Entrevista: Sign X


Das cinzas dos Châlice, banda alemã ativa desde os anos 90 e com sete álbuns no seu fundo de catálogo, surgiram os Sign X. E Oliver Scheer, guitarrista que atendeu a nossa chamada, garante que a base sonora é semelhante ao antigo grupo, mas que os Sign X vão mais longe em termos de criatividade. Depois de um EP onde ainda havia muitos resquícios dos Châlice, aí está Like A Fire, a primeira proposta quase 100% Sign X.

Olá Oliver, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo excelente álbum, Like A Fire. Para começar, podes apresentar a banda aos rockers portugueses?
Obrigado Pedro!! Os Sign X surgiram a partir da banda de culto de Hamburgo, Châlice, que lançou 7 CD’s desde o início dos anos 90 e fez vários concertos com deuses do rock como Deep Purple, Alice Cooper, Uriah Heep, Saga, Doro, Tesla, Magnum, Steve Lukather e muitos mais. Desde que a banda, o cantor Gino Naschke e o teclista Axel Hoffmann, decidiram seguir caminhos diferentes, a equipa restante dirigiu-se para o futuro sob uma nova bandeira.

O que aconteceu realmente?
Fomos em direções diferentes. Está na altura de começar algo novo. Steve ainda está a fazer algumas coisas acústicas com Gino, Axel e Steve; Michael e eu estamos nos Sign X, portanto, como vês, não foi nada de especial.

Mas no vosso primeiro EP, ainda tocaram músicas dos Châlice, não foi?
Sim, claro. O material é bom e deve ser ouvido. Nessa altura, ainda não tínhamos novas músicas para gravar e incluímos algumas músicas dos Châlice no set list... Por que não?

Quais são as vossas principais influências?
Acho que somos uma banda de rock clássico que é influenciada por muitos outros estilos como prog, AOR, metal, talvez pop/rock. Ou seja, Whitesnake, Kiss, Dream Theater, Marillion, Journey e muitos outros afetaram a nossa escrita.

Para este álbum todas as músicas são novas e compostas com a formação dos Sign X?
Além de Free Your Mind (versão dos En Vogue) e Chasing The Wind (música dos Châlice com um novo arranjo), estás certo. Como uma nova banda, precisas de tempo para saber o que os outros membros pensam/gostam/querem... Por isso a primeira música Elements demorou quase um ano até que todos estivessem satisfeitos com os acordes e arranjos. Depois disso tudo correu muito rapidamente. Nós gravamos o álbum em duas etapas de 5 músicas. As 5 primeiras músicas já foram gravadas em julho. Enviámos essas músicas para diferentes editoras e assinamos o contrato enquanto escrevíamos e gravávamos as 5 seguintes. Tudo funcionou como uma máquina bem calibrada. Mas tudo muito relaxado, não forçamos nada. Afinal, acho que tudo funciona como deveria funcionar, porque estamos muito orgulhosos do resultado.

Para os leitores que não vos conhecem, como definirias Like A Fire?
Desta vez o processo de composição foi muito diferente. A primeira coisa que dissemos é que não haveria restrições, poderíamos fazer o que quiséssemos. Michel, o novo homem das teclas, é tão talentoso que toda a musicalidade salta alguns passos de forma mais natural. E Sebastian, o novo cantor, é um assassino. Ele é conhecido como "Udo" no musical de grande sucesso Hinterm Horizont aqui na Alemanha. Gino, o cantor dos Châlice era bom, mas Sebastian está numa liga própria. Ele nunca diria isso sobre si mesmo... às vezes acho que ele não sabe o quão bom ele realmente é. O resultado é um hard rock único, com muitas melodias e algumas pequenas ideias de prog.

E o que podem esperar aqueles fãs que costumavam seguir os Châlice?
Acho que, no fim de contas, é o mesmo tipo de som, mas fomos mais longe devido a termos mais criatividade. E acho que tocamos um tipo único de hard rock melódico... porque nos Sign X temos pessoas e idades muito diferentes. Como disseram os Queen, It’a a kind of magic

Os títulos das músicas são muito simples, quase todos com apenas uma palavra. É uma tentativa de ser o mais direto possível?
Sim... nós queremos algo diferente. E por causa de nossas idades, não nos conseguimos lembrar de muitas palavras (risos)

Existe alguma mensagem que desejem transmitir com a vossa música?
Para a nossa mensagem principal, desenterramos a música Free Your Mind de 1992. Libertem as vossas mentes e o resto se seguirá!!. Sigam o vosso coração, a vossa paixão, os vossos sonhos... para que não se arrependam no final.

Têm algum plano para apresentar este álbum ao vivo?
Nós promovemos o álbum de todas as maneiras. Esperamos tocar em bons festivais e fazer uma boa tournée de suporte. E esperamos tocar no sul da Europa o mais rápido possível, porque aqui no norte da Alemanha está muito frio!

Obrigado Oliver! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Experimentem este álbum, vale a pena. Tem muita paixão, suor e lágrimas. O nosso trabalho está concluído, se não gostarem, tudo bem. Mas não nos digam que não o ouviram! E se gostarem, enviem-nos uma mensagem pelo Facebook, pelo nosso site ou escrevendo cartas no céu ... E apanhem-nos na tour!!

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