Liberty Or Death (GRAVE DIGGER)
(2020, Metalville Records)
Os Grave Digger são um daqueles
coletivos definidores de um estilo, influenciadores de novas gerações e um dos
nomes maiores do metal europeu e mundial. Com uma carreira de 4 décadas
(onde se incluem os tempos de Digger e Hawaii), a banda de Chris
Boltendahl tem conseguido manter uma linha de qualidade verdadeiramente
estável e duradoura com uma longa e marcante discografia. O ano de 2020 fica
marcado por um novo trabalho de originais, Fields Of Blood, mas também
por um conjunto de reedições que a Metalville Records tem levado a
efeito. E Liberty Or Death é um desses trabalhos. Originalmente lançado
em 2007 pela Locomotive Records, este disco sucedeu a The Last Supper
e, na nossa opinião, reergueu o nome dos alemães, a patamares mais altos, fruto
de um conjunto de grandes canções que criam um disco poderoso e magnifico, onde
as linhas melódicas e dinâmicas são fundamentais. [93%]
Illusion (ANTHEA)
(Rockshots Records)
Os Anthea, banda californiana, chega a Illusion,
longa-duração de estreia, após o EP homónimo lançado em 2017. Orquestral,
sinfónico e teatral, Illusion tem como mais-valia esta dinâmica criativa,
um adequado sentido melódico e um vocalista com um timbre e colocação muito
agradáveis (de tal forma que era perfeitamente escusado armar-se em moderno
e incluir alguns desadequados vocais com um sentido black metal), sendo
que toda a sua qualidade fica bem patente no dueto com Chiara Tricario (Sound
Storm, Moonlight Haze, ex-Temperance) em Moirai (tema
que também se apresenta numa muito interessante versão orquestral) e em Reflections.
Já que falamos de convidados, referência, ainda para Eric Meyers, responsável
pela guitarra principal em The Light Divine. Musicalmente, as texturas
de piano tornam-se apreciadas, assim como algumas estruturas que se podem
apelidar de um prog gothic symphonic, embora Illusion se mostre,
no global, algo desequilibrado, com alguns momentos muito longe da qualidade
geral, mas é um disco onde os fãs de Kamelot, Nightwish, Serenity
e Wintersun poderão encontrar motivos de interesse. [74%]
Distant Memories – Live In London (DREAM THEATER)
(2020, InsideOut Music)
O que acontece quando a maior banda de prog metal sobe ao palco de
uma das mais lendárias salas de Londres para apresentar dois dos mais
emblemáticos álbuns de prog da história? Pois bem, que terá sido uma
noite de sonho para quem assistiu. O que os Dream Theater fizeram foi
efetivamente isso. No Hammersmith Odeon apresentaram o seu mais recente
disco – o sensacional Distance Over Time e aproveitaram para celebrar o
20º aniversário desse seminal álbum que foi Metropolis Part 2 – Scenes From
A Memory (neste concerto tocado na íntegra), votado na Rolling Stone
como o melhor álbum de rock progressivo de sempre e considerado pela Classic
Rock como o 15º álbum conceptual de sempre. Portanto, esta foi uma das mais
espetaculares noites da carreira dos americanos e ainda bem que ficou registada
para a posteridade. [97%]
The Last Horizon (KENZINER)
(2020, Pure Steel Records)
Ativos entre 1994 e 1999, período no qual
lançaram dois álbuns, os Kenziner acabariam por cessar funções tendo
regressado mais tarde, em 2012. Neste segundo período de vida, lançaram já este
ano The Phoenix via Pure Steel Records, a mesma editora alemã que
agora promove a reedição, com uma nova capa, de The Last Horizon, álbum
originalmente colocado no mercado em 2014, pela editora irmã Pure Prog
Records. Neste terceiro álbum do coletivo finlandês de neoclassical/prog/power
metal, Jarno Keskinen dedicou-se apenas à guitarra deixando os
teclados para Jukka Karinen. Este álbum marca, ainda, a estreia do
vocalista Markuu Kuikka, que acabaria por sair em 2018. The Last
Horizon foi, de facto, um regresso muito forte, numa linha caraterística da
banda, com muita competência técnica e instrumental, mas a perder um pouco na criação
de linhas melódicas. [86%]
The Last Supper (GRAVE DIGGER)
(2020, Metalville Records)
Dois anos antes, Rheingold tinha
elevado os Grave Digger a um patamar único e criar um sucessor ao mesmo
nível não era fácil. Como não foi e The Last Supper mostra alguma
quebra, isto sem prejuízo de voltar a ser um disco com todos os predicados que
fazem da banda um dos expoentes máximos do metal. Apesar de ter alguns
temas relacionados com a vida de Cristo e com a traição de Judas, The Last
Supper não é, propriamente, um álbum conceptual. Musicalmente soa mais
pesado e mais direto, mantendo os mesmos níveis de criatividade. Originalmente
foi lançado em 2005 pela Nuclear Blast Records, sendo mais um dos
títulos incluídos no naipe de trabalhos da banda que têm vindo a ser reeditados
pela Metalville Records. [87%]
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