Ninguém para os
Gloryful e a sua história em torno de Sedna que, neste novo trabalho, recua em
termos cronológicos. Quem não recua é mesmo o quinteto alemão que cada vez mais
se assume como uma das principais forças do metal europeu e
mundial. Para conversarmos sobre o caminho percorrido e, essencialmente, sobre Cult
Of Sedna, fomos, mais uma vez, falar com
o guitarrista Adrian Weiss.
Olá Adrian! Novo
álbum cá fora e mais uma demonstração de como fazer metal
nos dias de hoje. Começando por este tópico - como vês o metal atual e como analisas a vossa integração
nesta cena?
Obrigado! Fico contente que
gostes. Bem, nós observamos há algum tempo que o metal melódico e/ou power
metal na Europa, em muitos casos, tornou-se bastante polido e limpo, muitas
vezes abandonando alguma crueza que originalmente tinha. Portanto, para o nosso
último álbum, Cult Of Sedna, nós -
quase intuitivamente – adotamos uma abordagem mais pesada, mais grosseira e,
acho eu, mais orgânica, enquanto que, ao mesmo tempo, continua a ser cativante e
melódico. Esse foi o objetivo principal.
Pelo título, percebemos
que se trata da continuação da história em torno de Sedna. O que acontece desta
vez?
Sim, mas desta vez, cronologicamente falando, a história forma um prequela para os eventos nos
outros álbuns. Aqui, Sedna é reverenciada como uma deusa por um culto humano
formado para conjurá-la e adorá-la. Neste contexto, as letras são também sobre
os mecanismos psicológicos de soldados ou outros grupos de pessoas que
enfrentam perigo iminente.
Este é o vosso lançamento
mais forte de sempre? Como analisas este novo álbum em comparação com os vossos
trabalhos anteriores?
Acredito que, neste novo álbum,
fomos capazes de nos focar e aplicar os nossos pontos fortes da maneira melhor
e de uma forma mais eficiente do que antes. Como mencionei antes, a abordagem
foi mais intuitiva e, especialmente a performance vocal e a produção,
capitalizaram toda a experiência feita nos álbuns anteriores e performances ao
vivo. Assim, o novo álbum tornou-se basicamente um híbrido trabalhado com
espontaneidade e intuição bruscas, por um lado, e experiência, assim como
desenvolvimento natural, por outro.
Paradoxalmente, há
algumas músicas com uma vibe
rock que não existiam nos vossos
lançamentos anteriores. Isso significa que definitivamente estão numa fase
muito criativa, certo?
Bem, acho que podes dizer
isso. Os dois temas hard rockers do
álbum, True' Til Death e Desert Stranger, foram energicamente impulsionados
na fase de composição das músicas, mas também na fase final de produção.
Acredito que, curiosamente, a composição da música tenha sido lançada pelo Desert Stranger. Essas músicas mudam o
clima geral do álbum de thrashy para rocky, mas permanecem suficientemente pesadas,
de modo que se incorporam bem no fluxo musical e, ao mesmo tempo, adicionam
tempero e variedade. Simplesmente, sentimo-nos bem com elas e assim fizemos.
O método de trabalho foi
semelhante aos álbuns anteriores ou mudaram alguma coisa?
Não, nós vamos pelo
princípio de nunca mudar um sistema em execução. A composição básica da música
foi concebida e preparada por Johnny e Jens e, quando essas estruturas básicas
de músicas foram estabelecidas, os membros restantes da banda foram incluídos
na contribuição criativa. Por exemplo, eu trabalhei os meus leads e solos nos respetivos canais,
Hartmut trabalhou nos seus arranjos de bateria e Dani nas suas linhas de baixo.
É assim que funciona connosco. Desta vez, a produção foi especialmente
eficiente - o que foi necessário, porque tivemos uma certa pressão de tempo
devido a algumas complicações de produção no final.
Já existem alguns
vídeos (três, suponho!) relacionados com este álbum. Há previsões para mais
algum?
Depois do primeiro single The Hunt ter sido lançado, produzimos
um vídeo oficial para Brothers In Arms
e um lyric video para Void Of Tomorrow, para o qual também
produzimos, recentemente, uma versão japonesa, para a edição japonesa que será
lançada muito em breve. E, caso as coisas funcionem, esperamos produzir em
breve um vídeo para este álbum.
Os três primeiros
álbuns permitiram que tocassem com as maiores bandas e nos principais
festivais. Que aprendizagens trouxeram dessas experiências para a produção
deste álbum?
O que aprendemos até agora
no mundo da música e em conhecer todos os tipos de bandas e músicos consagrados
é que as carreiras de bandas, geralmente, não são lineares, por isso é crucial
nunca desistir e continuar. Simples assim - que é exatamente o que estamos a
fazer.
O álbum termina com Into The Next Chapter. Esta
é uma porta aberta para o próximo capítulo da história de Sedna e o próximo
álbum do Gloryful?
Sim, é o caminho para o
futuro da nossa música. Infelizmente, neste momento, não tenho autorização para
falar do conteúdo lírico do quinto álbum, maioritariamente porque… simplesmente
não sei!
E esse final mais melódico
poderá indicar uma abordagem mais melódica no futuro?
É difícil dizer exatamente,
mas acho que a arquitetura da banda é basicamente definida para uma abordagem mais
ou menos melódica, por isso, tenho a certeza que melodia continuará presente no
futuro. Mas posso garantir que não estamos a planear reduzir o peso...
E agora? O que têm
planeado para levar Cult
Of Sedna para palco?
O nosso projeto ao vivo, altamente
antecipado, para este álbum foi a nossa tournée
europeia com os Brainstorm e Mob Rules que aconteceu de 17 de
janeiro a 2 de fevereiro deste ano e que foi um grande passo e um grande
sucesso para nós. A tournée consistiu
em 16 espetáculos em 7 países (Alemanha, França, Holanda, República Checa,
Hungria, Eslovénia e Suíça) e foi sempre explosiva. Basicamente, o álbum foi
construído em torno do planeamento dessa tour,
por isso, adicionou muita força na conceção e planeamento do álbum. Estamos
todos prontos para tocar no Wacken Open
Air este verão e também estamos alinhados para alguns outros espetáculos. E
espero que haja mais alguns festivais.
Muito obrigado,
Adrian! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Mais uma vez obrigado pelo teu
interesse e apoio e a todas as pessoas que conhecemos na nossa recente tournée por toda a Europa que nos vieram
visitar, ver as outras bandas e divertirem-se connosco! Gostamos muito!
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