Opacity, o mais recente disco
dos conimbricenses The Walks, traz novos temas e novas sonoridades, vivendo
entre duas ambiências distintas, num limbo entre a luz e a escuridão, entre a
abertura e o enclausuramento. Mais uma vez fomos contactamos a banda, que, desta
feita, nos falou do que mudou entre Fool’s
Gold e Opacity.
Olá pessoal, tudo bem? O que nos podem dizer a respeito de Opacity, o
vosso novo trabalho?
Opacity
é um disco de mudanças e de decisões que acontecem nas nossas vidas, em que todas elas podem ter um
lado positivo e um lado negativo, um lado bright
e um lado dark. É dividido por dois momentos distintos que, porém,
se complementam. Os ambientes coloridos, caraterizados por guitarras simples,
vozes ondulantes e uma percussão bem vincada, contrastam com um lado obscuro,
onde as guitarras musculadas e a voz hipnótica resultam num ambiente sonoro
mais espacial. Essencialmente, Opacity
retrata o equilíbrio daquilo que é a nossa história de vida.
Pegando nos próprios
títulos das músicas, consegue-se fazer esta entrevista. Para começar, sentem
que este é mesmo um passo em frente?
O sentimento geral da banda é o de
"dever cumprido". Consideramos que houve uma evolução nossa, enquanto
músicos e compositores. Conseguimos delinear uma estética para o disco e
alcançámos esse objectivo. Nesse sentido, foi, indubitavelmente, um passo em
frente.
Por outro lado, conseguiram
terminar aquilo que começaram com Fool’s Gold ou esta foi outra empreitada diferente?
Estamos a falar de dois momentos da banda
completamente diferentes, duas histórias distintas e objetivos claramente
díspares. Passámos por algumas restruturações na banda entre ambos os discos,
por isso nem faz sentido estarmos a comparar as duas realidades.
Anda assim, será para
continuar?
A banda? Para já, é essa intenção.
Enquanto tivermos gosto pelo que fazemos, faz sentido continuar.
Como foi o processo
criativo desta vez? Tentaram alguma abordagem diferente ou não?
Em relação ao disco anterior, em que não
houve um guião estético mais "estanque" para a fase de composição,
podemos dizer que, neste álbum, esse cuidado acabou por ser o mote. Numa
primeira instância, a nossa preocupação foi definir o caminho a seguir e depois
estudar formas de lá chegar, adaptando a nossa forma de fazer música. Este
processo nem sempre foi fácil mas, a partir do momento em que nos fomos
maturando, este processo passou a ser mais natural.
Como se proporcionou a
participação deste leque de convidados que aqui participa? Quando sentiram que tinham
necessidade de adicionar algo aos vossos temas?
O Fábio Serrano, que toca saxofone na Let Us Finish What We Started, de certa
forma, já é "da casa". Já colabora connosco desde o nosso E.P..
Quando sentimos a necessidade de fazer uma ponte com o que estava para trás e,
atendendo à direção em que o tema seguia, a inclusão de sopros na primeira
faixa do disco pareceu-nos o caminho mais natural a seguir. Nesse sentido, o
Fábio foi a escolha óbvia. As colaborações do Francisco (Them Flying Monkeys) e
Carlos BB (Keep Razors Sharp) serviram para responder a algumas necessidades
que fomos percebendo durante o processo de produção e gravação. Neste caso, o
facto de ambos trabalharem no Black Sheep Studios, facilitou essa simbiose. No
caso dos Ghost Hunt, trata-se de uma colaboração com outro tipo de
envolvimento, desde a sua conceção, passando por todas as etapas do processo de
produção e gravação. A ideia surgiu-nos numa fase bastante adiantada da
produção do disco. Começámos a considerar a possibilidade de fazer um trabalho
colaborativo com outra banda e quisemos sair da nossa zona de conforto, ao
fazer com que essa colaboração nos desafiasse a fugir ao óbvio, mantendo, no
entanto, a nossa identidade e sonoridade. A decisão rapidamente recaiu sobre os
Ghost Hunt. O Gonçalo e o Miguel criaram a estrutura base do tema, que foi
depois trabalharam com o Pedro Oliveira dos Ghost Hunt.
O que têm em vista em
termos de palco?
Temos algumas datas marcadas, que
certamente serão anunciadas em breve. No entanto, podemos já avançar as
seguintes datas:
10 de janeiro de 2019 - Teatro Aveirense
12 de janeiro de 2019 - ExcentriCidade
(Freguesia da Ponte) Guimarães
4 de abril de 2019 - Salão Brazil em
Coimbra
18 de maio de 2019 - CAE Portalegre
Obrigado! Foi um prazer.
Querem acrescentar mais alguma coisa?
Dêm uma oportunidade a este disco,
achamos que merece. Facilmente o encontram nas várias plataformas digitais.
Caso queiram em formato físico e não o encontrem, podem-nos contactar
directamente ou à Lux Records. Em breve teremos uma edição em vinil e, já
agora, venham ver-nos a vivo e bebam um copo connosco.
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