(2018, Killer Metal Records)
Dezanove temas e
setenta minutos de música é claramente um exagero. A segunda parte da
trilogia que os Fallen Angel estão a
criar, e que se chama Cast Out Of Heaven,
poderia, perfeitamente, ser cortada a metade que ninguém sentiria falta dos
temas eliminados. Esse é o principal problema de um álbum que tem outros. A
flagrante colagem a uma sonoridade power
metal americana – nomeadamente Iced
Earth – denota falta de criatividade, ainda por cima porque fica a anos-luz da banda de Jon Schaffer. Aqui e ali os Judas Priest também são chamados ao barulho, mas fica sempre aquela sensação que preferimos o original.
Assim, levante o dedo quem conseguir ouvir este disco de uma assentada até ao
fim! [70%]
Overtures Of Blasphemy (DEICIDE)
(2018, Century Media Records)
E, de repente, os Deicide
viram-se sem o mago dos solos, Ralph
Santolla, falecido a 7 de junho deste ano, vítima de ataque cardíaco e sem Jack Owen, guitarrista que esteve na
banda entre 2004 e 2016. Havia, portanto, a curiosidade para perceber como
reagiria esta verdadeira instituição do death
metal tradicional a duas perdas tão importantes. A resposta não podia ter
sido mais positiva. E bem se pode dizer que a imagem de marca do coletivo da
Florida – a fusão entre a brutalidade death
metal e o virtuosismo dos solos – continua bem vincada. De resto, a banda
continua a mostrar-se como uma das mais conservadoras do género, não perdendo
tempo em evoluções progressivas. Por isso, com este novo line-up, essa linha condutora mantém-se num death blasfemo e devastador. Como é suposto ser. [80%]
Chaotic (ETTERNA)
(2018, Sliptrick Records)
Chaotic é o álbum de estreia dos eslovacos Etterna, banda praticante de um prog metal melódico. Em 48 minutos
divididos por 11 temas (incluindo um curta intro)
nota-se ainda muita verdura num
coletivo assente em ideias básicas e que já foram anteriormente repetidas até à
exaustão. Até os vocais agressivos não têm qualquer enquadramento. Há a procura
de alguma melodia, o que é conseguido, e nota-se que os músicos estão à vontade
com os seus instrumentos, mas também é visível que a banda ainda tem muito
trabalho pela frente. [73%]
Waiting For The Dawn (INNERWISH)
(2018, Ulterium Records)
A Ulterium
Records assume a posição de trazer de novo à vida os três primeiros álbuns
dos Innerwish, uma das maiores
bandas de metal melódico a sair da
Grécia. Waiting For The Dawn foi o
primeiro desses trabalhos, originalmente lançado em 1998 (completa, portanto,
agora 20 anos) pela NMC Records. Por
forma a manter o som original, a banda optou por mão fazer remixes de nenhuma música, mas procedeu a uma remasterização a
cargo de Peter In de Betou. O
brilhantismo do metal melódico que
viria a caraterizar os InnerWish já
aqui se fazia sentir, apesar de se notar uma certa (e agradável, diríamos nós)
ingenuidade. A mesma ingenuidade que permitiu a tantas bandas, ao longo da
história, assinar um primeiro trabalho puro e sentido. Como acontece em Waiting For The Dawn. [94%]
Opus 1880 (ALEXANDRA ZERNER)
(2018, Independente) - against
Opus 1880, terceiro trabalho da multi-instrumentista
búlgara Alexandra Zerner, é uma obra
conceptual, na forma de opera rock,
com 22 temas em duas horas de música (não muito fácil de ouvir de uma assentada
só, como se percebe). Neste disco, a música surge combinada com uma história de
ficção científica coescrita pela própria Alexandra e por Slav Georgiev, criando uma obra similar ao que Ayreon tem apresentado, embora, naturalmente longe da genialidade
do projecto de Arjen Anthony Lucassen.
A longa duração do disco e o facto de Alexandra
Zerner tocar todos os instrumentos (com exceção das partes atribuídas a
diversos convidados) são o principal aspeto negativo num disco que, apesar de
tudo, consegue criar algumas belas harmonias e melodias. [77%]
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