Entrevista: Vitriol


A música dos Vitriol é uma meditação em desprezo e abjeção e o seu principal objetivo é criar músicas extremas que priorizem a criação de um ambiente hostil. Depois do EP de estreia, o trio de Portland, optou por não reinventar o processo, mas sentiu que havia áreas onde melhorar. Assim surge To Bath From The Throat Of Cowardice e foi com este trabalho em vista que conversamos com um dos vocalistas (que acumula a função de guitarrista), Kyle Rasmunssen.

Olá Kyle, obrigado pela disponibilidade. O vosso primeiro EP foi muito bem recebido, por isso entraram na família Century Media. Mas, antes de mais, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Vitriol é uma banda de metal extremo de Portland, OR (EUA) composta por mim, Kyle Rasmussen (guitarra/vocais), Adam Roethlisberger (baixo/vocal), Mike Ashton (guitarra) e Scott Walker (bateria).

Quais foram os principais objetivos, quando criaram a banda?
O principal objetivo dos Vitriol era criar músicas extremas que priorizassem a criação de um ambiente hostil sobre a ambição musical. Qualquer esforço criativo e desafiador feito pela banda serve como um meio para esse fim, para te esmagar fisica e espiritualmente.

Antes do Vitriol, quais foram as vossas experiências musicais?
Adam, Scott e eu todos começamos a tocar juntos numa banda local de Portland há cerca de dez anos atrás. O projeto foi de curta duração, pois os meus objetivos criativos rapidamente começaram a entrar em conflito com as ambições da banda. Quando ocorreu a dissolução do projeto, comecei a desenvolver Vitriol.

Mudaram  alguma coisa no seu método de trabalho depois do EP?
Ficamos felizes em ter uma abordagem ao álbum um pouco de "se não parte…", abordagem essa que esteve na base do sucesso qualitativo do EP. Gostamos do resultado sonoro geral e sentimo-nos confortáveis em não reinventar o processo para a realização do álbum. Estando presente na mesa de mistura, o que foi uma nova experiência para mim e para Taylor Young (créditos de mistura), procurei uma abordagem mais prática. As duas áreas onde senti que era necessário melhorar a partir do EP foi os tons de bateria inorgânicos e o baixo relativamente inaudível (melodicamente). Acredito que corrigimos ambos os problemas com grande sucesso.

Quais as expetativas para este primeiro álbum?
Nas fases iniciais, o feedback foi impressionante. Eu sou muito humilde e olho em frente de forma positiva. A minha expetativa é que o álbum irá definir um nível. Estou ansioso para descobrir se podemos ou não encontrar-nos ao vivo. Temos trabalhado no sentido de criar uma tournée que não desaponte. O verdadeiro potencial das músicas só será percebido quando começarmos a tocá-las ao vivo.

Como descreverias, nas tuas próprias palavras, a vossa música?
A música dos Vitriol é uma meditação em desprezo e abjeção. A direção a isso, a energia oscila para dentro e para fora. Esse é o fio comum que conecta temas aparentemente desencarnados dentro do nosso trabalho.

Podes explicar porque têm dois frontmen?
A decisão foi bastante orgânica. Adam foi sempre o meu braço direito. Ele e eu temos uma abordagem muito DIY, utilitária para cada tarefa que foi definida antes de nós. Avançando com os Vitriol como uma peça glorificada, soube desde os primeiros dias, que era importante que eu controlasse a narrativa da banda e isso fez com que surgisse a problemática de um vocalista independente. Quando decidi assumir as funções vocais surgiu Adam e tivemos a oportunidade única de aprendermos juntos como vocalistas. Enquanto todos os participantes estiverem dedicados, não acho que haja muitas objeções razoáveis ​​para ter acesso a diferentes tons e faixas vocais. Eu sabia que Adam daria 110% para incorporar os seus vocais.

Que projetos têm em mente realizar nos próximos tempos?
É difícil manter a minha mente fora deste álbum, mesmo no começo do jogo, mas não acho que seja uma coisa muito valiosa para investir energia até que tenhamos atingido um crescimento suficiente. De momento, estamos a tentar manter o foco em todas as maneiras possíveis de levar To Bathe From The Throat Of Cowardice até ao próximo ano. Daqui a uma semana (contando a partir da data em que te estou a responder) filmaremos o nosso primeiro vídeo de apoio ao álbum.

E está a ser preparade alguma tournée?
Absolutamente! Dentro de menos de um mês, embarcaremos na nossa primeira tour com os nossos heróis Nile e Hate Eternal. Esta é uma oportunidade verdadeiramente surreal para a qual nos estamos a preparar de forma muito diligente. Não poderíamos estar mais honrados pela oportunidade de promover este álbum ao lado dos próprios artistas cujo trabalho foi tão essencial à sua inspiração.

Obrigado, Kyle, pela disponibilidade. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Nós apreciamos o teu interesse e tempo. Se encontrarem algo neste álbum que vos faça sentir algo, não se esqueçam de olhar para a nossa agenda de concertos e venham ver-nos. A energia e o propósito do álbum não são percebidos até que se testemunhe ao vivo. Espero por vós em breve!



Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #47 VN2000: White Lies (INFRINGEMENT) (Crime Records/We Låve Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)