Circles (NEROARGENTO)
(2020, Rockshots Records)
Circles é o quinto álbum do multi-instrumentista
italiano NeroArgento, primeiro para a Rockshots Records e mostra
um compositor a voltar à suas raízes industriais. Este regresso é acompanhado
por um passo em frente no que diz respeito a um som mais maduro e experimental,
naquilo que bem pode ser considerado como cyber metal. Este é um disco
com exagerado recurso a samples, sequenciadores e maquinaria pesada,
cruzando o metal industrial dos Rammstein com o nu metal
de uns Korn ou Linkin’ Park. Pontualmente notam-se algumas
influências góticas entrecruzadas com as referências citadas. Vocais a variar
entre limpos e agressivos e riffs cheios de groove e com enorme
densidade, são outras das caraterísticas deste registo. [61%]
Logos (MYTRA)
(2020, Nail Records)
Logos é o segundo disco da banda húngara de sci-fi/ciber
metal onde o metal de algum cariz progressista se cruza com uma dose
de eletrónica bastante acentuada. De tal forma que, na realidade, tanta
maquinaria acaba por saturar. Como também satura tanta berraria na componente
do vocal masculino. Sendo certo, no entanto, que a dualidade com a voz feminina
até resulta, embora a repetição deste registo e da matriz composicional
seja o principal problema de Logos. No entanto, de uma coisa não temos
dúvidas: o quinteto magiar não se prende a modas nem a estruturas formatadas e
consegue apresentar um disco frenético que desafia o status quo
instalado no cenário metalizado atual, sendo que a espaços mostra ideias
que, no entanto, deveria ter sido melhor exploradas. [65%]
Carnival Of Creation (MEMOIRA)
(2020,
Inverse Records)
Depois de um
intervalo de quatro anos, os finlandeses Memoira regressam com aquele
que é o seu terceiro disco intitulado Carnival
Of Creation. O sexteto de Pori/Jyväskylä acentua a
sua vertente de apresentar de melodias melancólicas, riffs de guitarra poderosos, atmosferas sinfónicas e a bela voz de Annika Jalkanen, também dos For Selena And Sin. Carnival Of
Creation apresenta oito temas que, claramente vão em crescendo com um
início algo periclitante e não muito convincente, mas um conjunto final de três
temas com sensualidade, beleza e excelente estruturação. Ainda assim, será
difícil aos Memoira conseguirem-se
impor neste campeonato tão exigente. [75%]
Afterhours (HOURSWILL)
(2020, Ethereal Sound Works)
Para fãs e colecionadores assim se pode
descrever este EP de seis temas dos Hourswill. A banda nacional que teve
em Dawn Of The Same Flesh, lançado o ano passado, o seu maior momento
criativo e o culminar de um trajeto em crescendo de qualidade, quis oferecer
uma prenda aos seus fãs. Assim surge este trabalho, Afterhours, composto
por um tema original poderoso e complexo e uma nova versão do espetacular Now
That I Feel, tema incluído no álbum anterior. E depois, quatro temas dos
álbuns anteriores captados ao vivo. E é pena que aqui, uma banda como os Hourswill
que tanto mostram nos seus temas, sejam prejudicados por uma má captação sonora
destas quatro faixas. [80%]
Silent Enemy (BLACK SUN)
(2020,
Rockshots Records)
Equador? Sim, é deste país da América do Sul que
surgem os Black Sun que depois de três álbuns chegam à italiana Rockshots
Records para quem se estreiam com Silent Enemy. Este é um EP
conceptual de sete temas (incluindo uma intro, um interlúdio e uma outro)
com a curiosidade de ter diversos vocalistas, porque a banda se separou do seu frontman
original durante a produção deste material. E que vem acompanhado de um pequeno
filme baseado no conceito do trabalho musical, pelo que musicalmente é possível
detetar o trabalho de Topias Kupiainen na criação da banda sonora.
Orgânico, apaixonante, emocional e enérgico, este disco segue as pisadas de
nomes como Judas Priest, Helloween ou Gamma Ray. Só não
precisava de ser tão curto nem ter tantos micro-temas. [77%]
Comentários
Enviar um comentário