Entrevista: Raven

 


Os seminais Raven nunca tocaram em Portugal. Se tudo correr bem irão fazê-lo na próxima tour europeia que começará em fevereiro de 2021. E esta é a tour de apoio ao seu mais recente álbum, a lançar na próxima semana. Metal City traz a banda desenhada à música emblemática dos britânicos e apresenta uma homenagem à sua cidade, Newcastle. Foram estes alguns dos tópicos abordados nesta rápida conversa com o mano John Gallagher.

 

Olá John, obrigado pela disponibilidade e deixa-me dizer que é uma honra fazer esta entrevista contigo. Novo álbum quase cá fora – como estão as vossas expetativas?

Olá! Sem problemas! Sim, novo álbum Metal City lançado em 18 de setembro. Acho que as pessoas vão pirar quando ouvirem isso... é uma das melhores coisas que já fizemos!

 

Engraçado que depois de uma capa obscura como aconteceu com Extermination, apresentam agora uma abordagem completamente diferente. De onde vem a inspiração para essa aventura em banda desenhada?

Eu não o que queres dizer com “obscura” (risos)! Aquela capa encaixava perfeitamente no título! Mas é um novo álbum e tens que mudar e também elevar a fasquia! Mike surgiu com o conceito e funcionou perfeitamente... O cenário da banda desenhada! Até a página de agradecimento é feita como a velha página de anúncios em banda desenhada!

 

Este é um álbum autobiográfico? Pergunto isso por causa da frase que surge na capa "A banda mais selvagem do mundo!" (risos)

(Risos) Não! Isso é apenas uma declaração da verdade!!!! Nós imitamos a antiga banda desenhada da Marvel e da DC ao colocar coisas assim na capa... e definitivamente funciona!

 

Além disso, este é um álbum com um título bem simples e direto que diz tudo - Metal City. Também é uma declaração de intenções?

O título vem da música… e a música está em dois níveis. Em primeiro lugar, é sobre a nossa cidade natal, Newcastle Upon Tyne. Tanta música boa veio de lá! E também a "cidade do metal" que é criada quando qualquer grupo de chefes de metal se reúne, esse sentido de comunidade!

 

Metal City surge cinco anos após o Extermination. Durante este período, vocês encheram os vossos fãs com muito material - um EP, um álbum ao vivo, uma compilação e uma box. Ainda tiveram tempo para trabalhar neste novo álbum…

Sim, claro! A compilação e a pequena box não tiveram nada a ver connosco! Mas naturalmente trabalhámos. Fizemos mais tournées nesse período do que em muitos anos... especialmente nos últimos 3 anos.

 

Durante este período, entrou um novo membro na família Raven. Mike Heller está convosco desde 2017 e é uma força realmente nova na banda, certo?

Sim, Mike entrou em meados de 2017 e tem sido como uma injeção de adrenalina para nós... Cheio de energia e um talento incrível na bateria. Temos uma química entre nós os três que é muito especial e nos levou a outro nível.

 

Joe Hasselvander foi substituído devido a problemas de saúde. Já está melhor?

Acredito que ele está a recuperar bem. Não voltará a tocar bateria, mas ouvi que ele está a gravar um novo álbum a solo... que deve valer a pena conferir!

 

De volta ao Metal City, nota-se que mantém essa mistura entre a sonoridade antiga do Raven com as influências mais modernas. Como conseguem esse equilíbrio?

Bem, nós temos influências mais modernas aqui e ali, mas ter adicionado Mike à mistura mudou as coisas. Basicamente, ainda escrevemos da mesma maneira, mas desta vez tínhamos muito mais músicas para escolher e isso foi difícil, pois o padrão era muito alto. É importante ter aquela continuidade do nosso passado sem nos limitarmos a copiar as coisas que já fizemos...

 

Portanto, talvez seja melhor seres tu próprio a descrever o que os vossos fãs poderão ouvir no final desta semana…

Este novo álbum tem sido descrito como "virado para o século 21" e essa é uma descrição tão boa quanto qualquer outra! Tem aquela energia desequilibrada e sensação dos primeiros álbuns, mas colocada em ótimas músicas, ótima execução e arranjos e um som poderoso e claro! Há muito material mais rápido aqui, como The Power e Human Race e algum rock and roll ao estilo dos Raven como Not So Easy e um mini épico em When Worlds Collide. Há por aí muitas bandas da nossa era a fazer álbuns ok, mas com este estamos a lançar um desafio, por assim dizer, do género “isto é o que NÓS temos... o que é que VOCÊS têm?" Porque este não é um álbum ok, é um ótimo álbum!

 

Já estás convencido da utilidade das novas ferramentas que podem ser usadas no processo de engenharia? Já usaste algumas delas, desta vez, certo?

Ferramentas são ferramentas... Desde que as uses ao invés de as ter como uma muleta para encobrir as tuas limitações! Este álbum foi feito de uma maneira diferente por nós. Mike tocou a sua bateria no seu estúdio e nós gravamos todo o resto com Michael Wagener no seu estúdio em Nashville, mas no resultado final parece que todos nós enlouquecemos numa sala!

 

Para terminar, quando e como poderão os vossos fãs ver-vos novamente ao vivo?

Temos uma tour Europeia agendada para fevereiro de 2021. Espero que tudo corra bem, sendo que teremos as nossas primeiras datas em Portugal! E isso é algo pelo qual também estamos ansiosos!


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