The Infernal Path Into
Oblivion (HALPHAS)
(2019, Folter Records)
Dois anos após Dawn
Of A Crimson Empire, o quinteto de black
metal de Mainz, Halphas apresenta o segundo álbum The Infernal Path Into Oblivion que, de
forma clara, marca um passo em frente em relação a uma estreia que já havia
sido bastante convincente. E os oito minutos da faixa de abertura, Into Eternity We Ride mostram logo ao
que vêm os Halphas. Black metal
furioso naturalmente composto por riffs
e mais riffs frios e demolidores, mas
cheio de envolvências e muito critério nas harmonias. E é nos temas mais longos
onde mais se nota essa componente, quer com belas passagens acústicas, quer com
sons da natureza, quer com cenários atmosféricos. Nos temas mais curtos – Monument Of Blood, Bones And Dust– os Halphas tornam-se mais brutais e dementes
e conseguem ser massacrantes e angustiantes. [76%]
Violent Death Rituals (THANATOS)
(2020, Listenable Records)
São já 35 anos ao mais alto nível no que diz
respeito a fazer death metal. Apesar
disso, a sua produção não assim tão extensa como isso, sendo que Violent Death Rituals é apenas o seu
sétimo trabalho de originais. E é mais um perfeito manifesto de death metal com algumas incursões pelo thrash que vem diretamente das criações
dos Slayer, Possessed ou Kreator e que provam que o
caminho seguido ao longo destes anos e, também, na criação deste novo registo
foi sempre o mais adequado. O novo álbum não se compromete com nada a não ser
um conjunto de killer riffs
demolidores e melodias acutilantes e bem balanceadas. Não soa polido nem
descartável. Soa a genuíno death metal,
extremo, com atitude, politicamente incorreto e desafiador. Registo final para
a estreia do baterista Martin Ooms e do baixista Mous Mirer, o
que se repercute em 50% de sangue novo nos holandeses. [75%]
Savage Peace (STARBORN)
(2019, Iron Shield Records)
Savage Peace é o primeiro longa-duração
dos Starborn, depois de uma demo
e um EP. Com a assinatura com a Iron Shield Records é lançado este
conjunto de oito temas de classical
metal/power metal com nítidas influências de NWOBHM. Existence Under Oath
abre o disco de uma maneira que promete muito, com um metal complexo, com arranjos intrincados, ritmicamente evoluído e
com excelentes solos. Uma boa instrumentação a envolver uma sólida base rítmica
e um criativo nível composicional. Mas, a pouco e pouco, e à medida que se vai
avançando no disco, todas essas virtudes se vão desvanecendo, essencialmente
porque os britânicos acabam por andar às voltas do mesmo registo, ficando
reféns deles próprios. Ainda assim, Savage
Peace é uma bela coleção de temas coesos que representam uma forma pura e
orgânica de construir metal. [73%]
Metal Arena (AZRAEL)
(2010, A New Label)
Metal Arena foi o sexto álbum da
banda Andaluza Azrael, originalmente lançado em Espanha em 2010 e
reeditado, dois anos volvidos, por uma editora Mexicana. E, como já dissemos em
análises anteriores, este coletivo é, de facto, muito bom e, eventualmente
mereceria uma maior exposição mediática. Com Metal Arena assinam mais um trabalho muito competente onde se cruza
o tradicional power metal carregado
de refrões orelhudos e cantaroláveis
com influência neoclássica. A espaços procuram inovar a sua abordagem, como
acontece, por exemplo numa aproximação a um maior experimentalismo em El Precio de Todo ou nas rockeiras Aire Nuevo e Rockstar. O
fecho deste registo é feito com um dos melhores temas da carreira da banda, El Guitarrista Sobre El Tejado, um
majestoso instrumental baseado no clássico tema do filme de 1971, Um Violino No Telhado. A utilização da
língua castelhana e a inclusão de alguns apontamentos folk, são outras das mais-valias que os Azrael usam com
discernimento e que aqui também sobressaem. [85%]
Maverick (AGENDA)
(2020, Boersma Records)
Apesar de Genetic
Arts, álbum de estreia dos Agenda, se encaminhar para o thrash da escola Megadeth (até no
logo usado), a verdade é que o novo
EP de cinco temas – Maverick – denota
uma inversão no trajeto estilístico da banda. Desta vez as composições estão
mais orientadas para um hard rock
pesado com algumas influências de blues
e mesmo de country. De facto,
ligações ao metal apenas são
percetíveis em Suffering Of War,
precisamente a faixa que encerra o EP, sendo que até aí se destaca o excelente registo
acústico de Crucified And Gone, a abordagem
hard rock de It’s All About Love (com brilhante solo acústico) e a aproximação
aos AC/DC de Whiskey On Ice. Todavia,
e em bom rigor, esta mudança de abordagem não pode ser vista como negativa,
porque esta nova face do quinteto alemão, resulta em 25 minutos intensos e com
uma qualidade musical que deve ser registada em todas as agendas! [76%]
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