A pergunta que introduz o primeiro álbum
de Galo Cant’Às Duas acaba
por definir o tom do álbum. Seguindo o EP Os Anjos Também Cantam, o grupo originário de Viseu, numa
abordagem mais direta, sabe agora melhor que histórias têm para contar. De uma
banda que aparece de uma frutuosa jam session, Cabo da Boa Esperança revela mais exploração e direção. Falamos
com o duo a este respeito.
Viva, sejam
bem-vindos. Porque Cabo
da Boa Esperança? De alguma forma foi uma
viagem tormentosa esta que vos trouxe do EP até este álbum?
Tem tanto de tormentosa como
de mágico. Basicamente quisemos passar a mensagem de que foi um processo de
completa descoberta, a procura do desconhecido. É bastante gratificante, daí a
“Boa Esperança” e não os “Tormentos”, é algo bastante positivo.
Seja como for, desta
vez, trazem uma abordagem diferente. O que procuraram atingir quando começaram
a trabalhar em Cabo
da Boa Esperança?
Quisemos atingir o que para
nós é o equilíbrio. Quanto estávamos a compor o primeiro disco Os Anjos Também Cantam estava muito do
nosso sangue, do que éramos naquela altura, mas ao longo desse tempo fomos
dando conta, naturalmente, que a nossa linguagem estava a mudar. O Cabo da Boa Esperança é um trabalho
muito mais falado, discutido, pensado do que o primeiro.
O mundo dos Galo é,
também, agora mais abrangente? Desta vez não trabalharam exclusivamente em duo,
pois não?
Sem dúvida que este trabalho
foi muito mais partilhado na fase de composição. Apesar de instrumentalmente
continuarmos os dois, o processo da procura foi de uma partilha de ideias incríveis.
Fizemos 5 residências artísticas, sempre com o nosso fotógrafo, que trabalhou a
imagem de uma maneira brilhante e alguns amigos que iam ter connosco para ouvir
e falar sobre o que se estava a passar. Nesta altura alguns já fazem parte da
estrutura do Galo. É bem bonito.
Sobre um Tanto Medo
foi a escolha para primeiro single.
Porquê?
Tivemos alta dificuldade em
escolher o single, ainda sentimos que
praticamente todos são capazes desse papel, o que é bom. Contudo, ao fim de
algumas semanas em conversas e audições com esses tais amigos chegámos à
conclusão que Sobre um Tanto Medo
nesta altura pode ser um bom reflexo do que é este trabalho. Linhas melódicas,
baixos, bateria com uma direção bem consistente, sem tantos floreados. A
introdução da lírica está bem presente neste tema também.
E o que significa
essa expressão de dizerem que estão alinhados com os
astros?
Sabem aquelas alturas de
vida em que se cruzam com pessoas incríveis e tudo corre como desejado?
Basicamente foi isto que sentimos neste processo do novo disco. Arriscámos
muito, demo-nos a um desconforto muitas vezes questionado. Muito facilmente se
pode desistir e fazer o mais fácil, contudo, tivemos a “sorte” de encontrar
pessoas que acreditavam tanto nisto como nós. O Carmo’81, a Sandra Oliveira
(diretora do Festival Jardins Efémeros), o Bernardo Simões, agora nosso
manager, o Afonso Pessanha, designer do disco juntamente com a agência
Ar_de_Côr, o nosso produtor Nuxo Espinheira, o nosso fotógrafo Rafael Farias, a
nossa promotora Raquel Lains, o João Moreira, o Zé Marques, técnico de som, o
próprio município de Viseu… pessoas de
bem que têm muita percentagem de trabalho neste disco. E outros amigos que nos
ajudaram em alguns problemas técnicos. Foi uma fase bastante positiva no nosso
percurso, agora é trabalhar para continuar com este groove.
Como foi essa
experiência no Carmo
81 – quer a gravação, quer a festa de
lançamento?
Tudo o que fazemos no Carmo’81
é de coração, elevamos sempre muito a fasquia. Este evento não fugiu à regra,
trabalhámos imenso, cenário, luzes, a própria performance, a fotografia… Correu maravilhosamente bem, como
desejámos. Estamos muito orgulhosos do que alcançámos. As gravações também
corresponderam ao que procurávamos. O Nuxo facilitou, no bom sentido, todo este
risco que decidimos abraçar. Propz!!!
Têm preparadas apresentações
ao vivo deste trabalho?
Claro… neste momento podemos
anunciar o 1 de fevereiro no Maus Hábitos no Porto e dia 8 de fevereiro no
Sabotage em Lisboa.
Obrigado! Querem
acrescentar mais alguma coisa?
É um enorme prazer partilhar
toda a nossa obra com vocês!!!
Comentários
Enviar um comentário