Os Frozen Land são o
coletivo que carrega nos ombros a tradição do power metal melódico finlandês e que tem a responsabilidade de trazer essas
fantásticas moods dos Stratovarius e
afins para a atualidade. E porquê? Porque, na opinião de Tuomas Hirvonen –
guitarrista e líder da banda – falta melodia (entre outras coisas) ao power
metal contemporâneo.
Obrigado, Tuomas,
pela disponibilidade. O teu projeto a solo desenvolveu-se nos Frozen Land.
Podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá a todos! Vocês, os bangers portugueses de metal, são loucos! Esperamos que a nossa
música seja ouvida em alguns fóruns do teu lindo país. Frozen Land tem como objetivo trazer de volta o power metal dos anos 90. Sentimos que
foi a era de ouro do power metal com
bandas como Stratovarius, Rhapsody, Sonata Arctica... Claro que essas bandas ainda estão por aí, mas
mudaram bastante durante estes anos. Nos comentários às suas músicas no youtube, muitos fãs pedem-lhes para
voltar a esse "som de ouro" ou "era de ouro". Bem, nós
tentamos trazer de volta esse som dourado.
Precisamente,
percebe-se que vocês pegam nessas velhas melodias da era dourada do power metal finlandês e trazem-nas para uma abordagem moderna, com algumas
semelhanças aos Stratovarius. Para além deles, quais são as vossas principais
influências?
Sim, é verdade. Bem, na
minha juventude fui o maior fã de Yngwie
Malmsteen. Mas depois desleixou-se. Yngwie levou-me a Bach, Paganini, Vivaldi e tal. Mas Yngwie foi uma
grande influência no estilo rock, e
com ele também encontrei bandas lendárias como Rainbow. Meu Deus, eu ainda ouço Dio era Rainbow, lindos
sons. Depois cheguei ao metal com
bandas como Children of Bodom, Ensiferum e Wintersun. Os primeiros álbuns de Wintersun ainda fazem explodir a minha mente!
Portanto, o objetivo
da banda é trazer de volta a glória e o poder do power metal finlandês?
Claro que é! Sentimos que
alguma coisa está a faltar. E tu perguntas o que? Acima de tudo, melodias. E o
som geral? Hoje em dia todos tentam ser limpos. Onde está o reverb, o delay e os big drum!! Os Beast In Black tiveram um grande
primeiro álbum, mas é mais do género UDO
com teclados dos anos 80 e um pouco de Nightwish
dos seus singles de sucesso. O
segundo álbum já não gostei muito. Mas, com certeza, Kabanen é uma pessoa muito
talentosa.
Sendo uma banda
finlandesa, como descobriram um vocalista italiano, Tony Meloni? Mora na
Finlândia?
Descobrimos Tony no youtube. Estava a tentar encontrar o
cantor que fizesse covers dos Stratovarius e encontrei-o! Ele tem
ética de trabalho, é uma pessoa adorável!
Como foi o processo
de criação deste álbum, sendo uma banda tão jovem? Muito rápido, suponho...
Eu fiz todas as músicas a
cantarolar para o meu telemóvel e enquanto conduzia para o trabalho. É verdade!
Ou seja, demorei cerca de 4-5 meses a conduzir até ao trabalho (risos). A
produção levou mais tempo, já que tivemos que fazer novamente as guitarras
devido a falhas técnicas no som.
Como aparece uma
versão de uma música de E-Type no vosso álbum?
Basta olhar para as fotos de
E-Type (o cantor) no google e pensar que tu és uma criança de
12 anos (risos). E também tem uma melodia cativante!
Já vimos que houve
alguns problemas com as guitarras, mas, de uma forma geral, como decorreu a experiência
em estúdio?
A bateria foi gravada em
dois dias, tal como os vocais. Com as guitarras tivemos problemas e acabei por
as fazer no meu "estúdio" em casa. Teria ficado contente se as
pudesse ter colocado num local de treino mais sujo…
Como jovem banda,
como já referimos, de que forma estão a vivenciar esta experiência de começar a
carreira logo na Massacre Records, uma das editoras mais importantes da cena metal?
Bem, sinto que a indústria
da música em geral está a morrer. Ninguém lhe liga. Há muita música e de acesso
muito fácil. Como se levantar? Máscaras e pintura de rosto não é a nossa cena,
mas graças a Deus ainda temos editoras como a Massacre, mas é difícil para eles promoverem-nos no mercado.
As primeiras reviews têm sido ótimas. Estavam à espera disso?
Claro!
Têm algum vídeo
retirado deste álbum?
Não temos dinheiro já que eu
financiei tudo (não foi uma decisão negocial muito sábia - risos!)
O que têm previsto em
termos de tournées?
Tínhamos uma tour agendada com um nome muito grande
do metal, mas, infelizmente, não se
concretizou. Vamos ver se podemos fazer alguma coisa.
Muito obrigado,
Tuomas! Queres deixar alguma mensagem ou acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado pelo teu
tempo. É por causa de editoras como a Massacre
e zines como a vossa que a indústria
do metal ainda pode prosperar e os
jovens ainda levam a guitarra na mão em vez de um iphone... United we stand!
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