Entrevista: Sechem


Disputes With Ma Ba é o nome da estreia dos Sechem, assentando as suas influências no oriental metal, nomeadamente do antigo Egito. A banda internacional, mas sediada em Madrid, trabalhou com Yossi Sassi dos Orphaned Land num disco que pretende a conexão entre o passado e o presente. Dois membros dos Sechem – que bem se lembram da sua passagem por Lisboa e Porto em 2016 – Marta Sacri (flautas) e Paolo Andreotti (teclados, arranjos orquestrais e backing vocals) falaram com Via Nocturna.

Olá Marta e Paolo, como estão? Obrigado pela vossa disponibilidade. Podem apresentar os Sechem aos metalheads portugueses?
Olá! Obrigado pelo teu apoio e cobertura. Apreciamos muito. Somos os Sechem, uma banda de oriental metal (com temática egípcia) de Madrid, Espanha, embora os nossos membros sejam de diferentes partes do mundo, como México, Venezuela, Itália e, claro, Espanha.

Disputes With My Ba é a vossa estreia. Como foi todo o procedimento de criação e gravação?
Este é o nosso primeiro álbum completo, por isso queríamos ter a produção mais profissional possível. Foi um processo de dois anos desde que a primeira camada de composição foi escrita até ao lançamento oficial do álbum, mas a espera valeu a pena. Trabalhamos com o todo-poderoso Yossi Sassi para a produção do álbum que foi misturado e masterizado em Israel por Arie Aranovich e Jonathan Jiacobi para obter o melhor som possível. Foi um processo longo e meticuloso, mas não queríamos apressar as coisas. Foi também um processo chave de aprendizagem para todos nós e, embora tenha sido difícil em alguns pontos, estamos extremamente gratos a todos que colocaram os seus corações neste álbum.

Sendo que a vossa inspiração vem do antigo Egito, que tipo de histórias apresentam?
Neste caso particular, Marta Sacri escolheu vários contos egípcios antigos famosos para construir os conceitos do álbum. Podes ouvi-los de duas maneiras diferentes: podes pegar nas histórias dos contos em si (histórias sobre como superar dificuldades, auto-aperfeiçoamento, dúvidas, etc., mas na antiga era egípcia), ou podes ouvir a história da jornada de uma pessoa e uma banda através do difícil processo de tentar alcançar os seus sonhos. É interessante como podes sentir empatia e conectar-te com pessoas que eram muito diferentes de ti e viveram há 4.000 anos. Essa é a ideia principal do álbum: a conexão entre o passado e o presente.

O vosso nome também tem origem no antigo Egito? O que significa?
Sechem, que na verdade se pronuncia "Seshem", significa flor de lótus na antiga língua egípcia. Esta flor foi um dos símbolos do renascimento, pois abre as suas pétalas durante o dia e fecha-as à noite. É um belo paralelismo com a história da banda, que já experimentou um grande número de momentos maravilhosos e terríveis desde a sua criação. Sempre que a escuridão envolve o projeto, ele abre as suas pétalas com força quando o sol nasce novamente.

O movimento de oriental metal tem aumentado nos últimos anos. Existe uma cena real no vosso país ou não?
Bem, acho que somos a única banda de oriental metal da Espanha. É claro que algumas bandas têm algumas músicas que podem ser rotuladas dessa forma, mas não se consideram completamente oriental metal. Naturalmente que, internacionalmente falando, temos assistido a um crescimento no interesse por este subgénero, mas preferimos considerar os rótulos apenas como uma abordagem inicial que ajuda os fãs a reconhecer a banda; a cena real e importante é a cena do metal como um todo.

A maioria das bandas deste estilo é influenciada pelos Orphaned Land. Acontece o mesmo convosco? Que outros nomes poderiam citar como vos tendo influenciado?
Claro que Orphaned Land, e especialmente Yossi Sassi, tem sido uma enorme influência na nossa música. Mas também temos que mencionar Myrath, porque eles são agora os reis do oriental metal. No entanto, também podes sentir que a nossa música não é puro oriental metal, e isso porque também nos inspiramos não só na música folk/tradicional, como também em bandas como Epica, Diablo Swing Orchestra, Destiny Potato ou Marty Friedman.

Quanto a vídeos, o que têm até agora? Há projetos para mais alguns?
Para promover o Disputes With My Ba, filmamos um videoclipe para a música Horus & Seth e também temos um lyric vídeo para a música An Epic Journey To Yam com Yossi Sassi. Talvez este ano gravemos outro videoclipe, quem sabe?

O que têm previsto, em relação a palco, para promover este álbum?
Em menos de duas semanas, enquanto escrevemos estas linhas, partiremos para a nossa segunda tournée europeia que nos levará à Alemanha, Eslováquia, Hungria, Itália e, claro, Espanha. Também estamos a trabalhar para voltar a Portugal o mais rápido possível! Tocámos em Lisboa e no Porto em 2016 e foi uma das melhores experiências das nossas vidas. Na realidade adoramos o teu país.

Muito obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Vamos tentar em Português: Muito obrigado pelo seu apoio e tempo!! Portugal é grande!

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