Entrevista: Cygnus Atratus


Erik Callaerts (guitarra) e Benny Vercammen (baixo) já são experientes e não acreditam em contos de fadas. Por isso, quando começaram juntos a aventura dos Cygnus Atratus sabiam bem ao que vinham e estavam cientes das dificuladades da atual indústria musical. Isso não impediu, todavia, de criar um Empyrean Heaven de muito bom gosto. Com a problemática associada à vocalista ainda presente, foi Benny Vercammen que nos respondeu, aproveitando para apresentar a nova frontwoman.

Olá Benny, obrigado pela disponibilidade! Quem são os Cygnus Atratus? Impostas-te de apresentar a banda aos metalheads portugueses?
A banda foi fundada por Erik Callaerts (guitarra) e por mim, Benny Vercammen (baixo). Éramos colegas de escola e tocamos juntos em várias bandas de metal de 1978 até os anos oitenta. Juntamo-nos à banda de prog Omega Xentauri em 2012. Depois de lançar um CD, estava na altura de mudar para algo diferente. Com novos membros na banda, a música tornou-se mais prog/powermetal e mudamos o nome para Cygnus (lançando um EP - The First Hour) e mais tarde para Cygnus Atratus.

De onde vem a inspiração para o nome da banda? Tem algum significado especial?
Achamos que o nome deve refletir o sentimento da música e das letras. Tem um sentimento prog e, como somos fãs da fase inicial dos Rush e de ficção científica, o termo Cygnus (uma constelação de estrelas e uma música dos Rush - CygnusX-1) veio-me à ideia. Porque é um nome que já é muito usado (empresas, jogos,…) depois do EP mudamos para Cygnus Atratus, que é o nome científico para o cisne negro.

Sendo que os atuais membros da banda têm experiência de várias bandas, o que estavam à procura com este novo projeto?
Basicamente, apenas um line-up que pudesse ajudar a gravar um ótimo CD. Não é auto-evidente encontrar pessoas que tenham um gosto musical semelhante, sejam bons músicos e estejam dispostos a investir tempo na tua visão. E nunca se sabe como isso irá funcionar ao nível pessoal.

Que tipo de abordagem diferente trouxeram para esta nova banda?
Erik (que escreve todas as músicas e letras) tinha ótimas músicas novas. Tentamos encontrar músicos que pudessem ter ideias para adicionar algo extra. Acreditamos que a interação com outros músicos levará a novos insights e melhores músicas. A música ficou mais pesada que os Omega Xentauri e ficamos muito felizes com o resultado.

O primeiro EP, The First Hour, foi, de facto, uma ferramenta promocional para o álbum. Como foi a melhoria da escrita de um para outro?
O primeiro EP foi gravado com o objetivo de encontrar um vocalista. Tivemos a sorte de encontrar Frank Vermeiren e foi ele quem gravou os vocais. Conhecemo-nos pela primeira vez em estúdio! O baterista Tom Tuypens disse-nos que ele não poderia ficar na banda por causa de seu trabalho. Kjell De Raes juntou-se e começamos a trabalhar juntos em novas músicas. Gravamos o CD com os vocais de Frank, mas ele teve que sair da banda devido a problemas pessoais. Os vocais foram regravados por Flip Lemmens (ex - Fireforce), mas sentimos que isso dava uma sensação diferente às músicas que não era aquilo que procurávamos. Aí, entrou Marieke Bresseleers. A escrita foi boa, o processo de gravação é que foi complicado.

Exatamente, os vocais estiveram sob a responsabilidade de Marieke Bresseleers. Ela é membro permanente dos Cygnus Atratus ou apenas um membro da sessão?
Sempre tivemos a intenção de adicionar vocais femininos em Quanying. Marieke tocou numa banda (Circle Unbroken) com Kjell. Ela é uma cantora muito talentosa e quando Flip deixou a banda, ficamos muito felizes por ela querer fazer o álbum inteiro. Tínhamos esperanças que ela se juntasse a nós para espetáculos ao vivo, mas tinha obrigações com a outra banda. A nossa nova cantora é Iris L’Or, uma grande intérprete com uma voz fantástica.

Para quem não vos conhece, como descreverias Empyrean Heaven?
Depois de The First Hour, que tem algumas letras conectadas através de uma história que Erik escreveu sobre os últimos dias da raça humana, queríamos fazer um álbum conceptual sobre este tema. Durante a escrita, outras ideias musicais surgiram, mas isso será algo para o futuro. Ainda há algumas músicas no álbum que fazem parte da história. Nós tentamos criar uma certa atmosfera que se encaixasse nas letras e fosse musicalmente desafiadora, mas com um papel importante para a melodia. Por isso, esperamos que algumas das melodias sejam earcatchers. Mas a música requer uma verdadeira escuta old school. Gostaríamos de ter dinheiro para lançar o álbum em formato vinil, para que as pessoas não saltassem de uma música para a outra depois de 10 segundos.

Até agora lançaram três vídeos, certo? Que canções foram escolhidas e há planos para mais algum?
Na verdade, lançamos um vídeo com o Frank após o lançamento do EP e alguns teasers para o álbum. Temos um vídeo para Quanying, porque tivemos algumas reações muito positivas para essa música. É possivelmente a música mais acessível porque é uma balada. Mesmo as pessoas que não gostam de metal podem gostar dela. Regravamos duas músicas com Iris (Ritual e Lady of Stone) e num futuro próximo lançaremos um vídeo com ela. Desta forma, as pessoas vão conhecer Iris e ouvir que ela é uma excelente cantora e vocalista.

Sendo uma banda jovem, que sonhos e objetivos têm em mente poder concretizar?
A banda pode ser jovem, mas Eric e eu não somos. Por isso, já não acreditamos em contos de fadas. Simplesmente esperamos fazer alguns espetáculos, talvez como suporte de algumas bandas mais famosas ou fazer alguns festivais. Ficamos felizes com as boas críticas e se pudéssemos fazer um acordo com uma editora seria ótimo. Esperamos que este line-up permaneça unido e possamos encontrar financiamento para fazer um novo CD. É um sonho lançar em vinil - a combinação de boa música e obras de arte fazem de um LP um meio fantástico.

Podes falar-nos um pouco do processo de gravação? Correu tudo bem em estúdio?
Estamos muito felizes com o Art Sound e JP Kerckhofs. Ele é muito experiente (os Praying Mantis, por exemplo, também gravam no Art Sound) e achamos que ele fez um ótimo trabalho, não só na produção, mas também tocou teclados. Claro, porque temos um orçamento limitado, tudo tem que ser rápido! Bateria um dia, guitarras rítmicas e solo dia e meio. Marieke cantou todas as músicas e os backing vocals em menos de 6 horas. Naturalmente Erik gostaria de mais algum tempo, porque acha que pode fazer melhor, também nos arranjos da guitarra.

Prontos para ir para palco? O que têm planeado?
Vamos tocar as músicas do álbum e do EP. Para pequenos locais, será um espetáculo muito básico. Para locais maiores, estamos a trabalhar num palco atraente, que tem a atmosfera do álbum e do seu artwork. Ao vivo também temos o novo membro Anke De Raes nos teclados.

Muito obrigado, Benny! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado! Achamos que é ótimo que pessoas de Portugal estejam interessadas na nossa música. Se tiverem mais dúvidas, ficaremos felizes em as esclarecer.




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