Let The Show Go On (HORIZONS EDGE)
(2019, FastBall Music)
Três anos depois de Heavenly Realms, alguma coisa se passa
com os Horizons Edge. O longo e
poderoso regresso acontece com Let The
Show Go On, mas acontece que não há nenhum show para se ver ou ouvir. Talvez influenciados pela terceira
música, Black Hole, parece que os
australianos passaram por um buraco negro que lhes sugou grande parte da
melodia, musicalidade, e critérios ao nível dos arranjos. Let The Show Go On quer ser power
e death metal (pelo menos ao nível da
bateria) ao mesmo tempo e acaba por não ser bom nem num nem noutro. A bateria é
tão demolidora que acaba por demolir tudo à sua volta incluindo as estruturas e
os arranjos dos restantes instrumentos. Os vocais de Ralf Scheepers associados a alguns solos bem conseguidos, quer nas
guitarras, quer nos teclados, ainda ajudam a salvar este registo. [70%]
Warped Existence (EVEN VAST)
(2019, The Goatmancer Records)
Warped Existence, o novo trabalho dos italianos (agora radicados no
Reino Unido) Even Vast, surge mais
de uma década depois de Teach Me How To
Bleed e traz 10 temas de um dark doom
metal com adicionais apontamentos de grunge
e sludge. A banda liderada Antonietta Scilipotti e Luca Martello tenta alguma inovação com
a utilização do saxofone, embora de uma forma pouco ambiciosa e algo limitada.
Aliás, esse são duas caraterísticas que também se aplicam, de uma forma global,
a Warped Existence que assim se
revela um álbum longe daquilo que a banda já anteriormente produziu. E alguns
momentos mais conseguidos não conseguem disfarçar um álbum pouco empolgante e a
roçar a banalidade. [56%]
Sempiternal Void (UNDEAD PROPHECIES)
(2019, Listenable Records)
Os Undead Prophecy, anteriormente conhecidos apenas por Undead, com os quais lançaram o álbum False Prophecies, são mais um capítulo
dessa estranha mania de querer ser incógnito. Sabemos que são franceses, mas
não se sabe quem são, escondendo-se por trás de vestes que os ocultam
completamente e de alcunhas. Sempiternal
Void é o seu segundo álbum, mantendo a tradição de um death metal clássico, assente nas regras estabelecidas pelos
grandes nomes do género – Obituary, Morbid Angel, Deicide ou Death – e
longe da vertente sofisticada e melódica que, entretanto, surgiu. Portanto, os
seguidores do death genuíno têm aqui
uma das boas criadas nos tempos atuais. [68%]
Legend Of The Bone Carver (PYRAMAZE)
(2019, Inner Wound Recordings)
Legend Of The Bone Carver é o segundo álbum dos Pyramaze e foi, originalmente, lançado
em 2006 pela Nightmare Records e na
altura ainda com Lance King nos
vocais, naquele que seria a sua última aparição com os dinamarqueses.
Naturalmente já aqui se notava a veia de prog
metal melódico, sendo que a vertente prog
se destacava bastante mais da melódica. Aliás, os Pyramaze nunca foram capazes de criar grandes melodias (talvez só
mesmo no mais recente Contigent eles
tenham evoluído a esse respeito) e esse sempre foi o seu calcanhar de Aquiles. Esta reedição agora apresentada pela sua
atual editora, a Inner Wound Recordings,
vem acompanhada de um tema extra Flame
And Retribution que, na altura, surgiu apenas na edição japonesa.
[75%]
Evil Enough (TARA
LYNCH)
(2019, Cargo
Records)
Há
menos de um ano, a guitarrista americana Tara
Lynch lançava Evil Enough pela Tarasuz Records com distribuição nos
EUA. Agora é a vez da Cargo Records
apostar na sua reedição – num formato exatamente igual – mas a permitir a
chegada deste belíssimo álbum de metal
à Europa. Evil Enough vive muito da guitarra de Tara
Lynch (como não poderia deixar de ser), havendo, até quatro
instrumentais. Basicamente, o seu metal segue a linha melódica
do género surgindo fortalecido por um instrumental muito forte e coeso
com riffs densos e pesados. A pouco e pouco, com o evoluir do
disco, vão surgindo outras dinâmicas mais apelativas e linhas melódicas ainda
mais catchy, mas sempre com a tendência shred da
guitarra. [84%]
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