Foram 11 anos a preparar Osyrhianta,
este disco dos franceses Fairyland que marca a estreia pela Massacre Records e
acentua a dificuldade em manter um vocalista. Francesco Cavalieri, dos Wind
Rose, foi quem emprestou a voz, sendo o quarto frontman em quatro álbun,
embora não faça parte da linha oficial da banda, como nos confirmou o teclista Philippe
Giordana com quem conversámos a respeito do quarto álbum.
Viva
Phil! O vosso lançamento anterior foi Score To A New Beginning... em 2009. Este
regresso surge 11 anos depois. O que aconteceu neste hiato tão longo?
Olá! Desde o Score que muitas coisas mudaram nas nossas vidas. Alguns casaram,
outros tiveram filhos, alguns conseguiram um emprego... e é claro que estivemos
a trabalhar na música, nas letras e no conceito.
Em
que atividades e/ou projetos estiveram envolvidos durante estes anos?
Willdric trabalha no cinema,
Sylvain é ferreiro, Francesco tem os Wind
Rose, JB dá aulas de bateria numa escola de música e eu faço música
principalmente. Falando por mim mesmo, durante este tempo gravei coros para a
banda francesa Kerion em alguns
álbuns, fiz os teclados para Symphony Of
War dos Magic Kingdom e toquei
ao vivo com Iron Mask. Willdric
também iniciou um projeto chamado Antiks,
no qual eu cuido dos teclados mais uma vez. É um death metal melódico e sinfónico. E também inflacionei amplamente
as receitas do meu hospital local.
Assim
sendo, quando começaram a compor músicas para este álbum?
Comecei a trabalhar nas músicas
logo após o lançamento de Score. O
álbum completo foi composto no início de 2012 e depois tivemos que cuidar de
toda a logística para a gravação. Mas, como mencionado acima, demorou muito por
causa das mudanças nas nossas vidas pessoais.
Uma
vez que este álbum se chama Osyrhianta
e o vosso primeiro trabalho foi Of Wars In Osyrhia, há alguma conexão
conceptual? De que forma? Importas-te de descrever a história por trás deste
álbum?
Cada álbum dos Fairyland lida com um conceito
principal, apropriadamente chamado de Osyrhia.
Nessa ótica, Osyrhianta conta a
história da criação deste mundo, do seu povo quando eles se reuniram pela
primeira vez com Cenos, um mensageiro
dos deuses enviado para os guiar e dá uma ideia do futuro de Cenos virando-se contra a humanidade.
Tudo isso acontece cerca de 3000 anos antes dos eventos contados em Of Wars in Osyrhia.
Musicalmente
falando, mesmo considerando todo o tempo que passou, este álbum volta às vossas
raízes, não concordas? A vossa intenção desde o início era manter a mesma
matriz composicional?
Eu concordo que parte deste disco
vem das raízes da banda, mas também tentei uma abordagem diferente na estrutura
das músicas, indo para algo um pouco mais direto. Mas a composição e o conceito
têm uma relação orgânica, e a história guia a música, por isso usei a minha
imaginação e deixei acontecer.
Como
sentem a ter um violista real nas vossas composições? É a primeira vez que
acontece?
Na verdade, já é a segunda vez
que temos um violonista real. O primeiro foi Pascal Innocenti na nossa primeira demo, em 1998. Para este álbum, Camille «Cydoorh» Dominique ofereceu os seus serviços e nós
aceitamos com prazer. Ela é muito técnica na sua abordagem e trouxe um toque
autêntico muito necessário ao álbum. Quase me dá vontade de contratar uma
orquestra completa!
Além
desta violinista, quem mais coopera convosco em Osyrhianta?
Camille fez violinos e flautas, Flora Spinelli fez alguns vocais, assim
como Victoria Cohen. Victoria é quem
compôs e executou a faixa instrumental Mount
Mirenor. Era para fazer parte de seu projeto musical Eona, mas nós gostamos tanto que tivemos que a incluir no nosso
álbum.
Quarto álbum, quarto
vocalista diferente. É uma tradição ou uma maldição?
Um pouco de cada. É uma tradição
no sentido de que, conforme contamos a história de Osyrhia, precisamos de diferentes narradores para contá-la. E é uma
maldição porque na maioria das vezes os nossos cantores moram longe da nossa
região e pode ser muito complicado para gravações e espetáculos, principalmente
porque eles também têm outros projetos paralelos.
Desta vez, têm Francesco
Cavalieri, que também é vocalista dos Wind Rose. É um membro permanente e pleno
dos Fairyland ou não?
Já não. Wind Rose toma muito tempo e, quando a pandemia acabar, ele estará
na estrada constantemente. Isso será um problema para os nossos espetáculos ao
vivo. Mas ei! Encontramos uma solução: Elisa está de volta. Estamos a regravar
o The Fall Of An Empire com ela e
assim que pudermos vamos colocá-la em palco.
Como são uma banda que
mistura estilos diferentes nas vossas composições, quais são as principais
influências?
Blind
Guardian, Rhapsody (original), música folk, bandas sonoras de filmes e o meu
favorito de todos os tempos, Mike
Oldfield. Há muito mais, é claro, mas não posso listar todas as minhas
inspirações. Nightfall In Middle Earth
dos Blind Guardian é, provavelmente,
o que mais me inspirou.
Este álbum é um lançamento
da Massacre Records. Sendo a primeira vez que trabalham com a editora alemã,
como está a correr?
Estamos a divertirmo-nos muito.
Eles atendem às nossas necessidades e dão bons conselhos. Anja, que lida com a
promoção, é muito ativa e responde rapidamente a qualquer uma das nossas
perguntas. No geral, estamos muito felizes com a editora.
Muito obrigado, Phil!
Queres acrescentar mais alguma coisa ou deixar uma mensagem?
Obrigado pelo teu tempo. Gostaria
apenas de dizer que, neste período conturbado, fiquem seguros, cuidem de vossos
entes queridos e relaxem ouvindo boa música. Fairyland também é uma boa escolha!
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