Entrevista: Endymion


Nuno Filipe tem criado vários projetos em áreas distintas do metal. O caso particular dos Endymion foi gerado há mais de dez anos, mas só agora se concretizou na publicação de um conjunto de quatro temas trabalhados em parceria com alguns convidados. Fomos falar com o criativo músico para perceber toda a engrenagem relativa às suas diferentes criações.

Olá, Nuno, como estás? Quem são os Endymion? Podes começar por apresentar esta nova entidade do panorama metaleiro nacional?
Bom dia Daniel, estou bem, espero que também estejas. Os Endymion são apenas mais um projeto musical que começou há uns anos atrás.

Quando surgiram os Endymion e com que motivações?
Este projeto musical surgiu já há bastantes anos atrás, se não estou em erro em 2006 ou 2007, já lá vai bastante tempo não consigo dizer em concreto. Este projeto surgiu como surgiram outros, apenas vontade de agarrar na guitarra e escrever algo. Na altura eu era bastante fã do power metal, desde Stratovarius, Sonata Arctica, Nightwish, etc. Estas músicas foram escritas nessa altura, em 2006/7 e até foi num espaço relativamente curto de tempo, na altura nem este projeto tinha este nome. Escrevi as músicas nessa altura mas devido a minha falta de experiência, o produto final não saiu grande coisa. Há uns anos atrás quando me pus a ouvir essas músicas escritas, pensei para mim, que elas até tinha bastante potencial e que foi pena não ter conseguido o resultado final desejado. Decidi agarrar novamente no projeto, reescrevi várias secções com as quais não estava satisfeito, decidi fazer arranjos orquestrais como deve ser e gravei as guitarras desta vez como devia ser, o que deu origem ao que hoje são os Endymion.

Para já, tu assumes a responsabilidade de quase tudo. Quase porque para voz chamaste o Leonel Silva e para os solos tens dois convidados. Já lá iremos. Para já o que te pergunto é se há vontade e/ou possibilidade de avançar de um projeto teu para uma banda?
Em princípio não existe ideia de formar banda mesmo, foi um projeto com um princípio, meio e fim, e o fim consistiu no lançamento do EP. Nunca escrevi estas músicas com ideia de as executar ao vivo, não que isso não fosse possível mas as músicas, apesar não serem complexas, requerem bons músicos para que as pudéssemos executar com o mínimo de qualidade necessária a satisfazer quem tivesse interesse em nos ver ao vivo. E depois o power metal não é propriamente um estilo que esteja ou alguma vez tivesse bastante exposição no panorama do metal, logo seria bastante difícil arranjar pessoas para tornar isto numa banda real.

Quanto aos convidados – assumindo que o Leonel Silva é um convidado! – e começando, precisamente por ele. No panorama nacional era a voz mais adequada ao estilo que aqui abordas, correto? Foi a tua primeira opção, suponho…
Por acaso antes do Leonel, houve outros vocalistas que quem tive contacto mas as coisas acabaram por não acontecer. Mas estou bastante contente que as coisas acabassem por funcionar com o Leonel, que fez um trabalho incrível, o que não me surpreendeu devido à sua vasta experiência na música e mesmo no estilo em questão.

Quanto aos dois guitarristas convidados, um deles, Kimon Zeliotis, já tinha trabalhado contigo no teu outro projeto, Synthetic Rainfall. Foi, portanto, uma continuidade…
Sim, o Kimon, já quase faz parte da mobília! Por assim dizer, quando gostas do trabalho de uma pessoa, continuas a trabalhar com ela. Apesar de ser um excelente músico é uma pessoa bastante boa de se lidar, conversar.

E quanto a Oliver Lukacs… quem é ele?
O Oliver é uma pessoa que eu já conhecia através de um fórum de produção, quer dizer conhecia a capacidade dele quanto a guitarra, que se diga que é bem acima da média. O Oliver foi uma oportunidade que surgiu porque o Kimon tinha a sua disponibilidade um pouco limitada, logo tive que procurar uma alternativa para dividir o trabalho quanto aos solos de guitarra. Mas acho que funcionou muito bem, acabou por conferir mais dinâmica, porque o Kimon e Oliver são dois excelentes guitarristas mas com abordagens diferentes.

Já que falamos dos Synthetic Rainfall, estes Endymion são substancialmente diferentes. Em qual dos campos te sentes mais à vontade a criar e a executar?
Sim, são muito diferentes mesmo. Com o passar dos anos o gosto musical foi sofrendo algumas mudanças. O projeto Synthetic Rainfall apareceu primeiro mas foi composto anos depois destas músicas dos Endymion, com o passar dos anos como disse o gosto musical foi progredindo, e os Synthetic Rainfall foram uma tentativa de escrever música num estilo que na altura gostava bastante, aliás ainda gosto de muitas banda do género mas foi também uma tentativa de escrever fora da área de conforto, que foi o que fiz. Logo respondendo à pergunta, é provavelmente mais fácil escrever algo na onda da género musical onde cresci musicalmente, o heavy metal, metal tradicional, logo seria algo mais aproximado aos Endymion.

Já agora, qual é ponto de situação em relação aos SR, dado que não há nada desde o EP Still Breathing de 2016?
Quanto aos SR, foi apenas outro projeto, não tenho ideia de agarrar novamente nele num futuro próximo.

Voltando a Forever Lost e a Endymion, vê-se no teu Bandcamp que tens algumas atuações agendadas para a Holanda. Que banda te acompanhará?
Por acaso também me pergunto porque é no bandcamp aparecem datas para um festival. Nao faço ideia porque lá aparece isso, ainda que quiséssemos nao seria possível porque não existe banda.

E depois, o que tens projetado?
Como disse, os Endymion são um projeto, se o fim foi a criação do EP, não o posso dizer com certeza mas não tenho planos para um álbum no futuro, pelo menos não por enquanto.

Obrigado, Nuno! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Quero agradecer-te a ti Daniel e a Via Nocturna pelo tempo concedido e disponibilizado quanto a este projeto. Um grande obrigado para ti e para todos que tiraram um tempo para ler a entrevista e ouvir o projeto.



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