Se um estilo descrito como death gospel vos
parece estranho, experimentem ouvir Louise Lemón para tentar perceber o porque.
A artista, que divide a sua vida entre a Suécia e Espanha, acaba de chegar de
uma tournée com os Sólstafir, onde
tocou no Porto, e já prepara o lançamento do seu novo álbum A Broken Heart
Is A Open Heart. Foram estes os temas de
conversa com Louise Lemón.
Olá Louise, obrigado pela
disponibilidade! Como estão as coisas por Barcelona?
Agora tenho andado
entre a Suécia e a Espanha, com muitas viagens.
Depois de Purge, estás de
volta com um novo single e um novo
álbum. Qual foi a abordagem conceptual desta vez?
O processo de criação
deste disco foi diferente do de Purge.
Desde o início que tinha uma noção muito forte do que queria fazer e escrevi
este álbum num período de tempo muito mais curto, muito focado.
Mas, ainda antes de falarmos
de A Broken Heart Is A Open Heart,
importas-te de explicar em que consiste esse termo death-gospel?
Depois de um dos meus espetáculos
ao vivo, um crítico chamou a minha música de Death Gospel e eu e a minha banda sentimos que estávamos em casa
com essa descrição. Eu sempre tive dificuldade em explicar o meu som e esse
termo incorpora a escuridão, a profundidade, a alma e as emoções.
Para quem queria fazer um
álbum simultaneamente mais obscuro e mais claro, conseguiste? De que forma?
Sim, este álbum é
muito mais brilhante porque deixei que as músicas tivessem uma luminosidade que
não tinham antes. A forma como tirei as camadas faz com que as músicas estejam
realmente na vanguarda.
Que assuntos abordas nas
tuas músicas?
Eu escrevo sobre
mágoa. Esta é a minha tristeza na vida, se não de coração partido por alguém,
então por mim mesma.
A tua inspiração vem dos The
Doors e dos Fleetwood Mac. Como cruzas essas influências com a tecnologia
atual?
Desde sempre que ouço Doors. Quando era jovem, descobri os seus
discos na coleção de vinil do meu pai. Eles fizeram algo tão interessante e sem
polimento, enquanto que os Fleetwood Mac
é o oposto - muito produzido, mas sem perder nenhum dos sentimentos que às
vezes se perdem quando as coisas são polidas.
O primeiro single escolhido
foi Montaña. Por quê? É o teu lado
espanhol a falar mais alto?
Eu escrevi essa música
enquanto morava em Barcelona e canto sobre um sentimento que parece ser
equivalente a escalar uma grande montanha. Uma montanha real ou a tua própria
montanha de tristeza. Algo que parece inatingível.
Acabaste de terminar uma tournée europeia
com Sólstafir. Correu tudo bem?
Foi uma experiência
fantástica. Solstafír é uma banda
linda e extremamente gentil. Tocar todas as noites com a minha banda foi uma
verdadeira bênção e não poderia ter pedido nada mais.
Que lembranças guardas do
espetáculo em Portugal?
Lembro que foi uma das
últimas datas da tour, tendo acordado
no belo Porto. Tivemos um dia difícil naquele dia, mas o público esteve muito
bom e o espetáculo foi ótimo.
Mas este novo álbum já estava
terminado antes da tour, não estava?
Sim, o álbum estava
pronto antes de irmos em tournée,
lançamos o primeiro single Not Enough
enquanto estávamos em tournée e também
tocamos algumas das novas faixas ao vivo.
E agora, pronta para voltar
a palco novamente, agora sozinha?
Estou pronta e anseio
por isso. Vamos tocar mais faixas do novo álbum e adicionar alguns novos
instrumentos e pensar que será uma jornada verdadeira para se ver.
Comentários
Enviar um comentário