Cinco
anos depois de Código Infinito os
Azrael regressaram com o seu oitado álbum… homónimo! Um disco onde a qualidade
do metal espanhol em geral e desta banda Anadalusa, em particular, fica
bem patente. Já depois de alguns concertos efetuados, mas ainda antes dos
Azrael rumarem a França onde serão cabeças de cartaz no Skull Crush Fest V,
fomos conversar com o coletivo.
Viva
e obrigado pela vossa disponibilidade. Azrael é uma das bandas mais importantes
na cena metal espanhola. Como olham para
o vosso trajeto desde o início? Atingiram tudo o que almejavam?
Sem dúvida que
foi uma viagem difícil. Em quase três décadas, experimentamos as partes doces e
amargas da carreira de uma banda. Atingimos objetivos importantes: fomos a
primeira banda de metal espanhola a ter uma tour extensiva no
México em 2012 e também a primeira banda de metal espanhola a tocar no
renomado Tecate México Metal Fest na edição de 2018. Esses são objetivos
importantes, sim, mas o mais importante é o facto de que a nossa música se
espalhou pelo mundo de língua espanhola, tornando-se uma referência no público
de metal do idioma espanhol. E achamos que os melhores dias ainda estão
por vir.
Ao
longo da carreira, tiveram várias mudanças na vossa direção musical. Foi
representativo do vosso crescimento como pessoas e músicos?
O nosso
estilo é uma consequência direta da nossa evolução cultural. Aprendemos coisas
novas, sentimos os problemas do mundo, lemos novos livros, assistimos a novos
filmes, ouvimos novas músicas e todo esse conteúdo molda diferentes aspetos do
nosso estilo em cada álbum. Mas mantemos uma base constante e estilística, que
torna a nossa música reconhecível.
Por
que apenas ao oitavo álbum, um título simplesmente Azrael? Este é o vosso álbum mais pessoal?
Todos os álbuns
são pessoais, porque fazemos sempre a música que queremos fazer. Azrael
(2019) é, de facto, um álbum que resume muito bem tudo o que define o estilo da
banda: riffs poderosos, harmonias inteligentes, bateria agressiva e
melodias cuidadosamente modeladas; portanto, tem o nome da banda.
Código
Infinito foi lançado há cinco anos. O que aconteceu para haver tanto tempo
entre os lançamentos?
O lineup
da banda em 2010 consolidou-se com o Código Infinito (2014) e o nosso
fluxo de trabalho foi estabelecido corretamente, mas a vida acontece. Todos
temos os nossos empregos e a maioria de nós tem famílias e filhos e é preciso
priorizar.
Azrael
é um álbum muito compacto. Não é muito longo, mas tem tudo o que um álbum de metal
precisa. Achas que fazer um álbum mais longo seria pior?
O conceito da
duração de um álbum está relacionado com o suporte em que se encaixa. Nos anos
70 e 80, o disco de vinil de 33 ⅓ estabeleceu o limite entre 50 e 60 minutos.
Mais tarde, os CDs aumentaram esse limite até aos 80 minutos. Atualmente, na
era digital, a duração do álbum não faz sentido ser da mesma forma que era. As
bandas até lançam músicas digitalmente, individualmente como singles,
sem suporte físico. O álbum foi concebido para ser uma coleção fechada de novos
temas com um terreno comum. Nesse sentido, a duração menor do que o normal não foi
importante para nós: o que define o álbum não é o tempo disponível, mas o
significado e a coerência do conjunto de músicas nele inseridas.
Quando
começaram a trabalhar nesta coleção de músicas? São todas recentes ou não?
Algumas são
muito recentes, outras são baseados em ideias apontadas há anos atrás para
trabalhar nelas mais tarde, mas a maior parte da inspiração teve origem nos
últimos anos.
Este
álbum marca a vossa estreia pela Demons Records, certo? Como aconteceu essa
ligação?
Essa ligação foi
estabelecida graças ao nosso grande agente, Manuel Martínez. Foi uma
descoberta muito feliz, estamos a trabalhar com a Demons Records de uma
maneira muito suave, não apenas na fabricação do álbum, mas também na
distribuição.
Como
foi a experiência em estúdio? Decorreu tudo como planeado?
Azrael
(2019) foi gravado, projetado, produzido e misturado em grande parte no estúdio
doméstico de Enrique Rosales. Foi uma tarefa árdua para Enrique e teve
que superar os muitos obstáculos que surgiram até que o master estar
pronto. Parabéns a ele pelo trabalho!
Já
tiveram a oportunidade de tocar estas músicas ao vivo? Que objetivos têm
previstos para os próximos tempos?
Sim, já
estreamos alguns deles em Rueda (Valladolid), Burgos, Ibiza, Salamanca e Vitória.
Depois seremos cabeças de cartaz do Skull Crush Fest V em Colmar
(França, 28 de março).
Muito
obrigado! Desejam acrescentar mais alguma coisa?
Muito
obrigado à Via Nocturna pelo apoio e saudações a toda a família metal
portuguesa. Estamos ansiosos para compartilhar em breve um pouco de metal
convosco.
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