Depois de dois splits e um EP, já estava na altura dos Booby Trap
nos brindarem com um novo longa-duração. E de facto brindaram com Stand Up
And Fight, um registo onde se estreia um
novo baixista. Ainda antes da banda refrear um pouco as suas atividades por
razões pessoais, o vocalista Pedro Junqueiro fala-nos deste novo álbum.
Olá Pedro, como estás? Obrigado pela disponibilidade! Os
Booby Trap estão de regresso. Onde se inspiraram desta vez para criar Stand Up And Fight?
Inspiração é coisa que felizmente nunca falta por estes lados, somos uma
banda extremamente criativa no que à parte musical diz respeito e como fazemos crossover, não metemos qualquer tipo de
limitações ao tipo de som que nos apetece fazer, se estamos mais virados para o
punk hardcore, sai um tema nessa
linha, se estamos mais virados para o lado thrash,
speed ou heavy, sai um tema nessa onda também. De resto a nossa vida e a
sociedade em que vivemos não nos falta com assuntos para escrever e destilar a
nossa raiva.
O Overloaded tinha saído em 2016. Por onde andaram e o que fizeram durante este
período de três anos?
Desde o Overloaded tocámos
imenso por todo o país desde festivais a concertos em nome próprio e lançámos
um EP (Drunkenstein) e dois splits com os Albert Fish, ou seja, não estivemos própriamente parados…
Quando começaram a trabalhar em Stand Up And Fight?
Em 2017, logo após a gravação do Drunkenstein.
Regra geral assim que voltamos aos ensaios começamos simultaneamente a ensaiar
para os concertos e a escrever músicas novas, passa-se o mesmo atualmente,
ainda agora saiu o Stand Up And Fight
e já temos alguns temas escritos para o próximo registo. Verdade seja dita já tínhamos
o álbum praticamente todo escrito no inicio de 2018 e a ideia inicial seria gravá-lo
durante o verão para sair ainda nesse ano mas entretanto surgiram convites para
atuar no Vagos Metal Fest e no Laurus Nobilis Famalicão e então
decidimos apenas começar a gravar depois destes festivais de verão.
Uma das principais novidades é a entrada do Tójó para
o baixo. Quando é que isso sucedeu? Participou na composição
destes novos temas?
O Tójò entrou para a banda em maio de 2018. O anterior baixista vinha a
demonstrar um claro desinteresse no trabalho da banda o que naturalmente
culminou na sua saida, e o Tójó foi a
primeira opção para o substituir, já era nosso amigo pois também toca nos Estado De Sitio, banda hardcore aqui de Aveiro com quem
regularmente nos cruzamos em concertos e pareceu-nos a escolha acertada para o
lugar. De facto não poderiamos estar mais satisfeitos com a mudança, ele
encaixou perfeitamente no espírito da banda e as coisas têm corrido lindamente
desde então. Como disse anteriormente, este álbum já estava praticamente todo
escrito, apenas um tema foi composto já depois da entrada dele mas como
qualquer bom baixista, ele deu o seu próprio toque às músicas o que lhes trouxe
uma nova roupagem.
Em termos de abordagem musical, como foi a vossa
postura para este novo disco?
Somos uma banda totalmente anárquica no que à escrita da música diz
respeito, nunca pensamos que rumo que queremos dar a este ou outro álbum,
ouvimos de tudo um pouco, desde Aerosmith
até Obituary e isso obviamente
reflete-se na música que fazemos. Essa mescla de géneros já é a nossa imagem de
marca e duvido que algum dia abdiquemos desse estatuto, duvido que o próximo
registo tenha a mesma sonoridade que este e acredito que conseguimos sempre
fazer algo diferente de disco para disco.
Este lançamento acaba por ser, como já vinha
acontecendo, pela tua editora. Como fazes essa gestão de estar nos dois lados?
Estes 5 anos que já levo com a Firecum
Records já me deram algum know how
de como devo fazer as coisas e de como funciona o mercado em Portugal. Estando
a trabalhar para a minha própria banda, tudo se torna ainda mais simples, sei
objetivamente o que quero e como lá chegar, é literalmente o melhor dos dois
mundos.
Fala-me agora dos convidados que tens a colaborar no
disco. Como se proporcionou a sua presença e contribuição?
Desde o Survival de 2013 que
temos sempre feito questão de ter alguns convidados nos álbuns, principalmente
a nivel de vozes. É bastante comum eu ter ideias para jogos de vozes que
funcionariam muito bem com outros registos que eu não consigo fazer e como
tenho uma relação bastante próxima com alguns dos melhores vocalistas da nossa
praça, faço questão de os arrastar até ao nosso covil para umas experiências,
foi o caso do Lex Thunder (Midnight
Priest/Toxikull) e da Inês Menezes
(Albert Fish). Os temas em questão eram perfeitos para as suas vozes e eles limparam aquilo num instante.
Têm algum vídeo retirado de Stand Up & Fight?
O primeiro vídeo a sair foi com o tema título Stand Up And Fight. Saiu aproximadamente um mês antes do álbum para
aguçar o apetite para o que aí vinha. Na semana em que o álbum saiu, lançámos
um novo vídeo, desta feita do tema em que o Lex Thunder participou, Full
Of Shit, que é oviamente uma homenagem ao que de melhor se fez nos anos 80
e mais recentemente saiu tambem um lyric
video para o tema O Bom, O Mau E O
Filho Da Puta que gravámos com a Inês
Menezes.
Como está a vossa agenda em termos de espetáculos ao
vivo?
No imediato não temos muitos concertos marcados por questões pessoais
minhas, vou ser pai de novo muito em breve e decidimos abrandar um pouco as
atuações nesta altura mas já temos algumas agendadas: Um Metaleiro Tambem Chora Fest em junho, o Rock Dos Romanos em setembro, o Bairrada
Metal Fest em outubro e mais umas quantas datas sobre as quais para já
ainda não posso adiantar informações.
Projetos para os próximos tempos, o que têm em vista
ainda fazer?
Queremos continuar a tocar o máximo possível e a gravar discos enquanto
tivermos vontade e inspiração para isso. Posso adiantar que ainda este ano
faremos pelo menos mais 2 lançamentos que até já estão gravados e estamos neste
momento já a escrever o nosso próximo trabalho pelo que quem nos acompanha,
pode ficar descansado que não faltarão musicas novas de Booby Trap nos próximos tempos…
Obrigado, Pedro! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Apareçam nos concertos, venham testemunhar o nosso poder ao vivo,
comprem os nossos discos e de uma forma geral apoiem o underground, unidos somos mais fortes.
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