Vastaus (ALASE)
(2019, Inverse Records)
Situemos os Alase – próximo de bandas
como Katatonia, Swallow The
Sun, A Perfect
Circe, The Ocean e mesmo Pain Of
Salvation. Situemos Vastaus
– novo disco da banda finlandesa, com predominância da língua materna (apenas
um tema é cantado em inglês) e com recurso a seis vocalistas diferentes.
Melódico, melancólico, com forte ênfase nos ambientes e atmosferas tranquilas,
mas gélidas. Musicalmente Vastaus cruza metal, rock, post-rock
e death metal. Sim, porque algumas dessas paisagens tranquilas que
falamos são, subitamente, agitadas por ventos violentos e descargas elétricas arrasadoras.
Fortes temporais que servem para reforçar o poder da tranquilidade e da
melancolia dos momentos seguintes. [73%]
Celestial
Mechanics (TRONOS)
(2019,
Century Media Records)
Tronos é o nome do projeto
internacional que junta Shane Embury (Napalm Death) – atualmente envolvido numa incontável
série dos mais diversos projetos – o produtor Russ Russel (At The Gates,
Dimmu Borgir, Napalm Death) e o veterano baterista belga Dirk
Verbeuren (adicionado
de um conjunto de outros convidados). Naturalmente, quando se cria um projeto paralelo,
a intenção é fazer música que, por norma, não encaixe na banda principal. E é,
de facto, isso que acontece em Celestial Mechanics que apresenta, de
forma apocalíptica e colossal, um metal eclético assente na contemplação
atmosférica, daí que nem os violinos faltem! Mas a base de Celestial
Mechanics tem muito da escola sludge dos Crowbar, por exemplo,
embora fortemente mascarado por passagens doom e por muito groove
a lembrar Machine
Head. Nesse sentido
acaba por ser um álbum que mantém a costela de extremismo que os fãs dos nomes envolvidos
deverão apreciar, mesmo que o habitual extremismo apareça de forma mais controlada.
[68%]
Restore
The Order (LOWER 13)
(2019,
Pure Steel Records)
Restore The
Order foi o
terceiro trabalho dos americanos Lower 13 e teve uma primeira edição em 2016 de forma
independente. O power trio de Ohio busca nas raíxes do heavy metal
a sua inspiração sobre a qual adiciona a sua própria visão do género,
nomeadamente, a tradicional postura nervosa da nova geração. Por isso, Restore
The Order mostra muitos bons momentos através de um conjunto de músicos com
uma capacidade técnica apurada, não só na execução, como na criação. A própria visão
que falávamos refere-se à vertente de agressão e de provocação que nem sempre assenta
muito bem. De alguma forma procura-se a inspiração nos Avenged
Sevenfold, mas Restore
The Order seria um disco muito melhor se os Lower 13 fossem apenas… os Lower 13! [71%]
Endtime
Poetry (HALLS OF OBLIVION)
(2019,
Metalapolis Records)
Com o EP de estreia,
The Blind Legion, os Halls Of Oblivion não conseguiram impor
o seu nome no meio do death metal melódico, mas tudo parece ser
diferente agora com o seu primeiro longa-duração intitulado Endtime Poetry.
Este novo registo é uma coleção de negras poesias assentes em melodias e
harmonias que crescem sobre riffs demolidores e vocais sinistros que
tanto têm de death metal como de black metal, sendo que, por
vezes, até doom da escola My Dying Bride parece surgir entre
as penumbras. Sem piedade, honesto e muito pesaroso, Endtime Poetry vive
num permanente estado de linhas melódicas sacadas à guitarra de Marcel Welt, onde se incluem alguns
momentos acústicos. Assim, o quarteto alemão demonstra as suas habilidades musicais
e sentido das subtilezas do death metal melódico com as influências do black
e doom metal a serem complementadas com o uso de sintetizadores, capazes
de criar uma atmosfera única. [70%]
Realms Of Time (DIVINER)
(2019, Ulterium Records)
Realms Of
Time é o segundo
disco para os gregos Diviner, banda que nasceu da junção de dois ex-InnerWish, e sucede a Fallen
Empires, do ano 2015. A nova visão dos Diviner é produzir um metal
poderoso, intenso, profundo, pesado, obscuro e melódico. São muitos adjetivos,
é certo, mas todos eles podem ser encontrados nos dez temas que compõem este registo.
Naturalmente, não todos os predicados em todas as faixas, mas distribuídos de
forma aleatória pelas diversas composições. Realms Of Time é um disco
moderno, criado, executado e produzido pela mais recente bitola do género, embora
sem perder muito da magia que o metal tradicional ainda incorpora. Neste
disco, onde se estreia o novo guitarrista Kostas Fitos que substituiu, em
2017, Thimios
Krikos, a banda procura
alargar os seus horizontes, explorando novos territórios e criando um disco épico
de poder, energia e emoção. [73%]
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