Straight From The
Heart Of Nowhere (KILL CITY KILLS)
(2019, Sliptrick
Records)
São quatro os temas
presentes no EP Straight From The Heart Of Nowhere, do power trio
Kill City Kills. E estes são os primeiros quatro temas escritos por
Ellis, Nikki e Andrew enquanto banda. E, precisamente, como são os primeiros
nota-se boa vontade de fazer algo competente, mas também se nota que ainda não
há um caminho bem definido a seguir. Os russos têm neste EP um cartão de visita
interessante, com vontade de fazer a diferença – pelo menos em termos líricos
onde se sente muita rebeldia - mas com pouca originalidade e sempre muito
colado ao heavy metal/glam metal das bandas californianas dos anos 80. [62%]
Decade Of
Depression
(FISTER)
(2019, Listenable
Records)
Cerca de um ano após No
Spirit Within que marcou a estreia do trio de St. Louis na Listenable,
os Fister regressam com um registo onde põem a sua marca corrosiva em Decade
Of Depression. Esta é uma coleção de sete temas icónicos de outras bandas e
uma nova versão de The Failure, tema próprio lançado em 2016 num split
com os Dopethrone. De Metallica (For Whom The Bell Tolls)
a Slayer (Mandatory Suicide), passando pelos Danzing (How
The Gods Kill), Darkthrone (Too Old Too Cold) ou Hellhammer
(Reaper), os Fister colocam o cunho do seu sludge tóxico
marcando estas versões de forma muito pessoal. Ainda assim, em momento algum
conseguem fazer esquecer os respetivos originais. É o risco que se corre quando
se fazem versões de temas históricos. [56%]
Red Powder (TWIN SEEDS)
(2019, Independente)
Twin Seeds é o projeto criado por Diogo
Ferreira que aqui se junta com Marco Costa e David DeGrutyer.
O curioso neste trio de metal instrumental é que, quer o Diogo quer o
Marco são guitarrista, assumindo, à vez, as componentes base e solo. A
acompanhar apenas a bateria de David. Red Powder é o trabalho de
apresentação – um EP com cinco temas onde se inclui uma introdução, Kora.
As influências surgem dos guitar heros que fazem as delícias de todos os
guitarristas – Joe Satriani, Steve Vai ou Paul Gilbert.
Mas se as guitarras são fundamentais nos Twin Seeds, é bom não esquecer
que também há trabalho de banda e que não é apenas dada visibilidade aos solos.
Neste particular as influências são variadas, podendo enquadrar-se quer nos Dream
Theater, como nos Deftones, Korn ou Linking Park. Red
Powder traz, então, essa autenticidade das guitarras a desafiarem-se, mas
sem nunca perder o sentido da necessidade da presença de riffs fortes. [83%]
Memoir 414 (DOMINATION INC.)
(2019,
Steamhammer/SPV)
Infants Of Thrash era um título sugestivo para o
primeiro disco dos Domination Inc. mas, mas importante, foi o seu
conteúdo que permitiu aos gregos tocaram com Kreator, Annihilator
ou Sepultura e subirem ao palco do Wacken Open Air. Cinco anos
volvidos, estas crianças thrashers cresceram e, já jovens, acham que o old
school é coisa ultrapassada e, com isso em mente, Memoir 414 evolui
numa direção de um thrash mais contemporâneo. Assim, a surpresa
desvaneceu-se e a magia transformou-se realidade e a realidade é que Memoir
414 não faz esquecer a estreia. Sim, são bandeiras de puro thrash metal
que mostram uma banda em fase de atualização e muito focada nesse processo. Culling
e Cutting Edge são faixas bombásticas onde é possível vislumbrar algumas
influências dos Pantera, mas também, do black metal, ao contrário
de Eye fortemente assente no groove e no ritmo e The Sickening,
eventualmente, a faixa com maior ênfase na melodia. Destaque, ainda, para a
versão de Love Me Forever dos Motörhead. [73%]
Stronger (IVORY TOWER)
(2019, Massacre
Records)
Aquele que é o quinto
álbum dos Ivory Tower surge, de forma apropriada, batizado de Stronger.
E porque é adequado este título? Porque o prog metal da banda nunca foi
tão poderoso e devastador. E é o novo vocalista Dirk Meyer, com a sua
voz agressiva e obscura que ajuda a que Stronger seja a mais
melancólica, pesada e sofisticada obra da banda. Tudo apoiado numa secção
rítmica que não se limita à simples utilização do duplo bombo, mas que consegue
catapultar as dinâmicas adequadas a cada composição. Stronger surge
assim como o renascimento dos Ivory Tower, apresentando uma abordagem
perfeitamente atualizada e a marcar um trilho naquilo que se poderá apelidar
como o caminho futuro do metal. [69%]
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