Entrevista: Finnegan's Hell


Quando se fala em punk rock de influência celta, os Finnegan’s Hell são dos nomes mais respeitados, mesmo que ainda com uma curta carreira de 10 anos consubstanciada em três álbuns, sendo Work Is The Curse Of The Drinking Class, o seu mais recente. O mais recente e globalmente considerado como o melhor. Para perceber como surge este disco em plena pandemia fomos conversar com alguém que sofreu na pele com o novo roronavirus: o responsável pelo banjo, pela flauta e pelos vocais Reverend Mick Finnegan.

Olá Mick, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo novo álbum. Posso perguntar como foi que os Finnegan’s Hell ocuparam o seu tempo desde Life And Death?
Como todos os nossos espetáculos nesta primavera foram cancelados, já não nos apresentamos ao vivo desde o nosso espetáculo de lançamento em Malmö, no início de março. Para preencher o vazio, começamos a fazer músicas para o nosso próximo álbum e já percorremos um longo caminho.

O vosso álbum anterior teve uma ótima resposta dos críticos e fãs. Sentiram algum tipo de pressão quando começaram a criar este novo álbum?
Não, não sentimos nenhuma pressão. Gravamos a música que gostamos de ouvir. Eu acho que essa é a razão pela qual o Work Is The Curse Of The Drinking Class caiu tão bem tanto no público quanto na crítica.

Têm, naturalmente, muito orgulho nos dois primeiros álbuns, mas desta vez alargaram os limites da criatividade. Consideram que este é o vosso melhor álbum até agora?
Sim, Work Is The Curse Of The Drinking Class é, sem dúvida, o nosso melhor álbum até agora. É realmente intenso e tem uma boa mistura de músicas.

Deste modo, posso perguntar-te, o que fizeram de diferente desta vez? Tiveram alguma abordagem diferente no processo de escrita?
Sim, nós isolamo-nos numa cabana na floresta profunda do sul da Suécia, e trouxemos apenas os nossos instrumentos e um monte de barris com a nossa própria cerveja – Finnegan’s Hell Porter. Esta maneira de trabalhar trouxe foco e libertou muita criatividade.

O que pretendem dizer com um título como este – Work Is The Curse Of The Drinking Class? Trata-se de algum tipo de mensagem politizada sobre a classe trabalhadora?
O título é uma citação de Oscar Wilde. Ele pronunciou essas palavras há mais de cem anos e gostamos de destacar o facto de que o que ele disse ainda é verdade. As pessoas ainda não conseguem beber da forma que querem, porque o trabalho atrapalha.

A letra da última música, When I'm Dead, foi originalmente escrita por Christina Rossetti em 1848. Quais foram os vossos objetivos ao utilizarem esta letra?
O nosso vocalista, Pabs Finnegan, tropeçou no poema de Rossetti na internet e achou interessante colocar uma música nele. E estava certo. É uma música perfeita para fechar o álbum.

Mas fizeram algumas alterações. Quais foram?
Mudamos algumas das palavras para outras mais contemporâneas, para facilitar o entendimento do poema pelas pessoas.

De que forma a atual situação mundial em termos de COVID-19 vos afetou?
Eu estive infetado e tive que ficar duas semanas isolado. Para combater o tédio do isolamento, escrevi a letra de onze músicas novas durante esse período.

Naturalmente, as apresentações ao vivo como suporte deste álbum foram canceladas. O que têm em mente fazer depois de tudo isso ter passado?
Queremos voltar à estrada o mais rápido possível. Mal posso esperar para tocar as novas músicas para os nossos fãs.

Muito obrigado, Mick! Queres acrescentar mais alguma coisa ao que foi dito?
Gostaria de sublinhar o facto que os Finnegan's Hell são a única banda punk celta do mundo a lançar um disco em vinil vermelho e ficou lindo! Duvido seriamente que possamos lançar outro disco tão bonito.

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