Entrevista: Döda Havet

 


Sofisticação é o melhor adjetivo para descrever a viagem musical criada por esta banda de Uppsala que assina com Tid Och Rum o seu segundo disco, primeiro com o apoio de uma editora. No fundo é rock melódico e melancólico com elementos progressivos, mas que é capaz de conduzir o ouvinte numa intensa viagem por diferentes sentidos e emoções. Staffan Stensland Vinrot, líder, vocalista, guitarrista e principal compositor dos Döda Havet, que bem conhece o Porto e as suas francesinhas e pregos, ainda arriscou o português nesta conversa que manteve connosco.

 

Olá Steffan! Obrigado pela disponibilidade! Antes de mais, podes apresentar este projeto extraordinário, Döda Havet, aos rockers portugueses?

Olá, rockers portugueses! Aqui Staffan dos Döda Havet. Há muitos anos eu ia muito ao Porto, comia francesinhas e prego no prato! Mas não falo muito português. Döda Havet é uma banda de rock de cinco integrantes de Uppsala (Suécia) que começou por volta de 2016. Os membros são Peter (guitarra), Julia (teclados), Martin (bateria), Lawrence (baixo) e eu, Staffan (guitarra/vocal/compositor). Tudo começou como um projeto a solo comigo a escrever duas músicas que gravei no estúdio de Lawrence. Ele gostou das músicas e ofereceu-se para tocar baixo e também para me ajudar a montar uma banda. Rapidamente conseguimos montar uma banda que parecia sólida e também gravamos o nosso primeiro álbum (Döda Havet, lançado em 2017). Uma vez que lançámos nós mesmos o disco com a ajuda de uma loja de discos local chamada Open Mind in Uppsala, não tivemos nenhum tipo de promoção de apoio a este lançamento. No entanto, o boca a boca permitiu ter pelo menos uma base de fãs e espetáculos ocasionais. Desde aí continuamos a escrever canções, assinamos com a Gaphals Records e recentemente lançamos o nosso segundo álbum, Tid Och Rum. E esperamos que gostem!

 

O que vos motivou a montar esta banda e que outras experiências musicais tiveram antes de Döda Havet?

A maioria de nós nos Döda Havet tocou em bandas diferentes ao longo dos anos e algumas delas juntos. Basicamente foi assim que eu, Peter e Lawrence nos conhecemos. Sempre adorei escrever canções, mas na maioria das vezes as canções que escrevi não cabiam nas bandas em que tocava. Tentei algumas vezes ao longo do caminho formar uma banda e começar algo, mas nunca deu muito resultado. Acho que foi em parte porque estava a tentar encontrar a minha própria expressão musical, ou pelo menos uma base suficientemente sólida para ter a confiança de que eu poderia defendê-la a cem por cento. A dinâmica dos membros da banda também é uma parte importante, precisas de estar no mesmo nível em termos de química pessoal, ambição e assim por diante. A motivação que eu tive, e ainda tenho, é que quero escrever músicas que importem. Tanto para mim como para outras pessoas. Quero desafiar-me como compositor, pegar a onda e ver aonde ela me leva. Não posso falar pelos outros membros da banda, já que eles não estão aqui!

 

Quais são as vossas principais influências, tanto liricamente quanto musicalmente?

Acho que as influências musicais seriam Alice In Chains, Soundgarden, QOTSA, Muse, Tool, Radiohead entre outros. As letras são baseadas principalmente em reflexões pessoais da humanidade. Por exemplo, algumas canções de Tid Och Rum falam de solidão, estar sempre com pressa, criatividade, o mundo a ficar louco, a jornada para realmente pertencer a algum lugar e ter um propósito... Não é realmente um álbum agradável (risos). Costumava escrever letras e textos quando era jovem para lidar com problemas e emoções, para resolver as coisas. Acho que é basicamente o que ainda faço, mas estou direcionando mais para fora.

 

Tens alguma explicação para o facto de tantas boas bandas surgirem de Uppsala?

Eu não! O que é engraçado sobre Uppsala, porém, é que parece que temos tantas bandas das quais nunca ouvi falar, bandas que estão em tournée por toda a Europa. Acho que a razão pela qual as pessoas aqui não sabem de todas as grandes bandas que realmente existem é a falta de locais. Não há nenhum local para bandas intermédias, apenas lugares realmente maus ou salas de concerto para grandes artistas.

 

Foquemo-nos agora em Tid Och Rum e considerando o facto da vossa música ser muito sofisticada, como a descreverias para quem não vos conhece?

Acho que chamaria de rock melódico melancólico com elementos progressivos.

 

E já que falamos de sofisticação, como fazes para gerir tanta diversidade e exploração sonora?

Obrigado! Acho que é a curiosidade, vontade de explorar e melhorar.

 

Como foi o processo criativo para este álbum? Que abordagem tiveram?

Foi um processo muito demorado. Algumas das músicas foram concluídas logo no início após o lançamento do primeiro álbum, a última letra do álbum foi concluída nesta primavera. Primeiro gravamos todas as baterias, depois em diferentes ocasiões adicionamos os restantes instrumentos. Algumas pistas, como os teclados, foram gravadas em casa.

 

O primeiro vídeo foi para a música Hjärnspöket. Por que escolheram este tema?

Foi simplesmente a primeira das músicas para a qual tivemos uma ideia.

 

O que têm planeado para promover este álbum ao vivo?

De momento, não temos nenhuma performance ao vivo planeada devido à atual situação, mas talvez faremos algumas transmissões ao vivo. Podem acompanhar-nos no Facebook e Instagram para atualizações!


Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #47 VN2000: White Lies (INFRINGEMENT) (Crime Records/We Låve Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)