Entrevista: Speedemon



 
Se, em 2015, First Blood era uma enorme revelação, quatro anos volvidos, Hellcome é a confirmação de uma das mais genuínas e excitantes bandas nacionais. Os Speedemon deixaram para trás a fase de alguns azares e, mesmo levando em linha de conta alguns contratempos durante o processo de gravação, aí estão eles a assumirem todo o processo e a apresentarem um dos melhores lançamentos do ano. Mais uma vez fomos falar com Jorge Bicho sobre Hellcome e tudo o que o rodeia.

Olá Jorge, antes de mais, obrigado pelo teu tempo e parabéns pelo vosso primeiro álbum. Primeiramente, podes apresentar a banda aos leitores que não vos conheçam?
Boas! Nós é que agradecemos a oportunidade e retribuímos os parabéns com o nosso obrigado pelo programa e blog Via Nocturna e pelo apoio incondicional que vocês têm dado ao Heavy Metal em Portugal! Os Speedemon são o Brutus na voz/guitarra, o Bicho na guitarra, o Diley no baixo e o China na bateria.

Podes definir Hellcome nas tuas próprias palavras?
Conceptualmente o Hellcome é uma metáfora sobre as tragédias e fragilidades do humanos. Hellcome é um anúncio do que de pior somos capazes de fazer. Na capa temos o Speedemon que sentado no seu carro aponta o caminho para uma nova ordem; uma ordem de caos e obscuridade, liderada por ele e pelo seu exército de condenados num mundo caótico e pós apocalíptico.

Como é que decorreu o trabalho em estúdio?
Gravámos no 15 Steps Up Studio do Hélder Rodrigues, um amigo de longa data que para além de produtor é um baterista conhecido do underground nacional (Immunity, Miss Cadaver, Machinergy). O trabalho correu muito bem embora bastante demorado, pois, tivémos alguns avanços e recuos com regravações de guitarras, bateria, mas, são coisas normais. Todos procurávamos o som mais fiel para os Speedemon e que fosse o mais genuíno possível.

Quais são os vossos principais temas líricos?
O Hellcome, como te disse atrás, reflete fragilidades, medos e as tragédias dos humanos. Os temas são vários: guerra, medo, morte, religião, fobia, loucura… Mas a nossa mensagem não é política, nem opinativa, nem de intervenção. Queremos que cada um depois tenha a sua opinião. Nós somos mais descritivos do que opinadores. Somos mais uma banda de story telling.

Desde First Blood mudaram o vosso baixista. O que se passou?
O Marujo (nosso antigo baixista) tinha na altura vários projetos e resolvemos, em concordância com ele, que teríamos que seguir em frente com outra pessoa. Mas o Marujo é um grande amigo e será sempre dos Speedemon!

Mudaram a vossa forma de compor desde First Blood?
Bem, a fórmula inicial está sempre lá: temas rápidos entre o thrash/speed e heavy metal. A construção dos temas mudou um pouco; tentámos colocar mais alguns arranjos, talvez tornar a música mais intrincada, com mais elementos para que, quem ouça descubra mais pormenores e sonoridades. Mas também continuamos a ter temas mais diretos.

Na última vez que falámos disseste que os Speedemon tinham tido algum azar. Essa maré já passou?
Ya, lembro-me bem… na altura mudámos de baterista no meio das gravações, eu tive um acidente antes disso e parti o braço direito em alguns 4 sítios, o Bruno teve umas questão de saúde, cancelámos concertos, parámos a gravação do EP… enfim coisas que acontecem, mas, essa fase passou. Mas temos que estar sempre preparados para as coisas correrem mal também, não é isso que nos puxa para trás!

O vosso EP tinha sido distribuído pela Metal Soldiers. Hellcome também beneficia do mesmo apoio?
Não. O Hellcome é distribuído por nós. Não temos ninguém a apoiar a distribuição e a gravação, impressão, conceito, promoção, arte gráfica… é tudo nosso. É mesmo uma cena só feita por nós. E tocamos também (risos)…

Têm alguma coisa planeada para apresentarem o vosso álbum ao vivo?
Andamos a preparar umas surpresas… Se a coisa correr bem teremos a apresentação de alguns elementos cénicos no Massacre Metal Fest no dia 7 de dezembro. Um Festival que organizamos na nossa terra (Vila Franca de Xira) com a Associação de Á dos Loucos (UDCA). Este ano o festival vai ter para além de nós os RataXXX, os Dogma, os Beyond Carnage, Hourswill, Vortex Core e a fechar os brutais Prayers of Sanity do Algarve!

Sentem-se mais maduros em comparação com o vosso EP de estreia?
Sem dúvida! Achamos que estamos a dar melhores concertos e a compor melhor do que fazíamos no inicio.

Obrigado Jorge. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Apenas agradecer a vossa disponibilidade, empenho e dedicação à cena Nacional e em abril de 2020 estaremos a tocar aí para essa zona - tocaremos em Pindelo dos Milagres no Ressureição do Metal. Ver se nos vemos por lá! Abraço!! 

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