One (CARL DIXON)
(2019, AOR Heaven)
Carl Dixon,
canadiano, ganhou alguma notoriedade no início dos anos 80 como vocalista dos Coney Hatch. A solo, One foi a
sua estreia originalmente lançado em 1993. A reedição que agora a AOR Heaven apresenta, traz os quinze
temas originais e adiciona-lhes mais dois. Bem, se quinze já eram muitos,
imaginem aumentar a dose. O que vale é que o estilo de rock melódico,
algures entre um Bryan Adams, uns Aerosmith e uns Def Leppard, ajuda a passar o tempo dividido entre temas rockeiros
e baladas radiofónicas, aqui e ali com o sempre agradável recurso à guitarra
acústica. Carl Dixon prepara-se para
lançar em breve um novo disco, mas para já One é uma boa oportunidade
para relembrar ou conhecer o seu trabalho. [73%]
Come Inside (BORN-FOLK)
(2019, Independente)
Junho de 2019 marca oficialmente o
início dos Born-Folk, banda fundada
na cidade de Lisboa por três músicos com vontade de assumir uma epopeia sonora
conjunta para o bem da humanidade. Com influências oriundas de épocas
distintas, a banda descompromete-se assumindo uma dimensão criativa pop, livre e eclética. Mas não se
iludam, de folk este coletivo não tem
nada! Come Inside é a sua primeira
aventura de apenas cinco temas, onde se tenta explorar diferentes ideias
sonoras, com forte ênfase no surf rock
e outras sonoridades associadas ao verão e às praias, e onde o simbolismo e a
ironia são presença assídua nas letras, bem como na própria imagem da capa. Mas
Come Inside é uma estreia algo
insípida, sem grandes motivos de interesse e a mostrar que o trio ainda tem um
longo caminho a percorrer e muitas aprendizagens a fazer. Para já fica a
intenção. [57%]
Arcano (VIRCATOR)
(2019, Raging Planet
Records)
Os nacionais Vircator, onde consta o nosso homónimo Pedro Carvalho nas guitarras, estão de regresso aos discos com Arcano,
a terceira experiência sónica do quarteto de Viana do Castelo. Mais uma vez, o
coletivo continua a sua busca pela experimentação dramática dos instrumentos, o
que os leva a descobrirem novas texturas, sons e emoções. Como é habitual neste
tipo de sonoridades assentes no post-rock, a dicotomia entre
tranquilidade e desassossego, entre a beleza e a fealdade, entre a complexidade
e a simplicidade está sempre presente ao longo dos seis (relativamente) longos
temas que compõem este registo. A emoção também está presente, embora por
momentos deixe que o instinto animalesco tome conta dos instrumentos, sendo que
o resultado é uma viagem emocional e poderosa. Claro, faltam as vozes para dar
um maior colorido. Mas a ideia é, precisamente, essa: que seja cada um dos
ouvintes a colocar na música as suas cores… [64%]
The Uninvited
Guest (TAIWAZ)
(2019, Psykofarmaka Records)
Remonta a 1985 a formação dos Taiwaz,
banda oriunda da Suécia e praticante de heavy/doom metal tradicional.
Depois de uma pausa de 20 anos, 2011 vê o renascimento do coletivo, que agora
regressa com dois novos membros (Daniel Johansson, guitarras, desde 2014 e Daniel Aljaderi Roos,
bateria, desde 2018). The Uninvited Guest é o seu novo trabalho, lançado
pela Psykofarma Records, em formato LP, com três temas em cada face.
Três temas de doom metal tradicional com uma componente de heavy,
também ela tradicional, com sons arrastados e graves, mas onde se nota a falta
de melodias que fiquem na cabeça. Ainda assim, uma boa proposta para os fãs dos
velhos Black Sabbath ou Pentagram. [67%]
Giant Dwarf (GIANT
DWARF)
(2019, Sound Effect Records)
Depois de ganharem
experiência em diversas bandas australianas como The Devil Rides Out, Wizard
Sleeve e Loose Unit, estes nativos de Perth juntaram-se nos Giant
Dwarf. Inicialmente apenas em formato instrumental, só a partir de outubro
de 2017, quando Aaron Sopolinski (ex-Tragic Delicate) se juntou à
banda, é que surgiram os vocais. Mas essa inclusão em nada alterou a obsessão deste projeto pelo
psicadelismo, fuzzy e prog. Tudo evidências bem notórias no
homónimo trabalho de estreia de oito temas enevoados, distorcidos, com
afinações graves e cheios de groove.
São 35 minutos de encantamento psicadélico que bebe diretamente nas influências
Queens Of The Stone Age ou Kyuss, onde ressaltam as camadas
melódicas e as sólidas fundações rítmicas. [70%]
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