Under The Witching Cross (BEWITCHER)
(2019, Shadow Kingdom Records)
Under
The Witching Cross é o segundo
álbum dos Bewitcher, banda que segue
religiosamente as coordenadas definidas pelo occult metal e satanismo das bandas dos anos 80 (Venom, Evil, Razor). Não sendo
propriamente black metal como hoje
definimos o estilo, a banda de Portland destila a sua adoração a Satanás de uma
forma menos extrema e mais orientada para o speed
metal. Um conjunto de lançamentos menores – demos, singles e
compilações – fazem parte do curriculum
desta verdadeira instituição underground
que se está completamente a lixar para os cânones atuais. Basta ver este novo
disco: oito temas em pouco mais de meia hora de uma entrega tresloucada e de
canções visceralmente orgânicas. [65%]
Forgotten
Lands (BOOZE CONTROL)
(2019, Gates Of Hell
Records)
Podem não ter o nome mais bombástico do atual
cenário do metal germânico, mas os Booze Control não se ralam com isso.
Para eles o importante é estar no metal
de uma forma descomprometida, respeitando o legado dos grandes nomes da era de
oitenta – Maiden e Riot à cabeça – e fazer música
claramente old school. Ao quarto
álbum intitulado Forgotten Lands
estreiam-se para a Gates Of Hell Records
e continuam a evoluir. A sua técnica já era conhecida, sendo, provavelmente, um
dos jovens coletivos alemães com maior capacidade técnica e de execução (quase
que poderia ser considerados como praticantes de um prog-NWOBHM!), mas agora adicionam, de forma consistente, uma maior
diversidade na composição o que leva, por exemplo, a que temas como Of The Deep ou Attack Of The Axeman apresentem uma capa épica sobre o seu metal tradicional. [80%]
When Heroes
Fall (ATTIKA)
(2019, Pure Steel Records)
Originalmente lançado em 1991 pela Prison Records e em formato K7 (dois anos mais tarde teria direito
a uma edição em CD), estranhamente este disco entrou no rol de “álbuns de
culto”. Bom, a verdade é que a banda demonstra alguma técnica, o que conjugado
com uma postura épica, os torna interessantes em muitos momentos, aproximando-se
de nomes como Omen, Savatage ou Fates Warning. O problema que entretanto surge coloca-se a dois
níveis: alguns temas não conseguem acompanhar a tendência positiva da maioria
do álbum e, principalmente, o trabalho vocal – não a forma como as vozes no
geral são arranjadas, mas o vocalista principal em especial – deixa muito a
desejar. E muitas vezes acontece desejarmos que Robert Van War se cale para ouvir apenas a banda na sua destreza
instrumental. A reedição desta peça surge este ano, mantendo a original
sonoridade old school (ainda bem
acrescentamos nós) e trazendo como bónus a versão ao vivo do tema Silent Rage. [72%]
O Refúgio
(CINEMUERTE)
(2019, Raging Planet Records)
O
Refúgio é o título do mais recente disco dos CineMuerte e marca o fim de um capítulo
na história da banda lisboeta. Para trás ficou a sala de ensaios onde durante
18 anos se trabalhou e que tão carinhosamente era chamada de… Refúgio. Num processo de relação
causa-efeito (ou talvez não!) O Refúgio
marca, também, uma clara e substancial mudança sonora – vê os CineMuerte enfrentarem a tempestade da
vida e de lá saírem com um trabalho mais imaginativo e mais ousado. Embora isso
sem sempre signifique mais interessante. A secção ritmica de O Refúgio é qualquer coisa de
assombroso, mas não é, de todo, acompanhada nos restantes parâmetros. O aumento
de obscurantismo é acompanhado de um incremento da eletrónica, dos
sequenciadores e dos samples. No
fundo, perdem-se as típicas atmosferas melódicas e envolventes, acabando por
arrastar a magnifica voz de Sophia
Vieira que fica um pouco perdida no meio de tanto noise. [59%]
Best Of 4
(BAI BANG)
(2019, Lions Pride Music)
São quatro os álbuns lançados pelos Bai Bang entre 2009 e 2017. Por isso,
estava na altura de juntar os melhores temas desta força do hard rock sueco e eis que surge Best Of 4. É este o registo que mostra a
atitude glam/sleaze rock metal do
coletivo e que lhe tem granjeado bastante reconhecimento. Um registo que é o
resumo de uma carreira bastante ativa de uma das melhores bandas do género na
atualidade. Senhores de uma postura exuberante e estilisticamente enriquecida,
os Bai Bang descendem diretamente
dos grandes nomes americanos do género do século passado, trazendo para os dias
de hoje todo um estilo de composição e de execução que não deixa ninguém
indiferente e que resulta na criação de temas curtos, mas que se revelam
verdadeiras bombas de glam. [76%]
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