Com a saída de
Francesco Tresca dos Hypnotheticall abriu-se a porta ao nascimento de mais uma
banda italiana de prog
rock. E, dentro deste género, os
italianos costumam ser muito bons. De facto, Watershape, nome dado a este novo
projeto assente no prog rock, no prog
metal, no jazz e até com uma vibe pop,
apenas veio confirmar a excelência da escola transalpina neste género. Tendo
como base o lançamento do álbum de estreia, Perceptions, falamos com o baterista de Vicenza.
Olá Francesco, tudo
bem? Obrigado pela disponibilidade! Importas-te de apresentar os Watershape aos
rockers portugueses?
Olá, eu sou o Francesco,
baterista e principal compositor da banda. Somos uma banda prog da Itália. Não gostamos de dizer se somos prog rock ou prog metal
porque somos influenciados por ambos e gostamos de rotular a nossa música de meltin prog.
A banda nasceu após a
tua saída dos Hypnotheticall. O que tentaste alcançar com este novo projeto?
Que tipo de abordagem diferente tiveste?
Eu adorei tocar nos Hypnotheticall
e ainda somos bons amigos. Comecei a tocar com eles quando esse projeto já
estava a caminho com um álbum e vários promos
lançados, mas, e num certo ponto, eu queria criar um novo projeto e definir as
bases para isso. Senti que nas minhas composições precisariam de menos metal e mais abordagem experimental,
embora o objetivo principal seja sempre escrever boas músicas, com grandes
refrões e melodias vocais.
Que tipo de
percepções querem transmitir com este álbum?
Todos o podem perceber de
uma maneira diferente, de acordo com a sua abordagem e conhecimento. Para mim é
um álbum de múltiplas perceções, como na vida tens diferentes emoções. Não
gosto de álbuns monólitos onde apenas é expressada uma ideia ou emoção. Adoro
ter várias soluções.
É um álbum
conceptual? Em caso afirmativo, qual é o conceito principal?
Não é, mesmo que todas as
minhas letras sejam normalmente muito surreais e oníricas, nada inspiradas em verdadeiros
eventos da vida, mas isso não é um dogma.
Este álbum surge depois
de alguns singles e vídeos de versões no youtube. Uma
tentativa de percecionar as reações dos fãs?
Este é o nosso primeiro
álbum e nós precisamos trabalhar o nosso estilo, experimentar, encontrar o nosso
caminho em composições, ao vivo, vídeos... Decidimos trabalhar em alguns singles e versões antes de começar a
trabalhar no álbum principal. Acabamos de lançar o nosso segundo videoclip que realizei juntamente com o
meu amigo Luca Pellizzaro. Também no nosso visual, acho que se pode ver que sou
inspirado pela arte surreal.
Então, quando
decidiram que estava na altura certa de avançar para a gravação de um
longa-duração?
Depois de alguns anos a
escrever, a ensaiar e em palco também, sentimos que estava na altura, achamos
que tínhamos músicas fortes que queríamos colocar num disco.
Para quem não vos
conhece, podemos dizer que misturam rock progressivo, metal e jazz. Na tua opinião, é uma descrição correta? Acrescentarias mais alguma
coisa?
Acho que está correto,
estamos muito abertos a vários elementos, mas prog rock e prog metal
são os mais fortes, muito semelhantes à abordagem de Steven Wilson. Além disso, tentamos manter uma certa vibe pop nas melodias vocais e nas
estruturas das músicas. Queremos escrever ótimas músicas, não apenas músicas
técnicas.
Como é o processo
criativo nos Watershape?
Normalmente escrevo e
arranjo toda a composição e letra, depois envio para os outros elementos para
que eles possam aprender a música. Depois ensaiamos juntos e acabamos normalmente
por mudar alguma coisa ou fazer arranjos diferentes, ajustando ao estilo
pessoal de cada um. Mas há uma canção (Fanciful
Woner) escrita por Enrico Marchiotto, o nosso teclista e outra (Seasons) pelo nosso baixista Mattia
Cingano (com letras minhas).
Muito obrigado,
Francesco! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado por esta entrevista
e pela review, ouçam o nosso álbum,
podem encontrá-lo em qualquer loja digital (Spotify,
iTunes, Amazon,…) e entrem em contacto connosco se gostarem da nossa
música. Esta é a nossa página no facebook:
www.facebook.com/watershapeband
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