Os Mad Max sempre foram uma banda com algo para
transmitir, tanto lírica, quanto musicalmente. E após 35, o álbum de celebração do
seu trigésimo aniversário, e numa fase conturbada no mundo (quer antes, quer
depois da pandemia), a banda alemã quis mostrar que os fãs podem contar com
eles e com o seu herói Stormchild. E o mundo com as gerações mais novas,
como se prova com a colaboração do coro Rock and Roll Children. Jürgen Breforth
foi, mais uma vez, o porta voz da banda, uma semana antes do lançamento do novo
registo.
Olá
Jürgen! Espero que esteja tudo bem contigo nestes tempos de crise. Como
disseste na última vez que conversamos, os Mad Max são como uma família, portanto,
pergunto-te se este novo álbum é, também, o resultado de um esforço conjunto?
Olá Pedro! É bom ouvir isso de ti. Espero que tu, a
tua família e amigos estejam seguros e saudáveis. É a coisa mais importante nestes
dias de loucura. O novo álbum é novamente um álbum clássico da família Mad
Max. Nós quatro contribuímos com ótimas ideias e uma visão clara de como o
álbum deveria parecer e soar.
Outro álbum, dois anos
depois de 35 e os fãs podem esperar exatamente o som típico dos Mad
Max, não é?
Absolutamente. Neste álbum, acho que encontramos a
melhor mistura para os nossos fãs. O som clássico dos Mad Max dos anos
80 combinado com letras atualizadas relevantes e musicalmente, trazendo algumas
das influências dos nossos heróis de todos os tempos, como Def Leppard, Rainbow,
Whitesnake, Bon Jovi ou Scorpions.
Com uma carreira tão
longa e com um álbum lançado em 1985 intitulado Stormchild, em que
fase colocariam Stormchild Rising no vosso caminho evolutivo?
Com certeza que na nossa carreira percorremos um longo
caminho. Caminho evolutivo descreve muito bem que a banda ainda é relevante e
tem algo a dizer, musical e liricamente. Com este álbum, temos muita sorte em provar
isso aos nossos fãs, mas também a nós mesmos.
Qual é o significado do
título do álbum Stormchild Rising, considerando precisamente o facto
citado na pergunta anterior, ou seja, o vosso álbum de 1985, Stormchild?
Existe algum tipo de continuação?
Uma coisa que os nossos fãs já pediam há anos era para
trazermos de volta o personagem Stormchild. O Stormchild é um
guerreiro que luta pelo bem. Mas ele não luta com violência ou armas, ele luta com
músicas rock. Portanto, este carismático guerreiro está a preencher uma lacuna
entre 1985 e 2020 para todos os fãs de Mad Max e isso torna o novo álbum
muito especial.
O primeiro vídeo Hurricaned tem uma
mensagem social crítica muito forte. Quais foram as vossas intenções?
A letra dessa música lida com o exagero dos media
que nos assombra a todos como um furacão. A música foi escrita alguns meses
antes do vírus Covid mudar a nossa vida, mas mesmo nos meses anteriores ao
Covid, sentimos que o exagero dos media estava a deixar toda a gente
louca. E quando o Covid chegou, ainda ficou pior. A música é um pouco como uma
profecia que finalmente se tornou realidade.
Nessa música, Michael
compartilha o microfone com Ronnie Romero. Como aconteceu essa cooperação?
Conhecemos Ronnie Romero no outono de 2018,
quando fizemos uma tournée com os Coreleoni (fundada por Leo
Leoni, guitarrista dos Gotthard). Como sabes, Michael Voss
está a trabalhar com o lendário Michael Schenker e, através dessa
cooperação, Ronnie Romero cantou numa música do último álbum de Michael
Schenker Fest. Assim, quando se tratou de gravar a música Hurricaned,
Michael Voss teve a ideia de trazer Ronnie. E funcionou perfeitamente.
Ou seja, como sempre, podemos
esperar, um álbum de uma banda que tem algo importante a dizer?
Absolutamente. Desta vez, as letras são mais
relevantes para a nossa situação atual na Terra do que nunca na história dos Mad
Max. Isso não foi planeado ao escrever as músicas para o novo álbum. Surgiu
naturalmente e nós seguimos os nossos corações e o feedback dos fãs e dos
media que nos mostra que muitas pessoas entendem a mensagem e sentem o
que sentimos.
Por que escolheram uma
música dos Rough Cutt para fazer uma versão e como foi a experiência de ter o
próprio Paul Shortino a colaborar nela?
Paul Shortino é um ótimo amigo de Michael Voss e, de repente, surgiu
a oportunidade de gravar a música junto com o cantor original dos Rough Cutt.
Pensamos que esta era a oportunidade de uma vida de reunir Mad Max e Paul
Shortino.
Porque duas versões da
música Ladies & Gentleman? Quais foram os vossos objetivos com
este projeto incomum?
Isso é incomum, de facto, meu amigo. Essa é uma das músicas que foi escrita alguns meses antes do Covid, mas agora é mais relevante do que nunca com a mensagem da música. Com o coro Rock and Roll Children, quisemos trazer a geração mais jovem e, com nosso amigo Detlev Jöcker, temos o compositor infantil de maior sucesso na Alemanha (com mais de 17 milhões de discos vendidos) a trabalhar connosco na música. No álbum, encontrarás a versão original da música, juntamente com uma versão do single com as crianças e Detlev Jöcker. A mensagem principal da música é que somente todas as gerações juntas podem resolver os problemas do mundo.
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