My Shelter (SEASON OF DREAMS)
(2020, Pride
& Joy Music)
Season Of Dreams é o novo projeto de Jean-Michel Volz,
principal compositor dos A Taste Of Freedom. A sua ideia de criar uma
banda power metal levou a criar este projeto com o qual lança My
Shelter, apenas entre ele próprio e os irmãos Nyberg (Johannes e
John). No entanto, ficam bem patentes as deficiências de querer fazer (quase)
tudo a solo. E onde se mais nota? Por exemplo, no irritante som da bateria,
muitas vezes mais próximo dos típicos martelinhos da dance music
do que duma bateria de metal. Depois, a procura de aproximações aos Blind
Guardian/Iced Earth também não resultam. Conseguem ser mais confusos que os
primeiros e falta a genialidade dos segundos. Pode resumir-se My Shelter
como tendo muita força e pouco discernimento, sendo salvo por alguns momentos
melhor conseguidos e, essencialmente, por um enorme trabalho vocal. [68%]
Reflections (ASSIGNMENT)
(2020, Massacre Records)
Os dois primeiros temas – Trilogia
Balkanica e Mercyful Angel – estão carregados de história porque se
referem e é uma homenagem ao vigésimo aniversário dos bombardeamentos da NATO
na Sérvia. Mas, se a abertura traz um sabor a exotismo, o tema que se lhe segue
está carregado de sentimentos negativos e de uma camada de obscuridade. O
quinto álbum dos Assignment chama-se Reflections e abre assim.
Depois entra num rodopio de momentos interessantes com outros mais
desinspirados, sendo que a ponta final é, claramente, mais empolgante. Mas isso
só acontece porque os alemães voltam a mostrar que não respeitam barreiras e
por isso, os dez temas incluídos no álbum respiram diferentes atmosferas. Isto
num registo onde se estreia um novo baterista (Michael Kolar) e conta com
os convidados Inés Vera-Ortiz, Maria Jose Pot e Marco Ahrens.
[75%]
The Outer Limits (SELENSEAS)
(2020,
Rockshots Records)
Depois do EP de estreia, em 2016 e do primeiro
longa-duração, За гранью возможного, um ano depois, os russos Selenseas,
liderados por Vladislav Tyushin assinaram pela editora italiana Rockshots
Records e relançaram esse álbum, com uma distribuição internacional e
alterando o original idioma russo pelo inglês. Mas essa não é única diferença:
em 2019, o talentoso Mikhail Kudrey juntou-se à banda moscovita, pelo
que estas regravações trazem um adicional de qualidade ao nível vocal. Mas,
para se conseguir um som mais poderoso e épico, os Selenseas, acabariam
por decidir fazer, também, a regravação de praticamente todos os instrumentos.
E, já agora, como quem não quer a coisa, resolveram ainda adicionar
alguns convidados: Sergei Lazar (Arkona,
Rossomahaar), Ivan Garin, Andrey Zodchiy (ex-Dis Pater), Alexey
Verbitsky (Legenda) e Gamil Makhmutov (ex-Ethno-Sound).
E, já gora, dois bonus track: a versão editada para rádio de The
Mirror e uma versão alternativa de The Milky Way. The Outer
Limits é um disco que pica muitas áreas diferenciadas (folk, prog,
doom e hard rock), mas é, essencialmente, no power onde se
situa, criando um mundo próprio de misticismo, mitologia, fantasia e filosofia
que se entrecruza com as harmonias das guitarras e teclados atmosféricos. [76%]
Unholy (DROW)
(2020, Nail Records)
Os Drow têm vindo a lançar os seus
temas a conta-gotas. Em 2014 foi lançado um single, um EP e um split
e depois os húngaros desapareceram. É que a banda que nasceu das cinzas dos MorteM
e que se orientava numa onda de sludge/stoner passou por algumas
alterações e Unholy, o seu novo trabalho já se apresenta numa zona mais
dentro do death metal. Unholy,
EP de 4 temas foi lançado, originalmente, como um anexo da revista HammerWorld
e, desta forma, pode chegar a milhares de metalheads de todo o mundo. Assim
foi possível o contacto com o exotismo do death metal cantado em húngaro
e um conjunto de quatro temas umbilicalmente ligados entre si (ou não tivessem
todas o título com o mesmo prefixo) que constituem uma unidade que mostra
continuidade. São apenas quatro temas que se revelam de audição fácil e
interessante o que faz com que fiquemos à espera de algo mais substancial. [72%]
The Waymaker (THE WAYMAKER)
(2020, Melodic Passion Records)
Os The Waymaker são uma das mais novas
propostas saídas do fértil solo escandinavo, embora, seja exagerado afirmar que
se trata de uma nova sensação. A banda em torno do sensacional vocalista Christian
Liljegren (aqui em muito bem conseguidos duetos com Katja Stefanovic)
e do virtuoso guitarrista Jani Stefanovic promove o seu metal de
inspiração neoclássica (bem da escola sueca) bem condimentado por linhas
melódicas competentes. Para além do referido trio, Alfred Fridhagen assume
a bateria e CJ Grimmark executa o solo na versão do clássico dos Stryper
Soldiers Under Command. Isto num registo próximo dos nomes onde estes
músicos estiveram/estão envolvidos (Narnia, Divine Fire, Golden
Resurrection) e, claro, próximo do seminal trabalho de Yngwie J.
Malmsteen. Poderoso e dinâmico, este álbum de estreia procura, ainda,
incutir alguns elementos de modernidade que os afastem um pouco mais dos nomes
citados. Isso é conseguido, embora seja, precisamente, aí onde mais se notam as
fragilidades e inconstâncias deste trabalho. [75%]
Comentários
Enviar um comentário