Kill The Bliss (BENEVOLENT LIKE QUIETUS)
(2020, Independente)
Sentem saudades das
sonoridades negras e daquele gótico metalizado que só os Type O
Negative sabiam fazer? Pois bem a solução, para quem nunca se conseguiu
recompor da morte de Pete Steele, pode estar neste quinteto canadiano
com o estranho nome de Benevolent Like Quietus. Kill The Bliss é
o álbum de estreia e traz uma áurea de rock gótico e melancólico
recolhido na Finlândia na década de 90 – Sentenced, The 69 Eyes -
embrulhada numa capa de metal que também os faz aproximar dos nosso Moonspel,
por exemplo. Isso faz com que toda a melancolia presente nestes 11 temas
espalhados por um pouco mais de três quartos de hora acabe por ficar um pouco
disfarçada na energia e frontalidade dos riffs e na violência e rispidez
de algumas partes vocais. [70%]
Forgotten Acts Of
Agression
(DEMONZTRATOR)
(2020, Alone Records)
A editora grega Alone
Records tem surpreendido pela sua escolha criteriosa de lançamentos dentro
da área do thrash metal mais tradicional. Por isso surpreende um pouco
esta aposta nos Demonztrator e neste álbum em particular, Forgotten
Acts Of Agression. E porque? Em primeiro lugar porque este lançamento data
de 2017, em formato independente, sendo o álbum de estreia da banda de
Helsínquia que, desde aí, apenas lançou o EP Myriad Ways Of Dying, em
2019. Depois porque todos os temas aqui presentes são versões. Tudo bem que a
banda tenha começado por gravar versões dos nomes mais desconhecidos do thrash
finlandês, com a intenção de lhes dar uma nova roupagem, mais moderna e,
também, mais alguma visibilidade. Mas duvidamos que isso tenha sido conseguido
em 2017 e duvidamos que seja agora. Desde logo, porque 17 temas em mais de uma
hora, é um exagero; depois, porque pela capa se percebe o nível de amadorismo
apresentado; e finalmente, porque se percebe que muitos destes temas tenham
permanecido esquecidos – porque são fracos. [64%]
Visceral (REVERENT
TALES)
(2020, Amazing
Records)
Os Reverent Tales são
uma das mais recentes propostas do metal nacional que, após três anos de
muito trabalho e sacrifício, assinam Visceral, o seu trabalho de
estreia, que como o próprio nome indica, apresenta uma sonoridade muito
enraizada no íntimo dos seus criadores. Visceral é um disco de metal
moderno que busca na dualidade da voz de Raquel Nunes (limpa e berrada),
em algumas estruturas mais progressivas e no groove que Nuno Pereira
saca à sua guitarra a sua principal imagem. No fundo, como se o metal
mais alternativo dos Blame Zeus se fundisse com a componente prog
de uns Hourswill, apresentando-se com algumas melodias nada óbvias e a
viverem muito de subtis pormenores (vêm à memórias as deliciosas texturas de
piano de A Strong Revelation, por exemplo), bem como o recurso a alguns
elementos eletrónicos. Um disco a descobrir, porque, acreditem que tem mais a
oferecer do que aparenta à primeira vista. [75%]
Endless Restless (DEVILSBRIDGE)
(2020, FastBall Music)
Nos finais de 2019, os DevilsBridge
lançaram dois singles e um vídeo. O seu trabalho inicial fica agora
completo com Endless Restless, um EP de seis temas. O coletivo é suíço e
pratica metal moderno, cheio de groove, de peso nas guitarras e,
no caso particular, com uma vocalista com um timbre cheio de soul. Mas é
pouco. Os DevilsBridge seguem as pisadas dos atuais Lacuna Coil,
dos Evanescence e dos In This Moment, apresentando temas de metal
contemporâneo com (dizem eles) melodia. O problema está precisamente aí – não
há nenhuma melodia que fique na memória. Não há nenhum riff que nos
lembremos. Não há, em Endless Restless, nada que não soe confuso e que
não esteja já num milhão de outros discos. E, na sua grande maioria, melhor
criado e executado. [65%]
Love Songs #1… (Total Destruction,
Mass Executions) (COMMANDO)
(2020, Firecum Records)
Os Commando são um projeto
português formado em 2017 por Rui Vieira (Machinergy, Baktheria
e Miss Cadaver) e José Alexandre Graça (Extrema Mutilação
Auditiva e M.A.D.). Fortemente influenciados pelo espírito crossover/punk/thrash/hardcore,
que os contaminou em inícios dos anos 90, resolveram, num acaso do
destino, e um quarto de século depois (há cerca de 25 anos que não se
contactavam), fundar um projeto e gravar um álbum. O resultado são 16 temas em
menos de meia hora (a variar entre os 7 segundos de Não Queremos Um Split
Com Agathocles) e os 3:44 de Metal Is The Lei, onde é possível
descobrir todos os referenciados estilos, sempre com um sentido de humor
assinalável. O duo refere que Love Songs #1... (Total Destruction, Mass
Executions) está dentro do estilo… crossunder, com uma abordagem,
acrescentamos nós, que se pode definir como de paródia e de desconstrução, mas
também de homenagem e tributo. [68%]
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