No ano em que
comemoram 10 anos, os suecos Fretless lançam o seu segundo álbum Damnation. O mentor do projecto Patte Carlsson falou com Via Nocturna para
explicar o porque de oito anos sem discos e para falar de todo o processo
criativo que esteve na origem deste novo registo.
Olá Patte, obrigado
pela disponibilidade e parabéns pelo álbum Damnation. Antes de
mais, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá Pedro e obrigado por
esta entrevista. Os Fretless começaram
há 10 anos na cidade de Gotemburgo, quando eu lá morava. Fiz uma demo com algumas músicas e enviei-as
para algumas editoras. Imediatamente conseguimos o primeiro contrato da banda e
o trabalho com o nosso primeiro álbum, Local
Heroes, começou. Nos últimos anos fizemos muitos espetáculos nacionais, uma
tour pelos EUA e outra pela Europa.
Quais são suas
principais influências, quer musical, quer liricamente?
As minhas principais
influências são... Iron Maiden, Accept, Pretty Maids, apenas para mencionar algumas bandas.
Por que demoraram tanto
tempo - 8 anos - entre lançamentos? De qualquer forma, não estiveram parados,
com vários singles disponibilizados. Por que apenas agora um
longa-duração?
Há muitas razões. Mudei-me
de Gotemburgo e regressei à minha cidade natal, a Vansbro. E a distância é de
cerca de 450 km entre as cidades, portanto tornou-se muito difícil trabalhar
com a banda, como costumávamos fazer, devido à distância. Agora todos os
membros são de Vansbro, por isso é tudo muito mais fácil. Estamos apenas
ansiosos.
Agora, com uma nova
formação, encontraste a estabilidade necessária?
É sempre difícil encontrar
uma formação que funcione dentro e fora do palco. Mas acho que agora estamos
muito próximos!
Como definirias Damnation para os nossos leitores que não vos conhecem?
Eu acho que os fãs que gostam
de Accept, Pretty Maids, Running Wild
vão gostar deste álbum. A nossa música é baseada em guitarras pesadas e refrões
fáceis de lembrar. Acho que tocamos um tipo de metal energético. Tentamos ter sempre nas nossas produções aquela
sensação live. Somos mais uma banda
ao vivo do que uma banda de estúdio, acho eu.
Como decorreram os trabalhos
em estúdio?
Trabalhamos em 2 estúdios.
Para as guitarras, baixo e teclas, gravamos tudo no meu próprio estúdio. A bateria
e vocais foram gravados numa vila próxima, onde um amigo meu tem um estúdio
muito bom. Adquirimos esse estúdio 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante
as gravações, por isso estamos felizes em ter bons amigos! A mistura e
masterização foram feitas pelo assistente Robert
Romagna no estúdio AudioStahl,
na Áustria. Ele trabalha para a nossa editora Pure Steel Records.
Podes apresentar os
convidados que colaboram convosco em Damnation e que papel
desempenharam no álbum?
Dennis Forsberg, baixo e Mattias
Bergstedt, bateria, são antigos membros da banda e já tinham gravado as suas
partes para algumas músicas. Decidimos usar o material deles porque ambos são
queridos amigos da banda! O órgão Hammond
na música Burn é tocado pelo grande Per-Erik "PEA" Eliasson,
organista da banda sueca Svenne Rubins.
Também um grande amigo da banda e dono do estúdio que mencionei antes.
Recentemente, comemoraram
o vosso 10º aniversário. Que balanço fazes destes primeiros 10 anos? Conseguiram
alcançar todos os vossos objetivos iniciais?
Na verdade não. Muitas
grandes coisas aconteceram durante os primeiros 10 anos. Mas, sinceramente,
esperávamos mais! Mas esperamos poder construir uma maior base de fãs no nosso
país, a Suécia. Mas a competição com todas as grandes bandas daqui é grande.
Sempre tivemos uma maior base de fãs nos EUA e na Europa. O mesmo com tours. Para nós, tem sido muito mais
fácil para nós fazer uma boa tournée
nos EUA e na Europa!
O que acontecerem
para terem cancelado as tours brasileira e europeia?
Há cerca de três anos atrás tive
síndroma de fadiga. Durante vários anos trabalhei muito e aos fins de semana, Dennis
Forsberg e eu fazíamos dois espetáculos, noutro projeto. O meu corpo não
aguentou todo esse trabalho. A recuperação foi muito boa, mas neste verão
comecei a sentir os sintomas novamente. Foi uma decisão muito difícil ter que cancelar
as tournées, mas era a decisão certa
a tomar. Agora sinto-me bem novamente e estou ansioso para subir aos palcos
durante 2020!
E já têm algumas
outras tournées planeadas para os próximos tempos?
Haverá uma tournée pela Europa pelo menos em 2020.
Também estamos a conversar sobre uma tour
brasileira e uma nova nos EUA. Mas começaremos com uma europeia em 2020.
Obrigado Patte! Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado por esta
entrevista. Espero que possamos conhecer alguns de vocês num futuro próximo. Certamente
que o combóio Fretless estará em
movimento rápido por mais 10 anos!
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