Hail Stan (PERIPHERY)
(2019, Century Media Records)
Hail Stan é o sexto álbum dos Periphery,
uma das bandas que mais tem lutado para sucessivamente expandir os limites do prog
metal, seja pelas suas incursões pelo metalcore, seja pelas
aproximações ao movimento djent. E Hail Stan não é exceção nessa
constante evolução. Os Periphery continuam suficientemente (até
exageradamente, acrescentamos nós) agressivos, mas conseguem, ao mesmo tempo,
mostrar-se mais melódicos e com mais diversidade. O exemplo perfeito são os
quase 17 minutos de Reptile, faixa de abertura, com a introdução de uma
orquestra e coros. Curiosamente, logo a seguir vem Blood Eagle, uma
faixa onde se faz questão de mostrar toda a brutalidade que o coletivo contém.
Por outro lado, é em temas como Garden In The Bones ou It’s Only
Smiles onde a sua capacidade técnica e melódica mais se evidencia. No fundo, é esta a melhor forma de se fazer metal progressivo moderno. E a cada
álbum que lançam, os Periphery mostram-se cada vez mais ousados. [76%]
Live (BULLET)
(2019,
Steamhammer/SPV)
Depois de seis álbuns de
estúdio, os Bullet lançam o seu primeiro registo ao vivo – de uma forma
simples e direta intitulado Live - e é aqui que podemos encontrar tudo o
que define o coletivo sueco que gira em torno do vocalista Hell Hofer e
do guitarrista Hampus Klang. Heavy metal tradicional, com a
referência aos Accept sempre presente, destilado de uma forma que não
consegue esconder os verdadeiros valores e a paixão pelo género. Senão reparem
– quantas bandas atualmente apresentam uma parede de Marshalls, viajam
num velho autocarro e tocam 100% ao vivo sem backing tracks? Pois bem,
não muitas. Live mostra precisamente essa atitude de adrenalina,
selvagem, verdadeira e honesta da banda sueca quando está em palco, seja em
pequenos clubes, seja nos grandes festivais. Foi captado quase na totalidade na
Alemanha, numa mistura de três gigs desde a Storm Of Blades Tour,
em 2017 até à Dust To Gold Tour, em 2018, apresentado num álbum duplo
com 18 emblemáticos temas da banda. [80%]
Sweet Songs Of
Anguish (RED
DEAD ROADKILL)
(2019, FastBall Music)
Obscuro, furioso e
encantado – algo de novo nasce a partir das cinzas de uma banda esquecida - canções
da alma forjadas com o coração. É disso que se trata quando se ouve Sweet
Songs Of Anguish, dos alemães Red Dead Roadkill. Alternativo,
moderno, poderoso, este disco traz doze temas emocionalmente possessos e a
variar entre o rock e o metal, com o trabalho de guitarra a
destacar-se claramente do resto do material apresentado. Nomeadamente no que
respeita à mais que batida dualidade vocal masculina e feminina. Red Dead
Roadkill é o projeto criado em torno de Radd (vocais) e Rob Lee
(multi-instrumentista) a quem se associam diversos convidados musicais que
ajudam a criar um disco feito à medida da nova geração de metal e metalheads,
com todas as virtudes, defeitos e clichés a ela usualmente associados. [66%]
Tetrarchia Ex
Bestia
(JUDASWIEGE/MORIBUNDO/SÖNAMBULA/BARBARIAN SWORDS)
(2019, Negre Plany)
Tetrarchia Ex Bestia é um split que junta quatro
bandas espanholas praticantes de sonoridades extremas. As honras de abertura
cabem ao black metal com influências thrash que os Judaswiege,
banda do eixo Barcelona/Valência, apresenta em quatro temas interessantes onde
o extremismo e a barbárie dominam, sendo que o melhor tema é The Iron Maiden,
numa abordagem à Slayer. Os três temas seguintes (onde se inclui o micro
tema Sufres com 31 segundos), apresentam o death/doom dos Moribundo
(Madrid/Salamanca). Melodias e orquestrações de desespero e tristeza colidem
com vocais demoníacos e blast beats devastadores em ambientes
angustiantes que vão alternando sucessivamente. De Bilbau surgem os Sönambula
com três temas – dois longos e um devastador que não chega aos dois minutos –
também de death/doom metal. Claramente menos inspirados que os seus
antecessores são a proposta menos conseguida e menos criativa do pacote. Para o
fim vêm os Barbarian Swords, de Barcelona, com dois longos temas de sludge/doom
angustiante, esmagador e claustrofóbico. Tetrarchia Ex Bestia acaba por
ser um disco importante no sentido de dar a conhecer o que nuestros hermanos
andam a fazer em termos de metal mais extremo e obscuro, havendo alguns
bons indicadores. [65%]
From Days Unto
Darkness
(HATRIOT)
(2019, Massacre
Records)
Thrash metal, bay area, Steve “Zetro”
Souza… Alguma coisa familiar? Claro que sim! Os Hatriot estão longe
desse momento histórico do thrash da bay area, pois só nasceram
em 2010, mas trazem o seu DNA. Desde logo porque o seu vocalista foi o lendário
Steve “Zetro” Souza que cantou nos dois álbuns anteriores. Mas agora,
para From Days Unto Darkness entregou o microfone ao seu filho Cody
Souza (já agora fica a informação que o baterista é Nick Souza,
outro filho!), numa linha de continuidade que se torna mais agressiva. Desta
forma o novo disco dos americanos incorpora alguns elementos que não eram muito
vulgares no tradicional thrash da bay area, mas que começam a
tornar-se referência numa linha mais moderna do estilo, nomeadamente na voz e
nas suas variações entre o mais berrado e o mais gutural. De resto, esperem o
habitual virtuosismo ao nível dos solos, frequentes harmonias ao nível das twin
guitars, riffs avassaladores e uma bateria supersónica o que faz
deste registo o mais poderoso da banda. [67%]
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