Entrevista: Tronos


É a Century Media que patrocina a junção entre duas das mais criativas forças do metal mais extremo – Shane Embury, dos Napalm Death e o produtor Russ Russell (At The Gates, Dimmu Borgir, Napalm Death), aos quais se juntou o baterista Dirk Verbeuren. O seu metal apocalíptico e colossal, que tanto bebe como se afasta das bandas onde e com quem já trabalharam, será apresentado em abril no álbum Celestial Mechanics. Como forma de antecipação é Russ Russell quem nos fala do projeto, dos convidados, do álbum e do futuro.
 
Saudações Russ e obrigado pela disponibilidade. Quando sentirem a necessidade de começar este novo projeto?
Ei!! Sim, bem, obrigada por nos teres aqui. Bem, nós andamos em tournée, gravamos e somos amigos há mais de duas décadas e isto foi algo que falamos muito – fazer uma banda que misture todas as nossas bandas favoritas, sons diferentes, moods diferentes, desde as profundezas do inferno até flutuar nas estrelas. Precisávamos de satisfazer estes nossos desejos de fundir as nossas influências.

Que objetivos tentam alcançar com Tronos?
Nada mais real do que agradar a nós mesmos, fazer um álbum que queiramos ouvir para expandir os limites do que já fomos capazes e fazer algo novo e excitante para nós. Mas estamos muito honrados que outras pessoas também gostem.

E conseguiram essa combinação de música apocalíptica obscura com uma componente ambiente e frágil que procuravam?
Sim, totalmente. Pessoalmente não poderia estar mais contente com o que conseguimos e sei que Shane sente o mesmo. Agora sabemos o que temos de fazer com o próximo álbum, que já está a ser trabalhado e que nos vai levar ainda mais longe.

Podemos dizer que Tronos está equidistante das vossas outras bandas? Mas, de qualquer forma, trazem algumas das vossas influências para aqui, não?
Acho que toda a gente tem alguma influência do que criou antes, e nós certamente tocamos nesta vibe antes em algumas das faixas mais experimentais dos Napalm Death que fizemos ao longo dos anos. Embora ambos sejamos conhecidos maioritariamente pela música pesada em geral, nós dois gostamos de criar muitos estilos diferentes de música, muito do qual ainda não foi ouvido publicamente, mas também temos outro projeto a caminho... mas sobre isso, talvez mais tarde (risos).

Para além de vocês os dois, quem mais está nos Tronos?
Dirk Verbeuren na bateria, a terceira rocha onde se senta Tronos. Ele tem uma enorme energia. Nós somos o núcleo central.

Depois contam com uma lista relevante de convidados. Podes apresentá-los?
Tivemos alguns convidados muito especiais. Como Shane quis tocar guitarra, precisávamos de um baixo para o álbum e tivemos a sorte de ter Billy Gould, Troy Sanders e Dan Lilker que nos dão algumas incríveis performances de baixo. Snake dos Voivod juntou-se aos vocais num par de faixas adicionando a sua incrível personagem e a maravilhosa Erica Nockels adicionou a sua bela voz e alguns violinos incríveis em algumas faixas.

O que procuraram obter com a adição destes convidados no álbum?
Acho que muitas vezes pode ser bom ter outras personagens e estilos misturados num disco, especialmente num projeto assim, adiciona cor e variação. Nós não lhes dissemos o que tinham que fazer, simplesmente deixamo-los fazer à sua maneira e certamente adicionaram uma dimensão extra. Foram todos ótimos naquilo que introduziram.

Assinaram pela Century Media com o vosso primeiro álbum a ser lançado em abril. Estão ansiosos pelo lançamento?
Temos com a Century Media um relacionamento muito forte e de longa data e parecia ser esta a editora óbvia para nos acompanhar. Eles estão connosco neste álbum, e sim, estamos super animados para o por cá fora para o mundo. Espero que as pessoas gostem, mas no final, este é um disco para o nosso próprio prazer.

Que conceito abordam em Celestial Mechanics?
Acho que, enquanto muitas referências são sobre a morte, de um ângulo pessoal, às vezes, e também de uma perspetiva mais ampla, é muitas vezes um olhar edificante para as possibilidades da vida após a morte. O que acontece com todos nós? Sentimos grande tristeza na perda, mas é bom sentir isso, e para sermos positivos sobre isso, vamos viver, talvez com uma nova corrida num novo planeta, talvez enviado para algum mainframe mondo ou apenas como energia pura como já somos na realidade, mas sem o aprisionamento da forma humana.

Uma vez que os Napalm Death estão agora em tournée, quando poderemos esperar uma tour dos Tronos?
Agora é difícil dizer. Nós gostaríamos, a logística é um pouco complicada, provavelmente teríamos de recrutar alguns novos membros para atuar ao vivo, mas, com certeza, é uma possibilidade.

Muito obrigado, Russ! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado pelo teu interesse e apoio, maciçamente apreciado. Espero que gostes do álbum.

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