Verwirrte Welt (TINA SCHÜSSLER)
(2020, Pride
& Joy Music)
A tripla campeã mundial de kickboxing Tina
Schüssler também é rockeira, como se comprova em Verwirrte Welt,
um disco onde a alemã mostra que a sua energia não se limita aos ringues. E nem
os problemas de saúde que a afetaram durante longo período a impedem de fazer o
que mais gosta: lutar e cantar! Este álbum totalmente cantado em alemão surge
numa altura em que Tina deveria andar em tournée europeia com os Bonfire,
caso o COVID-19 não tivesse alterado todos os planos. A tour não se fez
(foi adiada e começará ainda este mês, se tudo correr como previsto), mas Verwirrte
Welt está aí com a alemã a apresentar um conjunto de temas de rock e
hard rock, com incursões pela pop e hip-hop. Todavia, a
sensação que prevalece ao longo de todo o álbum é que Tina deverá dedicar mais
tempo à sua carreira desportiva que à musical… [66%]
Panther (PAIN OF SALVATION)
(2020, InsideOut Music)
Dos suecos Pain Of Salvation só se pode esperar
o inesperado. Mas, o certo é que a linha que separa a genialidade da desilusão
é muito ténue. E isso fica plenamente demonstrado em Panther. Sendo
certo que a banda liderada por Daniel Gildenlöw continua a surpreender
pela evolução, pela diferenciação, pelo experimentar de novas formas de
composição, não é menos certo que o caminho, desta vez, o levou a
experimentalismo e maquinaria a mais e inspiração a menos. E, sem pôr em causa
a capacidade imaginativa do coletivo, o certo é que o gosto pela eletrónica
acaba por ser levado ao extremo (pelo menos em metade do disco) e apenas em Wait
somos deliciados com um belíssimo trabalho de guitarra clássica. Um momento
alto que só se voltará a repetir na longa e épica Icon, que fecha,
realmente, este Panther de forma espetacular. Fazer arte também é saber
criar canções e não apenas desbravar caminhos, pelo menos quando este segundo
não vem devidamente acompanhado do primeiro. [66%]
(2020, Edge Records)
Como o próprio título do álbum deixa antever, Rockin’
Anthology reúne 17 dos melhores temas dos Mystery Gang. Esta
compilação acaba por ser um resumo da carreira de 22 anos dos húngaros, o maior
nome no seu país na arte de fazer, na sua forma mais autêntica, elementar e
primitiva, rock ‘n’ roll e rockabilly à boa maneira americana dos
anos 50. Todas as canções (16 cantadas em inglês e uma, como faixa bónus, na
sua língua materna) foram totalmente regravadas em formato live em
estúdio. Incrivelmente simples, mas tremendamente eficazes estes temas
conseguem que ninguém fique indiferente ao ritmo e à liberdade desenfreada.
Todavia, é pena que os Mystery Gang não consigam imprimir um pouco mais
de dinamismo, porque há a tendência para ir repetindo o mesmo registo, causando
alguma saturação. [73%]
Parallel Love (ATLAS)
(2020, AOR Heaven)
Parallel Love é o segundo álbum da banda de melodic rock Atlas,
com os trabalhos de composição deste novo conjunto de temas a começarem logo
após a tour de 2019 com os Midnight City e Age Of Reflection.
Esse trabalho resultou em 11 temas mais concisos e fortes que o disco de
estreia, procurando uma abordagem mais pesada enquanto mantinha a base nas
raízes dos melodic rock e AOR. Em termos temáticos Parallel
Love aborda a questão dos altos e baixos nas relações e, parece, que essa
tendência foi transportada para a composição, com o álbum a apresentar, também,
alguns altos e baixos. E nem um vocalista competente e a utilização bem
enquadrada de doses de teclados, cruzados com solos agradáveis, tornam Parallel
Love um álbum capaz de fugir de muitos dos lugares comuns que este género
costuma apresentar nos dias de hoje. Os fãs de bandas como Age Of Reflection,
Midnite City ou Newman poderão dar uma oportunidade a este disco,
embora, em momento algum, os britânicos se aproximem de nenhum dos nomes
citados. [68%]
My Blues Pathway (KIRK FLETCHER)
(2020, Cleopatra Records)
Kirk Fletcher – guitarrista de blues, antigo membro dos Fabulous
Thunderbirds e premiado músico nos EUA. My Blues Pathway – sexto
disco da carreira do músico onde se juntam alguns originais e outras versões,
em jeito de tributo, aos maiores nomes do blues, embora sejam nomes um
pouco menos óbvios e até mais obscuros, como Sonny Boy Williamson, Chris
Cain, AC Reed e Juke Boy Bonner. My Blues Pathway
sucede, assim, ao nomeado álbum Hold On, lançado em 2018 de forma
independente e mostra-nos temas bem construídos/reconstruídos e com alguns
arranjos minimalistas (pelo menos ao nível do Hammond) onde a inclusão
dos sopros, em maior escala, e da harmónica, em menos, se revelam fundamentais
para manter a coesão e a magia de um disco onde o maior destaque acaba por ser
o trabalho limpo e delicioso da guitarra de Fletcher. [80%]
Comentários
Enviar um comentário