The Majesty Of
Your Becoming (THE WAY OF PURITY)
(2014, Epictronic)
São
muito estranhos estes The Way Of Purity,
desde o facto de esconderem as suas faces até ninguém saber, exatamente, de
onde são provenientes. Começaram por ser death
metal, passaram pelo metal core e
agora estão no rock/metal industrial
onde se enquadra este The Majesty Of Your
Becoming, álbum de 2014, mas, ainda assim, o seu ultimo trabalho. E este
disco é, acima de tudo, uma viragem bem acentuada para as vertentes industriais
onde se salienta a voz mezzo-soprano,
encaixada sobre maquinaria, beats e
sintetizadores. As cordas surgem muito disfarçadas, dando o espaço aos
restantes elementos, que estão lá todos, é certo, mas que nunca mostram
exuberância nem dinâmica suficiente para se imporem. [55%]
The Alienation
Of Self (AQUAFABA)
(2019, Independente)
Lenadro
Caetano e Davide Nunes é o duo
portuense que se dedica a manipular sons sob a denominação de Aquafaba. Desse trabalho desconstrutivo
e experimental nasceu o álbum The
Alienation Of Self onde incluem 12 faixas de qualquer coisa a variar entre
música e sons avulso. No campo dos segundos, temos a tendência para a
experimentação com a produção de sons, alguns deles sem a mínima coerência
lógica. No campo dos primeiros, o duo produz algum indie rock assente em bases psicadélicas, com um preponderante
teclado analógico. O mais longo tema do álbum, Acid (Freedom Cage), Lost
e I Am The Island são os momentos
mais capazes de um disco e de um duo à procura do seu Self ainda não alienado. Nessas faixas
em particular, os apontamentos de prog
e jazz, na primeira, de blues, na segunda, e o espírito Beatles da terceira, mostram que há ali
ideias que apenas carecem de ser bem canalizadas e melhor desenvolvidas. [56%]
Beware, Dark
Lord! Here Comes The Bell-Man (STRAYTONES)
(2019, Robustfellow Prods.)
São apenas três temas
(ou melhor dois e um interlúdio) juntos na forma estupidamente denominada de Beware, Dark Lord! Here Comes The Bell-Man,
o que os Straytones apresentam no
seu mais recente registo. Este coletivo é apontado como um dos mais importantes
do cenário do rock psicadélico
ucraniano, mas não será com lançamentos como este terceiro produto que serão
levados muito a sério. Segundo a banda, trata-se de uma garage-rock opera, mas, na realidade é apenas um coletivo a criar
muito barulho e muito fuzz com as
suas guitarras bem distorcidas. [60%]
Garden (TOO MANY SUNS)
(2019, Independente)
No inicio do ano
passado nasciam os Too Many Suns. A
semente foi lançada num estúdio do Intendente e em pouco tempo já havia alguns
temas para apresentar neste EP que agora vê a luz do dia, gravado em plena
ruralidade do oeste litoral. Garden
mostra claramente as influências do projeto, navegando entre sonoridades brit pop com algum fuzz rock à mistura e bastante garage
rock e atmosferas indie. Garden carrega alguma melodia que contrasta
com outros cenários de caos sonoro, mas também tem marcadas as habituais
fraquezas que as bandas nacionais costumam apresentar neste género – pouca
ambição criativa e reduzida musicalidade, arriscando pouco em fugir ao status quo do género. [50%]
One Day (A
Journal) (ANTHONY W.
ROGERS)
(2018, Wildflow Media)
One Day (A Journal) é o novo álbum de Anthony W. Rogers, o seu terceiro trabalho, que mantém as mesmas
deficiências de sempre. Mantendo o mesmo registo a variar entre o 60’s pop rock, o surf rock e algumas incursões alternativas pelo meio, One Day (A Journal) mostra-se
desinspirado e recorrendo sistematicamente a ideias há muito esgotadas. Por
isso, este novo disco é mais um registo insonso, sem brilho e sem dinâmica. Um
disco que teve origem na sua residência rural e que tenta captar essa essência,
mas que acima de tudo se revela, desinteressante e aborrecido. [45%]
Comentários
Enviar um comentário