Com a paragem dos Alpha Tiger havia que fazer alguma coisa e
ficar parado não era a solução. Por isso, Stephan Dietrich juntou-se ao seu
conhecido Ronny Schuster e depois de uns anúncios online nasciam os Turbokill. Um nome que parece
saído dos títulos dos álbuns dos Judas Priest, mas que o vocalista confessa que
não. Dos Priest apenas vem a inspiração para a música. E, de facto, não deixa
de ser curioso que nunca ninguém no metal se tenha lembrado deste nome… bem, lembraram-se estes alemães que se
estreiam com Vice World. Vamos
conhece-los melhor!
Olá Stephan,
obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo álbum Vice World. Antes de mais, podes apresentar a banda
aos metalheads portugueses?
Olá! O prazer é todo
meu. Somos os Turbokill da
Alemanha - uma banda de cinco pessoas sob o poderoso sinal do heavy metal. Os guitarristas Ronny Schuster e Daniel Kanzler, o baixista Marco
‘Fox’ Grünwald, o baterista Philipp
‘Nafta’ Dießl e eu estamos a trabalhar para dar o nosso próprio caráter
único a um som poderoso e moderno com um toque do espírito do metal dos anos 80. Estamos a
apresentar um impressionante espetáculo ao vivo, onde constantemente
adicionamos mais elementos para alcançar públicos em todo o mundo.
Quando
decidiram criar os Turbokill e com que objetivos?
Depois da paragem com a
minha banda Alpha Tiger, parar de
fazer música nunca foi a opção. Já anteriormente tive a visão de um projeto
próprio. Em 2016, os Ebony Wall,
antiga banda de Ronny e Nafta, queriam que eu participasse como vocalista na
nova música Nightfall. Também
fizeram um videoclipe que podes ver no YouTube. Depois
de um concerto, onde fui convidado para tocar a música ao vivo com os Ebony Wall, Ronny perguntou-me se eu
queria fazer uma banda de heavy metal
com ele. Devido à química certa no palco, que só consegues sentir com os
músicos certos, concordei e, na primavera de 2017, começamos a trabalhar em
músicas e ideias. Este foi o nascimento dos Turbokill. Desde o início, ficou claro que não queremos fazer
as coisas pela metade e pusemos toda a nossa paixão nesta banda. Com a
nossa música, queremos dar às pessoas uma maneira de se refugiarem, de se
divertirem e desabafar da vida quotidiana.
Na verdade,
vocês acreditam firmemente que o futuro do heavy metal irá manter-se com uma banda como os Turbokill?
Não, mas acho que o futuro
do heavy metal talvez comece com
bandas como nós. O heavy metal ainda
tem um grande potencial porque se redefiniu com frequência ao longo das décadas
com uma enorme e leal legião de fãs. Mas o facto é que precisamos de uma nova
geração que continue a história do heavy metal, porque bandas como Iron Maiden ou Judas Priest
estão a ficar velhas. Certo, são lendas e espero que estejam ativas enquanto puderem. Mas
algum dia teremos que enfrentar o que virá depois. Os metalheads ainda estão cá, mas quem irá manter a cena viva? Será
um momento interessante, quando formos confrontados com essa situação. E espero
que sejamos uma daquelas bandas que podem continuar com esse espírito!
Olhando para
o vosso nome, suponho que os Judas Priest tenham sido uma grande inspiração
para os Turbokill. São eles, efetivamente, a razão do vosso nome?
Embora os Judas Priest sejam uma grande
inspiração para nós, na verdade, eles não têm nada a ver com o nosso nome. Queríamos
encontrar um nome com uma forte declaração para todos. Não foi
fácil. Mas quando o criei, fiquei surpreendido por ainda ninguém o ter
usado antes. É o destino! Todos concordamos com ele. E que nome se
encaixa melhor numa banda de heavy metal
do que Turbokill?
Para além
dos Priest, que outros nomes também poderiam ser nomeados como tendo influência
na vossa música?
Temos uma posição
generalizada porque todos nós gostamos de géneros um pouco diferentes. Mas
porque somos uma banda de heavy metal,
terei que nomear primeiramente Judas
Priest, Accept, Iron Maiden e Helloween. Depois, os Queensrÿche,
Running Wild, X Japan e por último, mas não menos importante, bandas como Slayer e Suicidal Tendencies também nos influenciaram.
Onde descobriste
os músicos que estão contigo neste disco? É uma formação muito jovem, mas
existe uma boa química?
Já contei uma parte da história. Para
completar a nossa formação, fizemos um anúncio online e, rapidamente, encontramos o Daniel e o Fox. Surpreendentemente,
sem um processo complicado de seleção, os Turbokill
estavam concluídos em julho de 2017. Estou contente com a nossa química e como funcionamos
em perfeita união.
Qual é o
significado do título Vice World? Que
mensagem tentam transmitir?
Como o nome indica, o
álbum tem um conceito de crítica social moderada. Como artista, penso que é
importante colocar as coisas em questão. Vivemos numa sociedade que é moldada
pelo egoísmo, mania do consumo e estultificação das massas. Na verdade,
todos nós temos o que precisamos, mas, no entanto, o mundo está a ficar louco.
É esta a ideia por trás do título do álbum. Vivemos num vice-mundo.
Como definirias
Vice
World para quem não vos conhece?
Vice
World é como o maior jogo da tua vida, onde podes
alcançar tudo, mas, no final, não há nada para ganhar. Um álbum
instigante, que reflete a nossa sociedade, mas de uma maneira irónica e
exagerada. Isto é muito importante dizer, porque não queremos ser moralistas.
As pessoas devem, principalmente, divertir-se quando ouvem a nossa música ou
vêm aos nossos espetáculos.
Como
foi o tempo e a experiência em estúdio? Tudo como planeado?
Felizmente estávamos no
alvo com tudo. Mas foi um primeiro semestre muito difícil com a pressão do
tempo, onde escrevemos as últimas músicas, gravamos o álbum e tratamos de todo
o conceito do artwork. Num momento
tão stressante, é importante que
todos possamos contar uns com os outros. Ronny tinha arranjado e preparado
todas as músicas para a sessão de gravação. Guitarras, baixo e vocais foram
gravados em elaboradas sessões de gravação em casa. Apenas bateria e mistura/masterização
foram feitas em estúdio. A sessão de gravação de Vice World foi uma experiência importante para mim, porque eu podia
fazer isso à minha maneira, mas tentei frases novas e diferentes que nunca
tinha tentado nos discos anteriores. Depois de cinco semanas difíceis, todos os
vocais estavam terminados e fiquei muito satisfeito com isso.
No ano
passado, lançaram o vosso primeiro EP com quatro músicas que agora também
aparecem no álbum. Fizeram algumas alterações nesses temas?
Voltamos a gravar as
músicas do EP com alguns detalhes ao nível das configurações de som. Aparte isso,
não há outras alterações. Decidimos colocar as músicas no álbum porque
elas encaixam perfeitamente no conceito da tracklist
e porque agora estão oficialmente lançadas em disco.
Têm alguma
coisa planeada para apresentar este álbum ao vivo?
Por causa dos últimos
tempos stressantes, com a conclusão
do álbum, não tivemos muitos espetáculos. Espero que isso mude com o lançamento
de Vice World. Estamos mortos
por pisar o palco. Especialmente para o público, estamos a trabalhar bastante em
novas ideias para o nosso espetáculo ao vivo.
Obrigado,
Stephan. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado por esta
entrevista. Saudações a todos os metalheads
em Portugal. Espero poder despertar o vosso interesse por ouvir a nossa
estreia Vice World e espero ver-vos em
breve num dos nossos espetáculos.
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