Com influências que vão dos Slayer e Mercyful Fate aos
Dissection e Possessed, os Vampire são um dos coletivos mais ecléticos do
cenário metal europeu. E entre singles, splits e EP’s a
banda sueca assina Rex o seu terceiro álbum. Um título simplista que não
representa a força da música apresentada e que começa logo no impacto causado
pela capa, um artwork de Mitchell Nolte. E, a poucos dias do lançamento
de Rex, foi o guitarrista Black String quem nos respondeu diretamente
duma chuvosa Suécia.
Olá Black String,
obrigado pela disponibilidade. Novo álbum em breve e o que nos podes adiantar
com a Rex?
Olá Pedro, de nada. O álbum contém nove músicas e uma
introdução instrumental e vem carregado de um metal frio e direto do
coração. Acho que os fãs dos Vampire não ficarão dececionados.
De que forma surge este
título simplista, Rex? Existe alguma mensagem por trás dele?
Ao resumir todas as partes do álbum, decidimos criar
um título marcante e conciso. Logo depois, encontramos a obra de arte de Mitchell
Nolte. Hand of Doom sugeriu Rex como título. E achamos isso
adequado à imagem (Death As The King). Rex também foi a primeira
música do álbum.
Em comparação com os lançamentos
anteriores, como analisas esta nova obra?
Para os meus ouvidos, Rex é como uma fusão
entre os nossos álbuns anteriores. Traz os traços da franqueza de Vampire
e também está cheio da linguagem musical de With Primeval Force.
Podemos dizer que o Rex é um passo à
frente na vossa carreira? Em que direção?
Ainda esta manhã fiz a comparação com With Primeval
Force e Rex é, definitivamente, melhor executado e soa como uma
banda mais experiente.
A vossa música é
composta de uma grande dualidade - agressiva e atmosférica; melódica e maníaca.
Como é que essa dicotomia surge e como trabalharam os temas?
Nós gostamos de usar contrastes, é um ingrediente
necessário em toda arte interessante. Imagina um bom romance sem a luta entre o
bem e o mal, por exemplo - seria uma leitura insuportável. Tornou-se uma base
no trabalho dos Vampire para retratar sentimentos e cores diferentes,
não apenas a preto e branco. Infelizmente, muita música metal é
realmente unidimensional.
Quando começaram a
trabalhar em Rex?
As gravações mais antigas que fiz especificamente para
Rex foram no outono de 2017. No entanto, o núcleo de uma das músicas (Rekviem)
remonta a 2014/2015. Para este álbum, fiz os arranjos básicos em casa (arranjos
de guitarra para um click-track) e depois o enviei ao nosso baterista
que mora a quase 300km daqui. Ele adicionou a bateria às gravações e devolveu-me.
Começo imediatamente a alterar as coisas e repetimos o procedimento. Na
verdade, ensaiamos como banda completa apenas algumas vezes antes das gravações
em estúdio. No final, o álbum Rex foi ensaiado menos vezes do que os nossos
trabalhos anteriores, mas foi mais pensado de outras maneiras.
Como é que surgem os
vossos curiosos nomes e que significado têm?
O nosso vocalista Hand of Doom era nosso
baterista, por isso é claro que tinha que ter uma mão do destino. Observa a
referência aos Black Sabbath. Command, bem me disseram que ele gostava
de ter o controlo das coisas. A referência aos Exciter é menos óbvia. Black
String foi retirado de um antigo baterista dos Root, que se chamava
Black Drum (e eu toco guitarra como sabes). O nome de Sepulchral Condor
acaba por surgir à pressa, sem nenhuma referência específica.
Como decorreu a
experiência em estúdio? Correu tudo como planeado?
Todas as visitas ao estúdio são uma mistura de prazer
e dor. Para este álbum passamos mais tempo em estúdio, cerca de duas semanas.
Geralmente tornamo-nos mais exigentes em cada álbum. Tivemos que regravar
algumas guitarras e vocais que desde o início não estavam tão boas, mas não foi
grande coisa, apenas os procedimentos normais em qualquer banda.
De que forma a COVID-19
afetou a vossa programação para os próximos tempos?
Não muito, na verdade, porque de momento não tínhamos
planos além de lançar este álbum.
Muito obrigado, Black
String! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Estou surpreendido que tenhamos pessoas em Portugal interessadas no que estamos a fazer, portanto, desde a chuvosa costa oeste da Suécia - CUMPRIMENTO!
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