Entrevista: Greydon Fields

 

Mantendo um estável intervalo entre lançamentos, e mantendo toda a sobriedade que os carateriza, os Greydon Fields mostram as suas armas em Warbird, a nova proposta. Com uma máquina cada vez mais oleada e a manutenção de uma forma de escrever canções onde há muito a descobrir, Warbird permite à banda de Essen ultrapassar a marca do terceiro álbum com distinção. A dupla Gregor Vogt (guitarras) e Volker Mostert (vocais) responderam, mais uma vez, a Via Nocturna.

 

Olá Gregor e Volker! Espero que tudo esteja bem convosco nestes tempos de crise. Com uma distância estável entre os álbuns, os Greydon Fields estão de volta com um novo álbum. E, mais uma vez, com um sólido pacote de composições. De qualquer forma, desta vez, todas as músicas são inspiradas em algum evento ou personalidade, certo? Por que essa abordagem?

Volker Mostert (VM): Algumas músicas são baseadas ou inspiradas em eventos ou pessoas reais. Outras são inspiradas por histórias fictícias como Breakdown ou Memento. Empire Of The Fools tem as suas raízes na eleição presidencial dos EUA de 2016 e Keyboard Warrior é sobre trolls da internet que tentam influenciar o nosso debate e agenda política. Usurpation tem uma visão diferente sobre a poluição ambiental e as mudanças climáticas. Escrevi as letras sobre coisas que estavam nas notícias, livros e histórias que li. Aqui não há nenhum conceito real.

 

E uma dessas histórias acabou por se tornar no título do álbum. Por que Warbird? Algum significado especial para esta escolha?

VM: A ideia surgiu-me enquanto olhava para a capa do álbum Screaming For Vengeance dos Judas Priest, que mostra uma ave de rapina metálica a atacar. E surgiu-me o nome Warbird. Escrevi uma música em torno de um sistema fictício de armas voadoras automatizado chamado Warbird. Pensamos que isso também seria bom como título do álbum e o tema seria inspirador para a capa.

 

No campo musical, vocês não desarmam! Um álbum sólido e compacto, mas também cheio de melodia. No entanto, pergunto se tentaram alguma abordagem diferente desta vez.

Gregor Vogt (GV): Na verdade, o processo de composição foi semelhante ao dos álbuns anteriores. Para mim, pessoalmente, é importante que as melodias não sejam muito intrusivas, para que tenham um impacto mais duradouro. Isso significa que, como ouvinte, deves estar disposto a lidar com a música, porque nem tudo se abre instantaneamente. Esse é o tipo de música que eu pessoalmente prefiro. Prestei particular atenção aos contrastes musicais em cada música, simplesmente para manter a música interessante e diversificada. Fico feliz que tenhas gostado.

 

Acredito que a manutenção da mesma formação vos dê outra estabilidade para desenvolverem músicas estrutural e melodicamente ricas. Concordas?

GV: Concordo! Progredimos como banda e também como músicos individuais e acho que isso se pode ouvir.

 

E agora com Patrick e Marco mais envolvidos na banda, de que forma isso afetou o processo criativo em geral?

GV: Patrick presta atenção aos detalhes musicais e está essencialmente envolvido em estúdio para alcançar o som geral do álbum. E também escreveu a faixa-título Warbird. Marco fez um ótimo trabalho na bateria e deu um passo à frente nas músicas.

 

Podemos dizer que Warbird está mais perto de Tunguska ou The God Machine? Porquê?

GV: Eu vejo mais paralelismos com The God Machine, simplesmente porque a direção musical é novamente um pouco mais complexa e mais rígida do que em Tunguska. Pelo menos é isso que sinto a este respeito.

 

No tema Warbird tu, Volker, e Patrick trocaram de funções. Porque fizeram isso? Embora não seja a primeira vez que isso acontece, pois não?

GV: Exatamente, já havíamos trocado os instrumentos na música The Island do álbum Tunguska. Warbird e The Island foram escritas por Patrick e ele gravou as partes de guitarra das demos e também as tocou nas versões finais do estúdio. Em troca, toco as partes de baixo, o que torna a coisa ainda mais interessante.

 

E também não é a primeira vez que o violino é usado, neste caso em Usurpation. Quando decidiram que um violino poderia ser incluído e por que escolheram Cemile Jakupoglu?

VM: Exatamente, Cemile começou a tocar cordas na introdução de Vengeance, a faixa de abertura de The God Machine. Também contribuiu para Dancing On Our Graves no álbum Tunguska e agora novamente com o novo álbum. Escolhi a Cemile porque ela é minha esposa há quinze anos e toca violino num nível semiprofissional. Ela gosta de participar nos nossos álbuns e eu também.

 

Por que escolheram Cathedrals para apresentar uma nova visão dessa música?

VM: Cathedrals tem sido uma das favoritas ao vivo. Acho que é uma música fantástica que merecia ser regravada com a formação atual. E achamos uma boa ideia ter uma faixa extra no CD que não caberia na versão em vinil.

 

Após o lançamento do álbum, em que projetos estão envolvidos agora ou no futuro?

GV: Para 2020 é difícil de prever devido à crise do Corona. As regras e restrições de hoje podem ficar obsoletas amanhã. Iremos tocar setembro, num clube com uma audiência restrita a 45 pessoas sentadas. Este espetáculo esgotou em poucos dias. Vai ser um evento porreiro com clima familiar. Estamos felizes que isso possa acontecer.

 

Muito obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa ou deixar uma mensagem?

GV: Obrigado pelo teu apoio e mantem-te saudável. E ainda estamos à espera de uma página do Facebook de Via Nocturna (risos)! Tens alguma coisa planeada, Pedro?


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