Live In Athens (PLANET OF ZEUS)
(2018, Ihaveadrum Records/VEA Music)
Com um fundo de catálogo que inclui quatro álbuns
entre 2008 e 2016, os Planet Of Zeus
assumem-se como um dos mais importantes coletivos gregos no que diz respeito ao
stoner/groove metal. Este primeiro
registo ao vivo acaba por demonstrar a competência da banda em palco, ao mesmo
tempo que confirma a coerência da sua sonoridade em estúdio. Live In Athens foi gravado em casa e é o exemplo perfeito da forma
como resultam os seus concertos – com uma crueza, coragem e atitude in your face e com um poder e um feeling únicos, que nem sempre os álbuns
em estúdio conseguem captar na sua totalidade. Ora, pois agora, fica o registo,
para a posteridade de todas essas caraterísticas num conjunto de 18 temas
(incluindo a intro do concerto) que
percorre todo o historial dos gregos. [78%]
Killsmith Halloween (NEAL SMITH)
(2018, Independente) - glass
Façamos as apresentações – Neal Smith foi baterista dos Alice
Cooper e tem direito a presença no Rock
‘n’ Roll Hall Of Fame. Em nome individual conta já com uma carreira que,
este ano, celebra o décimo aniversário do lançamento do seu primeiro álbum a
solo, KillSmith. Como forma de
comemoração desta data, e associando à época do Halloween, Neal Smith
lança esta compilação com 10 temas presentes nos seus anteriores álbuns e um
original – Strychnine. A escolha
recaiu nos temas mais assustadores,
ou seja, mais adequados à época. O resultado é um disco potente, cheio de
atmosferas tenebrosas e ambientes sinistros. [78%]
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