Rats & Ravens (FROM HELL)
(2020, Scourge Records/FastBall Music)
Rats & Ravens é o mais recente registo dos
Californianos From Hell e volta a navegar em ondas de um thrash/death
metal com histórias de horror, em composições escuras e sinistras. Mas Aleister
Sinn até pode ter boas ideias para as suas histórias. O problema surge
quando tem que as passar para música. E é nesta fase que o resultado acaba por
defraudar. Já assim tinha sido com Ascent From Hell, de 2014 e, seis
anos depois, volta a acontecer com Rats & Ravens. Musicalmente, já
se sabe, varia entre um thrash à Slayer (definitivamente os
melhores momentos) e um death metal à Coroner, sendo que, a
espaços, ainda há tempo para umas curtas (mas já demasiadas!) incursões pelo metalcore.
Rats & Ravens denota um excelente trabalho ao nível da guitarra solo
e apresenta alguma criatividade ao nível de algumas estruturas e evoluções,
sendo que, neste particular, até se podem comparar aos Avatar. Acontece
é que vive muito de momentos, de fogachos. Não há consistência e não há
uma linha condutora estável. [64%]
Weaponized (FIRING ALL CYLINDERS)
(2019, Awfully Good
Records)
Uma das bandas que esteve
presente, em 2017, na compilação (ou split, como lhe quiserem chamar) So
Cal Split, já aqui analisada foram os Firing All Cylinders. Os anos
passaram e o coletivo de Los Angeles partiu para a criação de um longa-duração,
precisamente este Weaponized que acaba por recuperar dois temas
apresentados na altura. E o que se nota é uma interessante evolução criativa
dos americanos naquele estilo já muitas vezes repetido e que carateriza o metal
da nova geração que cruza momentos altamente demolidores, agressivos e
extremos, com outros perfeitamente melódicos e até adocicados. Os Firing All
Cylinders doseiam muito bem essas duas vertentes, atingindo o seu ponto
mais alto num fantástico tema como Lost In The Sound (curiosamente, um
dos repescados!). Naturalmente que os fãs de Linking Park, Korn,
System Of A Down ou Disturbed poderão encontrar aqui uma
sonoridade que congrega os diversos movimentos e que soa refrescante. [70%]
Constelations (CRYOSPHERE)
(2020, Sliptrick
Records)
Os dinamarqueses Cryosphere
têm um novo EP de cinco temas a circular. É uma edição da editora italiana Sliptrick
Records e intitula-se Constelations, apresentando uma dose
equilibrada de harmonia e doçura carregada de violentas tempestades. Este novo
material é bastante cru e agressivo, excetuando nas partes em que a dócil Sirene
assume uma posição de destaque. O trio é composto, para além da vocalista, por
um vocalista, Anders
Elleskov, que leva as
composições para um lado altamente extremo, a roçar o metalcore,
e um guitarrista, Emil Lund Tronborg,
de enorme capacidade e talento sendo ele que, no meio da confusão que grassa em
muitos momentos, consegue mostrar o caminho do discernimento. Constelations
não é brilhante, mas mostra que quando o trio conseguir separar o essencial do
acessório poderá aspirar a outros voos. Até porque em apenas cinco temas mostra
ideias muito acima da média. [68%]
Of Angels And Snakes (GOBLINS BLADE)
(2020, Massacre
Records)
O álbum de estreia dos Goblins
Blade traz-nos nove temas na linha do que fizeram bandas como Metal
Church, Judas Priest, Omen e Savage Grace, ou seja,
maioritariamente, sonoridade americana. Mas curiosamente, a sua abordagem
contemporânea a estas referências não se torna tão apelativa como acontece em
alguns momentos do miolo de Of Angels And Snakes, com uma aproximação
aos Manilla Road. Agora uma coisa é certa, o coletivo alemão, mostra
fortes argumentos ao nível da pujança da secção rítmica e solidez dos riffs,
embora lhe falta, ainda, alguma capacidade melódica e sentido estético das
canções, por forma a torná-las com mais personalidade. Ou melhor, falta
transportar o que fazem em alguns desses temas do meio do disco, como por
exemplo, Final Fall e When The Night Follows The Day, para a sua totalidade. [73%]
Fists Of Iron (MARTYR)
(2020, Gates Of Hell Records)
O projeto Martyr assenta na pessoa de Nicolas Peter que assume a execução de todos os instrumentos. Já sabemos as limitações que os projetos desta natureza acarretam, mas em Fists Of Iron, o segundo EP da carreira do alemão e segundo EP este ano, as coisas até correm relativamente bem. Quem gosta de heavy metal old school, que tanto bebe nos Helloween como nos Iron Maiden, que combina melodias com harmonias das guitarras e coros catchy, tem uma boa e pequena amostra deste novo projeto. Naturalmente que cinco faixas é pouco, mas a ideia geral que fica é que, se bem acompanhado, este Nicolas Peter poderá levar os seus Martyr até momentos bem interessantes. [76%]
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